Doze Horas

Capitulo 13

Em casa abri as janelas e deixei o ar entrar, o dia estava lindo, desfiz as malas e fui comprar frutas e verduras para semana, precisava abastecer a geladeira. Voltei do supermercado com uma orquídea nos braços, para alegrar um pouco o apartamento e a vida que seguia apesar de. O Marco saiu comigo, foi ver a mãe dele e me deixou em casa sozinha.

Meus pensamentos me levavam de volta á praia, ainda estávamos lá, fechava meus olhos e ouvia o som do riso da Raquel, aqueles olhos e não conseguia deixar de pensar em tudo, foram dias inesquecíveis e como voltar a vida normal? Ao meu cotidiano sem ela.

Peguei meu celular e não havia nenhuma mensagem. Precisava me acalmar e focar na minha conversa com o Marco, os próximos dias não seriam fáceis. Tinha que ter calma, pensar em tudo com cuidado  em minhas palavras e comportamento. Qual seria a melhor maneira de fazer as coisas acontecerem, sem causar maiores problemas e dores de cabeça futuras? Organizar minha vida, para onde eu iria? Não queria voltar para a casa dos meus pais, recomeçando  minha vida desta maneira não estava nos meus planos.

Começo a procurar um apartamento para mim ou fico com a Branca neste início?  Preciso ver minhas contas, meu fundo de serva como está? Tenho tantas coisas para providenciar e nada é tão simples assim. Tenho que manter a cabeça fria, pois não quero que minha família e o Marco pensem e sintam coisas que possam dificultar este momento. Não posso permitir que as coisas fujam do meu controle. 

O mais importante era que eu estava decidida e sendo assim, tudo era uma questão de tempo. Eu tinha que controlar meus desejos e sentimentos, não poderia trocar os pés pelas mãos, preciso ser inteligente, não quero perder nada e nem ninguém.

Rolei a noite inteira de um lado ao outro na cama, tive uma noite péssima e mal dormi, pensei na minha vida milhares de vezes e como desligar, revisei muitos momentos da minha história com o Marco e fomos felizes. 

O dia tinha amanhecido, não tinha como não lidar com a realidade, olhar a minha volta era doloroso demais. Saí da cama cedo e fui para a academia gastar energia. Depois de um banho demorado me olhei no espelho e era bem interessante a visão que refletia, estava bronzeada com uma cor linda, escolhi um vestido de linho em tons de amarelo e branco, o que realçou a minha cor de verão, ou melhor, de feriadão e fui para o escritório.

Eu estava animada e ansiosa para chegar, acabei indo um pouco mais cedo para observar a movimentação das pessoas antes do pronunciamento. Assim que saí do elevador dei de cara com a Jaque e o Ricardo, estavam em suas mesas e tiveram a mesma intenção que eu. A mesa da Raquel estava vazia e eles me disseram que ela estava em reunião com a diretoria há bastante tempo.

Fui ver meus e-mails e lá estava um da Raquel, enviado ás duas da manhã e dizia o seguinte:

Minha encantadora Majú,

Meu olhar triste denunciava o cansaço da minha alma que só você viu! Cadê meu sorriso? Minha alma parecia vagar por lugares que meu corpo não acompanha, estava paralisada sem forças para me mover e por que isso agora, logo agora?

Desde muito cedo quis desbravar o mundo, o gosto pela liberdade encontrei no toque do vento em meu rosto, olhando o mundo diante do mar, sentia a vida pulsar em mim...Os desafios nutriram minhas aventuras rumo a vencer meus limites, agarrei-me nos livros e deles fiz pontes que me levaram a novos caminhos e mundos.

Deparei-me com a sozinhez e com a saudade do que havia deixado para trás em nome da realização dos meus objetivos. Deitada em minha cama todas as noites, olhava as paredes e o teto, sonhando com aquilo que de fato queria conquistar, meus sonhos  alimentaram minha obstinação e me faz forte.....