Dezesseis - Pesadelo e "luto"

240 15 0
                                    

Enquanto os policiais procuravam com seus cães por qualquer pista de onde estava a Noah, Sebastian e eu tiramos nossos carros de evidência. Com toda a mobilização que tivemos, chegamos até uma fábrica abandonada, até ela nos levou marcas de pneu que foram deixadas pela pista de lama. Demos de cara com dois carros parados em frente a fábrica, minha maior vontade era só de entrar naquele lugar e tirar Noah de lá.
Alguns reforços chegaram e logo alertaram quem estava dentro da fábrica. Eu estava cada vez mais aflita, minha mãe e amigos chegaram para tentar me acalmar enquanto se iniciavam as tentativas de negociação para que ninguém se machucasse.

Noah:

Do lado de fora da fábrica começa a ter alguma movimentação e barulhos. Jacke começa a ficar nervoso, Nia aparece também um tanto aflita.

- O que você acha que está fazendo? - pergunta Nia em relação ao fato de que estou preso.
- Você acha que eu vou deixar ela solta? Quer o que? Que eu traga um lanchinho também?
- Seria uma boa, estou com fome! - digo e eles me olham, Jacke com cara de poucos amigos, caminha até minha frente e aperta meu rosto com uma de suas mãos.
- Você acha que estou brincando, não é mesmo!? - Nia o puxa fazendo-o sair de perto de mim. Ele sai nervoso com a situação ali dentro e lá fora, já que os policiais não param de se movimentar. Pouco tempo depois, um dos policiais começa a fazer contato com a gente lá dentro por meio de um microfone.

- Sabemos que estão aí dentro e que têm um refém. O soltem e se entreguem para que ninguém se machuque! - Jacke volta até Nia e eu com cara de poucos amigos.

- Como eles chegaram até aqui? - ele grita segurando o braço de Nia.
- Solta ela, seu babaca! - falo mais alto que ele fazendo-o solta-la e vim em minha direção.
- Você é muito valente, não é!? - ele ironiza enquanto segura em meu pescoço. Nia bate nele com um pedaço de madeira o fazendo cair. Nesse pequeno instante ela tenta me soltar o mais de pressa possível, mas Jacke ainda tonto levanta e a impede com um tiro na perna.

Bárbara:

Pouco depois de um dos policiais fazer contato com eles la dentro, ouvimos gritaria e um tiro. Meu coração ficou apertado, eu quis correr e tirar Noah de lá. Os policiais estavam se preparando para entrar, e ocorre um estouro dentro da fábrica. Estava pegando fogo! Meu desespero aumentou mais ainda. O corpo de bombeiros da região foi acionado, mas a espera só deixava todos ainda mais nervosos. Como um ato de coragem insana, Sebastian corre em direção a entrada da fábrica e entra como um louco para tirar Noah de lá. Alguns policiais vão atrás dele, e outros ficam do lado de fora para segurar todos nós que queríamos ter feito o mesmo que Sebastian. Não demorou muito e escutamos mais tiros e mais um estouro. Eu já não tinha mais forças, já não sabia mais parar de chorar. Os bombeiros chegam já iniciando a tentativa de controlar o fogo, e nada de saírem de lá.

Noah:

Meu pai do nada aparece em meio as chamas que começam a se espalhar.

- Pai?
- Não fala nada, só vamos sair daqui. - ele começa a me soltar, Jacke aparece e tenta parar ele. Nia mesmo machucada consegue me soltar. Pulo em cima de Jacke para que ele solte meu pai. Parte do telhado começa a desmoronar causando mais um estouro. Policiais entram e nos tiram de lá, ao sair só vejo Bárbara correndo em minha direção feito doida.

- Nunca mais vou te deixar sair sozinha. Você não pode ficar sozinha um instante. - ela me abraça e chora ainda mais.
- Olha, sem querer ser chata, mas está doendo! - digo apontando para meu pescoço.
- Desculpa! - ela da um meio sorriso e me beija.

Sou levada até o hospital mais próximo mesmo sem minha vontade.

- Mais uma vez em uma cama de hospital. Desde que te conheci ja bati meu recorde! - digo implicando com Bárbara.
- Você vive se envolvendo em confusão, não é culpa minha! - ela sorri e Rebeca entra no quarto.
- Meninas, temos notícias de Jacke e Nia.
- Mais confusão? - pergunta Bárbara com um desânimo aparente.
- Não! Jacke morreu queimado. - Bárbara fica em choque, pois apesar de tudo, não esperávamos tanto. - Nia vai ser julgada aqui por se cúmplice dele. Bárbara me abraça e de certa forma respiramos aliviadas com o fim da perseguição que sofremos ao longo desse tempo.

Descobri Que Te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora