Capitulo 15

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Dentro de mim existia um fogo que me queimava a alma, meus sentimentos estavam descarrilhados pelo trilho da vida, eu fechava meus olhos e me vinham àqueles lábios, o sorriso, o cheiro, meu corpo pegava fogo quando pensava em nós, meus dias se iluminam quando estou perto dela e tudo parece ser possível e eu sentia falta dela nos meus dias.

 Pensava e automaticamente era tele transportada por sons, a voz,  palavras, o som dos nossos risos e de mim quando ela me olha. Era um misto de tantas sensações e eu deveria estar com a minha clássica cara de boba, era melhor eu me acalmar e voltar a mim. Peguei a lista que o Dr. Pedro havia me dado, juntei com as pesquisas que fiz e passei a estuda-las.

Desembarquei em Florianópolis e fui direto para o meu hotel, ainda era cedo, cheguei era quase vinte horas, precisava gastar um pouco de energia, coloquei um short e uma camiseta, calcei meu par de tênis e saí, fui correr por Florianópolis.

O clima era completamente diferente de Brasília, o vento, o mar, tudo aquilo me traziam boas lembranças, corri por uma hora e meia, após minha corrida, resolvi sentar na orla e tomar uma água de coco. Olhar o mar era como colocar a Raquel diante de mim, meus pensamentos foram tomados por ela e me perguntava o que ela deveria estar fazendo àquela hora?

Eu pensava demais nela e gostaria que ela estivesse comigo. Fico imaginando a gente viajando, conhecendo novos lugares, será que ela gosta de viajar? Como deve ser a Dra. Raquel longe do escritório? Em férias? Sem horários? Sem muitas responsabilidades? Meus pensamentos iam longe, imaginando a nossa vida, nosso dia-a-dia, nosso cotidiano, era impossível não pensar nela e em tudo.

Mesmo diante da situação que estamos vivendo, nós mal nos conhecemos, não sei qual é a cor preferida dela, o que ela gosta de comer, quais são os hábitos dela, como é a família dela, se ela tem Pai e Mãe, se ela tem irmãos? São tantas coisas a descobrir e a conhecer que a minha cabeça não parava. Pensava em como deveria ser a família dela? De onde ela era? Como foi a infância dela? O que os pais dela faziam? Será que ela era filha única? Tenho tantas perguntas e nos falta tempo e convivência, para nos conhecermos.

Voltei para o hotel era quase vinte e duas horas, tomei um banho e fui para a cama. Eu rolava de um lado para o outro, meu corpo estava pegando fogo, eu não parava de pensar na Raquel, minha vontade era ligar para ela e dizer tudo que estava acontecendo, mas eu não podia fazer isso, não ainda, as coisas estavam se resolvendo, se encaminhando, tudo estava muito no início, eu precisa me acalmar de alguma forma.

Com o corpo em brasas levantei da cama e abri a janela do quarto, precisava respirar ar puro, estava ficando sufocada. Sentei na sacada do quarto, estava uma noite linda. Fechei os olhos e fui parar  dentro do mar de Ubatuba, estava nua nos braços da Raquel, ela me beijava a boca sugando meus lábios, lambia meu pescoço. Aí que loucura! Eu preciso estar nos braços daquela mulher o quanto antes!

Precisava me acalmar e naquele momento o que me restava era tomar outro banho gelado, me acalma de alguma forma. Entrei em baixo d'água e deixei a água fria me aquietar, fiquei lá quase uma hora e nada. Saí do banheiro e peguei o celular, tinha esquecido de enviar o e-mail que havia escrito para a Raquel no avião, quem sabe ela me responderia e poderíamos conversar um pouco.

Voltei para a sacada do quarto, sentei na cadeira com o celular nas mãos, olhava para ele e me perguntava por que ela não me ligava? Não me enviou uma única mensagem? Aquele silêncio estava me levando à loucura. Li novamente o que havia escrito e resolvi enviar, apertei o enter e foi, sem pensar demais enviei. Sei que a hora não era a melhor, mas meus desejos possuem vida própria, eu não aguentava mais esperar o horário comercial para ligar ou mandar mensagens. No horário comercial eu tinha que trabalhar e não podia ficar falando.

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