Capítulo Vinte e um

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Estava em casa, o almoço já tinha sido feito mais não conseguia esconder como estava infeliz e magoada. Arthur entrou no quarto com um copo cheio de suco, conversamos e sabia que ele estava querendo me animar.

- Não gosto de te ver assim mana!

- Vou ficar bem, agora tenho que focar no meu bebê.

- Devia mandar uma carta pra ele, Steven tem direito de saber que foi um babaca mais que será pai em breve.

Não respondi, apenas o abracei e chorei em seu colo.

(....)

Já estava escuro, todos estavam lá em baixo conversando e bebendo. Troquei de roupa, desci e fui pra garagem. Preciso sair daqui um pouco, quando entrei na garagem vi a cena mais forte da minha vida.

- Oh, isso...

- Mãe?

Ela estava sobre o capô do carro com nosso vizinho e amigo da família, eles estavam transando enquanto todos estavam lá dentro.

Mamãe se assustou e o empurrou para longe, minha raiva me fez avançar pra cima dela com tapas. Estava tão confusa mais cheia de raiva, ainda era inacreditável.

- COMO VOCÊ PODE?

- Luh me deixe explicar querida.

Subi na minha bicicleta e pedalei o mais rápido e forte que consegui, minha mãe gritava meu nome e não consegui olhar pra trás.

O vento estava frio, havia pouco tráfego e mal conseguia saber no que pensar ou pra onde ir primeiro.

O celular do bolso da calça, vibrava e sabia que era minha família. Como voltar pra casa sabendo claramente o que eu vi? A mulher que sempre se mostrou perfeita e certa diante de todos, era uma farsa.

Parei na avenida, olhei em volta e chorei sentindo a ficha cair. Desci da bicicleta, sentei na calçada abraçando-me ainda chorando senti o celular vibrar e resolvi atender por fim.

- Aluanna cadê você?

- Na avenida Arthur, não sei o que...

- Estou chegando, fique onde está vamos conversar tudo bem?

- Ok.

Desliguei, passado alguns minutos vi o carro do meu irmão virando a esquina, me levantei já sem choro quando de repente um caminhão bate contra o carro dele o prensando contra o poste.

Entrei em choque.

Meu primeiro ato foi correr na direção do acidente, mais antes de ter a chance de alcançar o veículo, o mesmo explodiu.

Fui pro chão e quando vi o fogo e escutei os gritos vindo do carro dele, trntei correr na direção. As pessoas que surgiram de algum lugar me impediram, sirenes e gritos.

- ARTHUR!

(...)

Três dias depois

Estava sentada observando as pessoas indo e vindo, o cheiro de comida, de chuva e mentira. Ela andava de um lado para o outro chorando, atuando na minha visão.

Não conversamos depois que Arthur morreu queimado dentro do carro indo me buscar, fiquei na casa de Pauline durante esse tempo com meu sobrinho.

- Luh!

- Não.

Levantei da cadeira e fui para o escritório, mamãe me seguiu e fechou a porta.

- Pelo menos mostre...

- O quê? Respeito por você?

- Filha, meu amor!

- Não tem direito algum de me chamar assim sua mentirosa!

- Exijo respeito Aluanna.

- Perdeu o respeito quando abriu as pernas pra outro cara que não fosse neu pai.

Ela deu um tapa na minha cara, encarei bem seu rosto.

- Tudo isso foi sua culpa.

Sai dali as pressas, subi pro meu quarto e comecei a arrumar minhas coisas. Meu pai veio me procurar e perguntar o que acontecia.

- Pergunte para Mary!

Ele abaixou o olhar e terminei, parei diante dele com as lágrimas escorrendo.

- Eu te amo pai!

- Eu te amo mais querida.

Sai deixando todos ali, peguei o táxi dando o endereço do Henri. Não era o lugar certo para ir naquelas situações, mas precisava de um recomeço.

Quando ele abriu a porta e me encarou com as malas ao meu lado, me acolheu. Depois de alguns dias contei tudo que havia acontecido e felizmente ele estava com as portas e os braços abertos para mim.

Meu recomeço na vida.

Segunda Chance - SÉRIE GIRL'S 11 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora