Quatro - Certezas e Complicações

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Acordo com uma vontade enorme de não levantar. Fico na cama pensando na resposta que ainda não dei ao meu pai, ficar no Brasil e reiniciar uma vida aqui ou voltar para minha vida na Califórnia? Ficar com meu pai me parece algo bem legal, porque ficar longe dele tem sido ruim. Porém, para isso tenho que abrir mão do pouco que já tenho. Decisão difícil!
Enfim levanto e tomo uma ducha, deixo a água cair até levar consigo a vontade de não existir no dia de hoje.

- Resolveu levantar? - diz meu pai quando apareço na sala.
- É, tenho que levantar né? - sento com ele no sofá.
- Você e a Bárbara estão bem próximas né?
- Um pouco, nada que seja muito! Por que?
- Estava conversando com a Rebeca, estamos preocupados com esse namoro dela.
- É de se preocupar mesmo! Ele é agressivo.
- Preciso que fique de olho neles, se caso ele passar do limite precisamos fazer algo.
- Tá bem! Vou ficar de olho. - ficamos em silêncio, porém meus pensamentos gritam.
Decido sair para andar um pouco, ando até o parque, sento na grama e fico por um bom tempo pensando na vida. Vejo casais com seus filhos, e penso no quanto minha mãe faz falta. Perde-la não foi algo fácil, e nunca será algo superável. Ficar longe do meu pai foi algo bem ruim, e agora estar perto é como ter realmente minha família, não que não a tivesse quando estava com minha vó, mas agora é diferente. Acho que já tenho uma resposta para meu pai. Mas esse não é o momento, já está chegando o casamento...

Volto para casa e dou de cara com meu pai na varanda.

- Por onde andou? - diz meu pai ao me ver chegar.
- Estava só andando.
- Sua vó ligou, disse que sua namorada quer falar com você. Deveria atender o telefone quando ela liga.
- Pode deixar, vou atender. - entro e vou direto para o quarto, com mais uma coisa na cabeça.

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Bárbara:

Meu relacionamento com Jack não está bom a tempos, a espera dele mudar de comportamento não está mais intacta como antes. Quebrou com cada tapa, puxão no braço e cabelo. Quebrou com cada xingamento que tive que escutar...

- Pensativa meu bem? - diz Jack sentando ao meu lado em um banco de pracinha.
- Não! Estava só a sua espera. - digo com um sorriso amarelo no rosto.
- Seus amigos estão vindo. Seja uma boa menina e sorria! - respiro fundo e tento agir o mais normal possível. Luiza e Sophia se juntaram a nós dois e logo em seguida Murilo, irmão de Luiza chegou também. Jack como de costume começou a beber em excesso e começou a querer arrumar confusão com todos que passavam. Com muito esforço e ajuda dos três que ali estavam, consegui levá-lo de volta para o apartamento dele. Deixo ele na cama, e vou embora com a certeza de que tudo já passou dos limites.

Descobri Que Te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora