Nove - Pesadelo

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Noah:

Ao acordarmos com a luz do sol no rosto, mal consigo me mover direito. Se dortransbordasse, minhas costas estaria fazendo isso agora. Bárbara me olha de uma forma linda com um sorriso aberto. Aproveitamos a vista durante alguns minutos e resolvemos voltar para casa, onde todos ja deveriam estar preocupados. Ao chegarmos, damos de cara com meu pai e Rebeca na porta, ambos nós olharam com um ar preocupado, porém aliviados.

- Onde estavam? - pergunta Rebeca enquanto meu pai apenas observa.
- Eu não estava bem, acabei saindo e não tive como voltar. Noah foi me buscar e fiz ela dormir no carro à beira da praia comigo. - Rebeca olha como se conseguisse prever o que aconteceu noite passada. Eu rapidamente entro e vou direto tomar um banho. Fico sob o chuveiro e deixo a água gelada me fazer acordar por completo. Sinto mãos subirem por minha barriga até meus ombros. Um beijo é dado nos mesmos e um corpo se cola ao meu em um abraço.

- Por que você faz isso comigo? - era Nia com uma voz chorosa.
- Nia... - fico sem uma resposta para ela. Ela passa para minha frente e me abraça novamente, ainda mais forte. Se coloca a chorar de uma maneira tão voraz que a sinto soluçar.
- Segunda vez que você prefere uma outra ao invés de mim. Não sou mulher o suficiente para você? - permaneço em silêncio, nesse momento todas as palavras que aprendi até hoje simplesmente sumiram. Apenas observo a situação sem conseguir pronunciar palavra alguma. Na minha cabeça passa tudo que já vivemos, tudo que Nia fez para ficar comigo, todas as brigas com os pais, a coragem de sair de casa simplesmente para ficar comigo. Saio do banheiro e me visto em silêncio, Nia faz o mesmo me observando a cada movimento. Deito na cama e me coloco a pensar, Nia sai do quarto sem dizer nada.

BÁRBARA:

Nia já grudou em Noah, eu simplesmente tenho vontade de agredi- la nesses momentos assim. Desde a primeira vez que a vi, já sabia que ali estaria um problema na minha vida.
Tomo um banho para tentar relaxar, tento ficar na cama um pouco e não consigo me aquietar. Me junto a Sebastian, que por sinal estava bem pensativo à beira da praia.

- Desculpa atrapalhar seus planos com a Noah! - diz Sebastian me fazendo sentir um frio na barriga.
- Não atrapalhou nada! - digo disfarçando o susto por ele ter tocado no assunto.
- Está em seus olhos o quanto gosta dela. E eu não reparei antes!
- Isso é meio louco para mim ainda, nem eu reparei antes. - sorrimos da situação, mas na real eu só queria chorar. Chorar por não saber se teria Noah, por não saber até quando vou ter que aguentar Nia. Isso sem contar que ainda tenho que conversar com minha mãe sobre eu estar apaixonada por uma garota. São inúmeras coisas para pensar, e eu só consigo prestar atenção nas ondas que se quebram na praia, observo até me perder. Porém, sou puxada para a realidade (cruel) com uma mensagem no celular.

Estou de volta! Prepare-se para voltar a ser minha, isso não acaba assim.

          - Jacke

Sinto o medo tomar conta de mim, olho para o lado Sebastian já não estava mais ali, nem o vi sair de tão desligada. Corro para a casa em desespero moderado, encontro minha mãe logo na entrada. Me agarro a ela e me coloco a chorar, meu inferno particular voltou e eu já não quero enfrenta-lo.

- O que houve, filha!? - pergunta minha mãe assustada sem entender o que se passa. Me acalmo um pouco e sento na primeira cadeira que vejo. Dou o celular nas mãos dela e a peço para ler a mensagem. Ao ler, ela demonstra preocupação e sem dizer nada me abraça apertado. - Vai ficar tudo bem, ele não vai te fazer mal algum! - ela diz em um tom acolhedor e que acalma. Depois de me acalmar totalmente, ela chama Sebastian para uma conversa, e eu volto para fora da casa. Dou de cara com Nia, estava ao telefone, mas ao me ver desliga o mesmo em um ato de susto. Me olha com um ar superior e entra, indo atrás de Noah, provavelmente. Dali eu olho o horizonte e desejo ter comigo a paz que ele transmite.

Descobri Que Te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora