Capitulo 19

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  No táxi revisitei cada momento desta minha história e jamais poderia sonhar que viveria dias assim. Solicitei ao taxista que parasse em uma floricultura, comprei uma orquídea muito parecida como a que estava sobre a minha mesa todos estes dias.

O prédio da Raquel era um prédio antigo com uma fachada estilizada muito bem cuidada. Ela morava no décimo segundo andar, me dirigi a portaria e quando estava pronta para apertar o interfone, o porteiro me deixou subir direto sem ser anunciada, dizendo que a dona Raquel estava a minha espera.

Eu me olhava no espelho do elevador e me vi feliz, linda e grávida . Aos trinta e quatro anos realizada por completo e diante de iniciar uma nova vida, será que as coisas aconteceriam como eu esperava? Eu não tinha mais escolha, precisava ter coragem para fazer as coisas como deveriam ser feitas.

Parada diante da porta do apartamento 1212, eu ouvia a música que tocava lá de dentro, meu coração estava saindo pela boca e confesso que eu estava um tanto quanto preocupada com tudo que teria a dizer. Venci tudo isso toquei a campainha e ela abre a porta de short, camiseta e pés descalços, pega a minha bolsa e a sacola com as garrafas, pede para que eu coloque a orquídea onde quisesse, com o seguinte comentário:

- Adoro orquídea como você descobriu?

- É uma forma de te agradecer.

Ela me beijou os lábios calmamente. O apartamento era enorme de construção antiga e imensos. Os moveis se pareciam muito com os da casa de praia, quadros por todas as paredes e algumas orquídeas agregavam tranquilidades nos ambiente.

Tudo tinha a cara dela sem duvida. Escolhi um aparador perto do sofá para colocar meu presente que era num tom azul, completamente diferente das que ali estavam. Ela me olhou dizendo:

- Fique a vontade, a casa é sua.

Ela me levou para um dos quartos que não era o dela acho, havia um short e uma regata sobre a cama.

- Amor tira esta roupa formal, você está na sua casa, acho que o short vai servir.

Eu achei aquilo o máximo e prontamente me libertei das roupas.Ela foi para a cozinha me deixando sozinha. Caminhei pelo apartamento de pés descalços e rapidamente fui remetida ao meu apartamento em meus dias de inquietude. Fui tomada por uma sensação de plenitude e segurança. A música e o cheiro da comida me confortaram, eram muito familiar e não sei como parecia que eu já havia vivido esta cena de alguma maneira.

Fui até a varanda e me surpreendi com o espaço, havia um sofá, duas cadeiras, uma mesinha e um aparador em um dos cantos. Em uma das paredes havia um jardim vertical com várias orquídeas florescendo, eu fiquei ali e tive a certeza que estava no lugar certo e com a pessoa certa e a máxima me veio a mente "Meu lar é onde meu coração está".

Ouvi a Raquel me chamar da cozinha e caminhei até lá, ela me perguntou:

- Você aceita uma taça de vinho, quero brindar a sua presença na minha casa, no meu lugar. Sabe eu gosto tanto deste apartamento e assim como a minha casa de praia, são meus santuários, é aqui que me refaço e vivo meus dias, imersa em tudo que gosto.

- Seu apartamento é incrível, eu adorei sua varanda, eu estava perdida no seu jardim é lindo. Nós podemos brindar com suco, eu não estou bebendo álcool.

- Uau, seus remédios são tão fortes assim que você não pode tomar nada alcoólico? Acho que eu não tenho suco aqui em casa, me perdoa, vou descer para comprar.

- Eu sabia que você não teria então trouxe. Cadê a minha bolsa e a sacola que você pegou quando eu cheguei?

- Você pensa em tudo né, mas por que você não pode beber álcool, na segunda-feira você estava bebendo vinho, não estava?

Doze HorasOnde histórias criam vida. Descubra agora