Doze Horas

Capitulo 14

A minha conversa com os meus pais foi mais tranquilas do que eu poderia imaginar, saí segura e baste tranquila para sentar e conversar com o Marco e assim faria o mais rápido possível. Cheguei a casa e fui guardar todos aqueles potinhos no freezer e ele já estava em casa quando cheguei, estava vendo televisão no quarto. Grosseiramente  perguntou:

- Posso saber onde você estava?

- Fui jantar com os meus pais.

- Por que eu não fui convidado?

- Precisava conversar com eles a sós, uma conversa de pais e filha. 

Antes que ele me perguntasse qualquer coisa fui tomar um banho, precisava elaborar com calma o que diria. Permaneci no banho mais de uma hora, eu estava escolhendo as palavras, ensaiando como iniciaria aquela conversa que não seria nada fácil. Respirei fundo e fui para o quarto disposta a conversar. Ele estava assistindo o canal de esporte, sentei na cama e desliguei a televisão. Precisamos conversar, podemos?

- Pode falar, o que eu fiz de errado agora?

- Marco há meses ando inquieta e bastante insatisfeita com a maneira que ando levando o nosso casamento, mal fazemos coisas juntos, quando digo juntos é eu e você, sempre estamos com as nossas famílias ou com amigos, sinto falta da gente e creio que não era assim que queria estar vivendo.

- Você tem certeza que quer ter esta conversa hoje Majú? Nós acabamos de voltar de um fim de semana com seus amigos estranhos, fui por que sabia que te faria feliz, eu não estou entendo essa sua fala agora.

- É interessante como você não me vê Marco, você mal pergunta sobre o meu trabalho, como eu estou? Você não me nota como. As suas atitudes em muitos momentos me fere. A maior parte do tempo você é indiferente a tudo que se refere a mim e definitivamente não é isso que eu quero para a minha vida, não é este tipo de relação que eu quero ter com a pessoa que eu escolhi para envelhecer e ter filhos.

- Mentira Maria Júlia, você está sendo injusta comigo, sempre que você quer falar sobre seu taralho eu sento e escuto, com a maior paciência do mundo, aponto soluções para seus dilemas, agora se eu não digo o que você quer ouvir é uma outra história. E eu não sei por que você trabalha tanto, não precisamos disso, você deveria estar em casa, aproveitando a vida que eu posso te dar.

- Como assim Marco, eu não preciso disso? Eu não preciso ter vida, ter carreira, deveria ser uma mulherzinha fútil a mercê do meu maridão burguês? Para de ser machista, eu não aguento mais estas suas falas e você nem percebe quão machista e déspota você é. Definitivamente não dá mais Marco.Eu quero me separar, não aguento mais tudo isso. Eu agradeço a você por estes cinco anos de casamento, você me fez feliz por um tempo e agora não quero mais empurrar nosso casamento com a barriga, eu estou infeliz com esta relação.

-  Majú, se separar, calma, você esta nervosa de cabeça quente. Para com isso!

- Marco não estou nervosa, estou bem calma e certa do que quero, há semanas estou amadurecendo minha decisão e este é o meu desejo, você merece encontrar alguém que o faça feliz, que seja exatamente a mulher que você espera e merece. Estou longe de ser esta mulherzinha fútil e dona de casa que você espera.

- Para de bobeira, você me faz feliz, gosto do nosso casamento, eu amo você Majú. Agora não entendo por que você esta fazendo isso com a gente e justamente agora, fala a verdade, o que está acontecendo?

- Nós somos pessoas diferentes, eu quero um marido que me apoie, que fique feliz com as minhas conquistas, alguém que cuide de mim, que me mime, que me faça surpresas e esteja comigo em todas as situações.