Hyemi soltou uma risada destituída de humor.
— Está brincando, não está?
— Não.Ela piscou, aturdida. Então tornou a caminhar pelo saguão, ao lado dele, em silêncio.
— É ridículo, oppa! Disse isso a ela, não disse?
Ele se limitou a fitá-la com um brilho divertido no olhar.
— Youngjae! Somos ótimos amigos, mas pelo amor de Deus! SoYoon está indo longe demais se imagina que possa existir algo entre nós.
— Digamos apenas que minha mãe não vê nada de ridículo nesta hipótese.
— Ah, é?! E o que pensa fazer a respeito?
— Nada. Para que perder meu tempo?
— Mas ela tem de tirar essa idéia da cabeça!
— Por quê? Tem sido assim há anos. Aposto que desde a época em que nossas mães nos lavavam na mesma banheira.
— Minha mãe também?! — exclamou Hyemi com voz estridente. — Ah, não! Não vai me convencer de que ela tomaria parte nesta maluquice.
— Tomaria e toma — reforçou Youngjae, sem paciência. — Pode ter certeza de que não conseguiu dobrá-la com aquela ameaça. O que aconteceu foi que as duas pararam de falar no assunto com você.
— Vou dar um jeito nisso. É um absurdo!
— Faça o que quiser. — Ele parou à porta dela, hesitante. — Vai querer jogar uma partida de buraco, hoje?
— Pode ser. Apesar de eu ainda ter roupa da semana toda para lavar.
— Lave lá em casa. Eu já disse que podia usar a máquina, quando quisesse.
— Eu sei, mas detesto incomodar.Youngjae soltou uma gargalhada.
— Eu sei...
— Antipático! — Ela mostrou a língua.
— Então vá à lavanderia. — Ele deu de ombros. — Por mim...Hyemi girou a chave e abriu um sorriso.
— Está louco para que eu vá à sua casa. Não pode jogar buraco sozinho.
— Pelo menos dou valor a seu cérebro. Não sou um Taemin-da-vida que só soube ver seus dotes físicos...
— Acha mesmo? — Ela riu, mirando-se no espelho do hall.
— Apesar de só tê-la visto sentada — provocou Youngjae, divertido.
— Por isso que eu adoro você! Nunca me deixa ficar convencida!
— Vai jogar ou não?
— Vou.
— Então vou dando as cartas enquanto apanha a roupa suja.
— Ah, claro! É o único jeito com que consegue uma chance de ganhar, não? — zombou Hyemi, fechando a porta, antes que ele replicasse.Rumou para o quarto disposta a trocar de roupa, a mente ainda no episódio do restaurante. No fundo tinha gostado de ser cortejada por Taemin. Aos vinte e cinco anos era lisonjeiro saber que continuava atraente. Há muito chegara à conclusão de que, embora não fosse "de se jogar fora", dificilmente era do tipo que virava a cabeça dos homens.
Definitivamente, não se achava desesperada. Um dia, um homem que
compreendesse o que a empresa significava para ela iria surgir. Nesse meio tempo, a Bonjil Cosmetics a manteria ocupada.Mudou o conjunto de saia e blusa pêssego por jeans e um velho suéter vermelho, empilhando depois as roupas sujas numa cesta de vime. Youngjae deixou a porta do apartamento aberta, o que lhe permitiu ir direto à área de serviço separar as peças.
— Oppa? Já imaginou a cara de Jihye se entrasse aqui, agora? — Riu. —
Calcinhas de renda por todos os lados!
— A gente tem de falar sobre Jihye? — Ele suspirou.
— Não. Empresta um pouco de sabão?Ele apanhou uma caixa no armário.
— Obrigada. Também me esqueci de comprar, ontem.
— E quando lembra de comprar alguma coisa? — replicou ele, sério.Hyemi piscou, surpresa.
— Comprei uma porção, ontem, ora!
— Quer saber? Talvez essa idéia da minha mãe não seja assim tão descabida.
— Como assim?!
— Bem, se sou eu quem compro a maior parte das coisas de que precisa... Devia mais era me casar com você de uma vez.
— Muito engraçado! — Hyemi abriu um sorriso falso. — Hora de se distrair com as cartas, querido. Já está começando a falar bobagens.
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Será que é AMOR? || Yoo Youngjae B.A.P ||
FanfictionA cidade estava adormecida. As ruas, cobertas de neve, lembravam fitas de cetim enfeitando às luzes de Seul. Hyemi cismava na janela de seu apartamento, se perguntando como o rumo de sua vida mudou tanto em tão poucos dias. Youngjae, seu amigo, seu...