Capitulo 5

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Mal tive tempo de comer, a maratona continuaria assim ao longo do dia, às vezes sentia o perfume da Raquel em alguma que passava por mim ou nos lugares que eu entrava. Que coisa mais maluca essa sensação, meus pensamentos são incontroláveis, por varias vezes chamei a Jaque de Raquel, ela só balançava a cabeça negativamente e me olhava com cara de riso. Aí como eu sou boba, estou me entregando, assinando meu atestado de apaixonada.

Durante o dia em nossos breves intervalos  trocamos algumas mensagens, as respostas não chegavam imediatamente, levava um certo tempo, mas chegavam, com a maior calma e bom humor, ela respondeu cada uma delas. Não conhecia este lado da Raquel, conhece-la tem sido uma delicia, é uma surpresa a cada palavra.

Em nossa ultima mensagem ela me enviou o link de uma playlist com dez músicas, me pedindo que ouvisse quando pudesse. Achei interessante a proposta. No táxi a caminho de casa ouvi as músicas, a seleção era das músicas que estavam tocando no carro dela, todas as vezes que lá estive. Ela tem uma memoria incrível, não esquece nada. Adorei a preocupação e cuidado. Assim que cheguei em casa, criei um perfil no link que ela me enviou e adicionei outras, desta forma, poderia ouvi-las quantas vezes quisesse e onde estivesse.

As músicas falavam muito dela, interessante reconhecer o outro nas letras. Isso estava ficando sério. Peguei-me pensando, eu e o Marco não temos este hábito, acho que nunca tivemos, não me recordo dele me mandar músicas nem quando namorávamos e nem depois de casados. Tristes constatações!

As mulheres de fato são mais detalhistas nisso, olha que atenciosa, me mandar uma playlist, isso significa que ela pensa em mim ouvindo estas musicas? Aquilo me deu animo e sem parar, passei a ouvir minha canções, umas cinco vezes em quanto tomava banho. Preparei algo rápido para o jantar e fiz isso lendo alguns processos.

Os dias passaram, era sexta-feira e a semana passou e quase não me dei conta do tempo, eu estava exausta, esgotada mentalmente, não via a hora de acabar o meu dia. Quando descemos para almoçar a Jaque e o Ricardo, assim como eu, estavam visivelmente cansados e agradeceram ser sexta-feira, trabalhamos muitas horas seguidas sobre muita tensão, estávamos sedentos por uma caneca de chop e pelo fim do dia.

Como de praxe ás sextas-feiras acontece o happy hour do escritório, saímos do fórum e paramos no bar dos advogados. É interessante que nunca havia reparado se a Raquel frequentava aquele bar. Mandei uma mensagem dizendo onde estávamos.

Cara leitora me olhe! Você consegue compreender que eu estou dando satisfações de onde estou para ela. Como assim, que mensagem foi essa? A mensagem deveria ser endereçada ao meu marido, não á ela! Na verdade minha intenção era que ela se juntasse a nós depois da semana estressante como a que tivemos. Éramos merecedores de um chop bem gelado e de um bate- papo descompromissado após nossa maratona jurídica.

Eu não parava de olhar para a entrada do bar, a Jaque percebeu minha ansiedade e disse:

- Você esta se esperando alguém?

- Não, não estou!

Por volta das dezenove horas, depois de estarmos na terceira rodada de Chop, eis que surge uma bela mulher caminhando em minha direção, meu coração estava pulando do peito, meus olhos não acreditavam na cena que acontecia diante deles. 

Logo ela nos avistou e a tal mulher abriu um sorriso que iluminou o bar inteiro. Estávamos só nós três na mesa e eu fiquei a vontade para demonstrar a minha felicidade em vê-la, cumprimentos a parte, ela  pediu um Chop e o Ricardo começou seu relatório semanal.

Acho tão interessante o comportamento dele diante dela, ele sempre se comporta com respeito e se reporta á ela dando satisfação do nosso dia, acho lindo aquilo. Ele se sente na obrigação de relatar nossas ações e decisões detalhadamente. Ela ouve tudo atentamente, com a maior paciência do mundo. Ela tem o dom de fazer qualquer um sentir-se bem diante dela.

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