Capítulo XIII

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Boa Leitura!

***

Nina havia se entregado aos seus medos.

Havia voltado à casa de Jorge.

A imponência do local a causava arrepios. Ela Ainda escutava seus próprios gritos ecoando por essas paredes em sua cabeça à não muito tempo.

Ela não percebeu, mas uma lágrima caiu.

Era um sinal claro:

Ela estava com medo. Muito medo.

Porém havia tomado uma decisão, da qual para voltar atrás teria apenas uma forma para fazê-lo: morrendo.

E Nina não estava interessada nessa alternativa. Nunca havia sido considerada fraca. E não seria agora que essa palavra associaria-se à ela. Ergueu a cabeça, sorriu fraco e encarou o jovem na sua frente.

_ Teve coragem de voltar, meu bichinho? - Jorge alcançou a pequena e delicada garota, passando levemente o indicador pelo seu queixo.

A menina se sentiu ofendida e a imponência anterior se intensificou.

_ Querido, eu tive coragem de me envolver com você, né? Então eu não posso ser o que se considera uma pessoa com pouca coragem. Já se olhou no espelho hoje?

Suas palavras pingavam sarcasmo. Ironia dominava sua face. Jorge ficou surpreso e a menina notando isso, soltou uma risada.

_ Com licença... estou me retirando agora.

Nina saia e tomava uma direção diferente à do seu antigo quarto.

_ Onde você pensa que vai? - o Mais velho questiona e a garota se vira elegantemente sob seu Christian Louboutin que exalava dinheiro e poder.

_ Meu amor, eu sou S-E-U bichinho. A casa é dos seus pais. Aqueles quartinhos são referentes ao trabalho de S-E-U-S pais. Portanto sou apenas sua responsabilidade. Como você não tem um lugar específico para me deixar, o rumo então é seu quarto! - deu as costas e partiu.

Jorge cerrava o punho e respirava com dificuldade. Seus batimentos cardíacos estavam visivelmente alterados, já que ele adquiria rapidamente uma coloração avermelhada.

"Ela vai pegar... Ahhhh ela vai...!"

***

Rapha Ainda estava deitado com o rosto enterrado no travesseiro. Ao seu redor, quatro pessoas tentavam o agradar: seus pais e os pais de Nina.

Eles não sabiam o que fazer para o tirar daquele lugar, onde ele se encontrava à algumas horas.

O rapaz não reagia. Ele não chorava. Ele não emitia sons, ele não mexia. E evitava respirar. Apenas quando sentia que estava prestes à desmaiar, respirava novamente. Lentamente, pausadamente. Não queria existir, mas o mundo não é exatamente um lugar onde o universo vive em função de nossos desejos.

E de repente ele se levantou.

Se sentou na cama.

Deu um sorriso Maquiavélico, olhando para as pessoas à seu redor:

_ Hora do show!

***

Um bisturi era tudo o que Nina via. Nas mãos daquele que um dia prometeu que cuidaria de si e a amaria.

_ Que droga, garota! Por que você é tão... você?! Merda...! Eu não gosto disso!

Ela se virou à tempo de ver os olhos cor de jabuticaba de Jorge, se tornar o azul límpido e transparente de Rapha, porém de uma maneira que ela nunca viu: sombrios, sem calor, vazios...

Meu Anjo 🌸 CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora