Capítulo 12

72 11 6
                                    

Ter consertado sozinha o aspirador fez brotar em Hyemi um orgulho tal que, de súbito, ela se viu cantando enquanto limpava a sala. E o que era mais engraçado: cantando uma música que adorava, quando criança.

Arrastou os estofados, pensativa. Talvez devesse mesmo dar uma olhada na velha casa. Mesmo que a visita não desse em nada, pelo menos serviria para aplacar a estranha nostalgia que vinha lhe atormentando ultimamente.

Mas, se ficasse ainda com mais vontade de reavê-la?, perguntou-se, confusa; ainda mais aflita para se libertar do confinamento em que vivia ali?

E por que não?, rebateu uma voz dentro dela. A empresa vinha de vento em popa e dinheiro não era problema.

Mas teria condições de cuidar da casa? Disso já não tinha tanta certeza. Sempre havia tarefas como: aparar o gramado, juntar folhas secas das árvores, tirar neve do caminho, no inverno... Coisas com que nunca precisaria se preocupar morando num apartamento. Se comprasse a casa de volta, teria de contratar alguém de confiança para esse tipo de serviço. E uma empregada doméstica, o que não era fácil de se conseguir.

Por outro lado, mudar para lá eliminaria a longa "viagem" que era obrigada a fazer todos os dias para o local de trabalho. Poderia ganhar pelo menos uma hora, o que lhe daria tempo suficiente para algumas tarefas domésticas.

Não faria nada demais em dar uma olhada, disse a si mesma, sem muita
convicção, buscando a lista telefônica. 

Eunho... Não era esse o nome do corretor, segundo a mãe dela? Não devia ser difícil encontrá-lo.

Anotou o número do telefone e guardou-o na bolsa. Iria pensar no assunto e talvez, no dia seguinte, pudesse fazer uma visitinha ao sr. Eunho. Mesmo porque, poderia até analisar outras opções. Nada a impedia de adquirir uma casa menor, mais condizente com seu ritmo de vida.

Olhou ao redor, satisfeita. O apartamento não ficava limpo daquele jeito havia meses!

Preparava-se para voltar ao batente quando o telefone tocou.

Provavelmente era Taemin cancelando o convite, depois de Jihye ter lhe derrubado o teto na cabeça, concluiu.

— Oi... — A voz gostosa de Youngjae chegou até ela.
— Já está em casa?
— Não, ainda estou na fábrica. Acontece que só agora me ocorreu que pode ficar a ver navios amanhã à noite... Pensei em ligar para John e combinar um jantar a quatro, que tal?

A satisfação em ouvi-lo desapareceu como mágica. Sair com Youngjae e Meghan no reveillon, refletiu Hyemi desgostosa, e ainda com John como companhia? Essa era muito boa!

— Não, obrigada — agradeceu, docemente. — Já arrumei um programa.

Youngjae não insistiu. Com certeza estava aliviado, meditou ela. Com a consciência tranquila, podia aproveitar bem melhor a noite com Meghan!

— Não se preocupe comigo — reforçou. — Sei me virar.
— Eu sei que sim — ele concordou, indiferente. — Vou trabalhar só por mais meia hora. O convite para os sanduíches ainda está de pé ou já comeu?

Hyemi demorou a responder, só então se dando conta de que não havia jantado.

Entretanto, preferia morrer de fome a dar a Youngjae a impressão de que não vivia sem ele!

— Já jantei — mentiu, com naturalidade forçada. — Fica para outra vez. Era só isso, oppa?... Estou super ocupada.

Se tinha esperanças de que ele ficasse intrigado ou curioso para saber o que a vinha absorvendo, enganou-se redondamente. Youngjae nem sequer hesitou:
— Vejo você amanhã, então. — E um clique encerrou a conversa.

Será que é AMOR? || Yoo Youngjae B.A.P || Onde histórias criam vida. Descubra agora