Apresentações #2

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Lembro de como ela andava pelos corredores do Colégio sorridente com seus amigos, a forma como colocava o cabelo atrás da orelha ou liam um livro no refeitório sozinha e distraída.

Faz dois anos que fiquei conhecido como um garoto problemático e agressivo na cidade, meu último ano foi difícil mais finalmente me livrei dessa.

Dezesseis anos e já tenho uma ficha criminal, minha mãe nos abandonou depois do ocorrido. Não tem um dia que não me lembre das duas coisas que perdi na vida, minha mãe e minha dignidade.

Encontrar com Aluanna duas vezes no mesmo dia não podia ser apenas coincidência, tinha certeza que não era.

Queria chamar ela pra sair desde o ano passado, mas nunca consegui me aproximar e agora duas oportunidades? Como desperdiçar?

Levo um fora com classe!

Ela não era como as outras garotas, ela foi sincera e respeito isso. Mas estava chateado porque um erro de dois anos atrás irá me acompanhar pelo resto da vida.

(....)

Chego na oficina cedo, meu pai e seu pessoal estão em seus afazeres.

- Steven?

- Pai!

O acompanho até seu escritório, já que o 4DVS e seu, fazendo assim dele o chefe.

- Recebi uma ligação de Mary Clarkson, alegando que está atrás da filha dela!

- Não é bem assim, pai!

- Me explique então.

- Eu trombei com ela duas vezes no mesmo dia, foi isso, acha que planejei encontrar com a mesma garota em lugares diferentes?

- Acredito em você filho, só estou pedindo para não se aproximar dessa garota!

- Por quê? Ela é boa demais pra mim, pai? - me exalto um pouco.

- Não estou dizendo nada, mas pelo vistl tem interesse na garota.

- Se tiver?

- Há mãe dela nunca vai permitir que chegue perto de sua única filha, por mais que tente, é se essa garota sentir o mesmo que você, ambos vão sofrer.

Ele vem até mim, bate em meu ombro e antes de sair diz:

- Para o seu bem, não embarque nessa garoto.

(.....)

Horas mais tarde

Estou no Molly's comendo batata-frita quando Jack vem me fazer companhia. Estudamos juntos e nessa cidade o único amigo de verdade que tenho.

- Cara, o lugar tá cheio hoje!

- Isso porque é sexta-feira, gênio.

- Quem vai ser a soturda de hoje? - pergunta olhando para as garotas do outro lado rindo e bebendo alguma coisa.

- Hoje não!

- Como é?

- Vou pra casa dormir cedo, amanhã preciso entregar um carro logo cedo.

- Cara, tá rolando algo que deva saber?

Jack sempre se preocupa comigo, mais desta vez não estava no pique de contar sobre a filha dos Clarkson.

Estou para levantar quando vejo ela entrar, observo atento quando ela vai ao balcão e pergunta por mim. Quando seu olhar pousa na minha direção, minha respiração acelera.

Levanto e vou ao seu encontro.

- Aluanna?

- Oi!

- O quê faz aqui?

- Podemos sair daqui? - ela olhava para os lados como se estivesse fugindo ou procurando por alguém.

Saco o que se passa, aviso para Jack que preciso ir embora. Deixo o dinheiro sobre a mesa, levo ela pelos fundos da lanchonete e entramos na caminhonete.

Durante o caminho ela ri e depois se ajeita no banco.

- Obrigada!

- Vai me contar de quem está fugindo?

- De todos!

- Não quer que te vejam falando comigo, estou certo?

Ela aperta as mãos uma na outra cabeça baixa, paro o carro no acostamento e lhe encaro.

- Você não tem ideia de como as notícias correm!

- Tenho sim.

- Você me chamou pra sair, aqui estou!

- Antes tinha negado, o que lhe fez mudar de ideia? - precisava saber.

- Não pode simplesmente aceitar que estou aqui? Meu Deus!

Ela desce do carro, caminha alguns passos e lhe sigo.

- Onde você vai?

- Pra casa, foi um erro correr esse risco.

- Já está arrependida? Cedo assim?

- Você queria conversar, mas pelo visto me enganei e pensar que gostaria de... - ela se cala e continua andando.

- Entra na caminhonete Aluanna!

- Não, obrigada.

- Logo vai escurecer, como vai explicar pros seus pais ter sido encontrada sozinha no meio do nada?

- Você e um idiota!

- Um dos melhores, agora entra.

Bufando ela entra há contra gosto. Seguro o riso, faço o contorno lá na frente de volta.

Antes de irmos para sua casa, resolvo fazer uma parada rápida pelo cemitério. Quando ela nota onde estamos parece chocada mais não pergunta nada.

Caminhamos por entre as lápides, até que chegamos em uma debaixo de uma árvore.

- Tereza Wood?

- Ela sofreu um acidente de carro no início do ano.

- Lamento por sua perda!

- Meus pais tinham se separado dois anos atrás, ela vivia em Manhatan!

- Sente falta dela?

- Todos os dias.

- Vem sempre aqui?

- Quando posso, mas meu pai vem com mais frequência.

Ficamos calados por alguns minutos, Aluanna pega uma flor de um túmulo do lado e coloca no de minha mãe.

- Roubando uma flor?

- Não começa!

- Melhor te levar pra casa.

- Não tenho pressa!

Ela se ajeita debaixo da árvore e me chama para se juntar ao seu lado, achando sua atitude divertida ficamos ali conversando sobre tudo que vinha a cabeça.

Estava sendo um momento único!

Segunda Chance - SÉRIE GIRL'S 11 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora