Chapter 27

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Confesso que quase chorei adaptando esse capitulo.


Louis                                TRÊS SEMANAS DEPOIS


Eu chorava compulsivamente agarrado ao meu travesseiro. Já se passava da meia noite e os gritos não cessavam, Harry e Taylor brigam quase toda noite por qualquer motivo, e eu estou neste lugar, no meio de toda essa confusão.

Eu nunca desejei tanto voltar para casa, eu sinto falta de um abraço, ou de um ato de carinho, eu me sinto tão infeliz e carente que não sei mais como falar com as pessoas. Minha rotina na escola piorou muito, as agressões verbais passaram a ser física, e a dor do abandono me consome a cada dia. Meu pai, finalmente, me ligou semana passada, no meio de uma das minhas crises, nós nos falamos pouco mas foi bom para que eu me acalmasse, não contei sobre nada, não queria preocupa-lo com minhas bobagens. Minha mãe também me ligou à alguns dias atrás, e apesar de todas as discussões que temos quando estou em casa, eu senti o carinho em sua voz.

Me sinto tão vulnerável aqui, como uma formiga indefesa, estou deslocado e perdido, e estou contando os dias para meu pai voltar, não aguento mais toda a tensão entre mim e Harry, ele tenta se aproximar mas eu o nego a todo custo, eu sinto falta de seus toques, mas não tenho vontade de fazer sexo ou algo do tipo.

Eu nem sei o motivo do meu choro, talvez seja um escape do desespero que eu sinto internamente. Sequei as lágrimas com meus dedos e tentei me acalmar, os gritos haviam, finalmente, parado e o silencio me rondava novamente.

— Você precisa dormir. — Sussurrei para mim mesmo me ajeitando na cama.



Quase quatro da manhã e de jeito nenhum, não consegui dormir, a frustração começava a tomar conta de mim, pois eu queria dormir e não conseguia. Levantei da cama e fui para o banheiro, abri o janelão que ficava em frente a banheira, e fiquei encarando o lago, o vento frio bateu contra minha pele e eu abracei meu corpo, as luzes estavam apagadas e eu me sentia muito bem nesse ambiente, acabei ficando por lá mesmo, sentado na banheira vazia, encolhido ali dentro.

Era um bom momento de solidão. Apenas eu, a lua e o lago inexplorado.


-x-

Eu despertei sem a ajuda do despertador, com certeza dormi pouquíssimas horas e me sinto ainda mais cansado. O sol batia contra meu corpo e eu me sentia aquecido, levantei da banheira e me despi indo para o box, tomei um banho rápido, sem molhar o cabelo, estou sem saco para isso. Envolvi a toalha em meu corpo, entrei no closet e vesti meu uniforme, passei um pouco de perfume, apanhei minha mochila e sai.

Passei pela sala de jantar e não vi Harry nem a Taylor, entortei a boca e fui para lá, a mesa já estava posta então apenas me servi com um copo de café e bebi de uma vez só. Tenho me viciado em cafeína nesses tempos, peguei uma banana e uma maçã da fruteira e sai dali antes de alguém aparecer, caminhei para fora de casa e logo vi Felipe me esperando com o carro.

— Bom dia, Felipe. — Falei sorrindo sem mostrar os dentes e lhe entreguei a maçã.

— Ótimo dia, menino. — Falou sorrindo em agradecimento.

Entrei no carro e esperei, agora faço do meu caminho até a escola um preparamento psicológico para aguentar tudo, pois agora além de Cassy e seu grupinho, vários garotos do time de juntaram a ela para me importunar, Niall estava certo quando falou que eu me arrependeria de mexer com ela.



— Está gostando, bichinha? — A voz peçonhenta de um dos amigos de Cassy foi capturada por mim, enquanto eu sentia o liquido gelado escorrer do meu cabelo para meu rosto.

Eu estava de olhos fechados, cercado por Cassy, suas amigas, e os meninos do time. Eu me sentia coagido e prendia o choro a todo custo, eu não tinha para onde correr, estava encurralada no corredor do ginásio, as aulas haviam acabado e eu sabia que não tinha ninguém para me ajudar.

Acho que já era a quarta caixinha de leite que jogaram em mim, só hoje. Eu abri os olhos minimamente e fitei a parede ao meu lado e uma luz se acendeu para mim. Era a quadra de natação, talvez se eu correr bem rápido eu consiga me esconder no vestiário.

Eu ouvia eles rindo me olhando. Eu só tenho uma chance. Contei mentalmente até três e então fui de uma vez, eu corri o mais rápido que pude e senti meu pé doer, eu queria chorar pelo medo que sentia, mas não o fiz. Ouvi o som de seus passos correndo atrás de mim e me apressei em ir ainda mais rápido, entrei nos vestiários e me escondi no primeiro canto que vi, eu estava ofegante embaixo dos bancos perto do armário, tampei minha boca com as mãos e deixei que algumas lágrimas caíssem, ouvia o som de seus pés se aproximando cada vez mais e sentia como se meu coração fosse sair para fora da caixa tórax, e eu imagina que ele fosse me entregar.

— Você se esconder vai ser pior! — Ouvi a voz de um dos garotos bem próxima de mim, eu fechei os olhos com força e foi inevitável deixar que um soluço escapasse. Então depois do primeiro os outros vieram aos montes. Ouvi sua risada e em segundos todos se juntaram a ele. Era o fim da linha para mim. O medo tomou conta de cada célula do meu corpo e naquele momento eu desejei morrer.

As mãos fortes agarraram meus pés e me puxaram com força e eu chorava sem nenhuma vergonha, fui colocada de pé conta minha vontade e tentei me soltar, eu não conseguia ver a expressões deles, meus olhos estavam muito marejados para enxergar alguma coisa. O menino cruzou meus braços atrás de meu corpo, eu não tinha mais escapatória.

— Me deixe ir. — Eu falei entre os soluços e eles riram ainda mais.

— Você está imundo! Precisa de um banho, menino porquinho. — Cassy falou e eu gritei quando senti ela puxando meu cabelo. Eu ouvi quando ela sussurrou alguma coisa no ouvido do garoto que me segurava, mas não fui capaz de entender.

Eu fui levantado do chão e carregada de mal jeito para fora dali, eu queria perguntar o que fariam, mas o medo da resposta me impedia, eu tentei a todo custo expulsar as lágrimas que ainda desciam, e foi quando eu percebi o que eles fariam.

— NÃO, POR FAVOR NÃO! — Eu berrei em desespero me debatendo, eu precisava me soltar a todo custo ou morreria afogado naquela piscina, eu não sei nadar, eu vou morrer aqui sem nenhuma piedade.

— Bom banho, porquinho. — Foi a ultima coisa que Cassy falou antes que eu fosse jogado ali dentro, eu afundei e por mais que tentasse meu pé não chegava ao fundo.

As lágrimas desciam se misturando à água e eu me debatia tentando me salvar, eu sabia que estava sozinho, eles haviam saído e eu morreria aqui. Eu tentava subir e puxar ar de volta para meus pulmões mas não conseguia, foi o momento mais desesperador da minha vida, eu estaria morto em questão de minutos. O cansaço me domava e a falta de ar me desesperava. "Você não tem mais chance, Louis. Apenas desista e venha comigo." Uma voz sussurrou dentro de mim, e como se meu corpo à obedecesse eu apenas parei, afundando naquela ággua.

Sim, esse era meu fim...

Desejos Proibidos ➸  L.S Version (Cancelada)Onde histórias criam vida. Descubra agora