Capítulo 8

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Meghan e o empresário se atrasaram. Hyemi bebericou o segundo copo de
vinho, olhando o relógio.

— Isso é o que eu chamo de falta de profissionalismo!

Youngjae ergueu uma sobrancelha.

— Hyemi, quem tem telhado de vidro...
— Ah, não. Eu nunca me atraso assim! — protestou ela.
— Sorte sua os executivos não serem obrigados a bater ponto, lá na fábrica — investiu ele, com um sorriso de lado. — Senão ia ser descontada toda semana.
— Não é sobre mim que estamos falando.
— Ah, é verdade! — Ele riu — Apesar de que, em se tratando de Meghan, ninguém reclama de ficar esperando, pode crer.

Ela inclinou a cabeça, curiosa.

— Tem mesmo uma "queda" por ela, não? Por que não arrisca, Youngjae? Nunca soube que ela fosse comprometida. Podia ficar famoso sendo o homem que conquistou a inatingível Meghan...
— E o que ela veria num pobre coitado como eu, posso saber?
— Está brincando?! — Hyemi pousou o copo com um baque. — É um homem culto, inteligente, de boa família, bonito e mais ou menos rico. O que mais ela pode querer?
— Nada. — Ele ajeitou a gravata, significativamente.— Eu só estava querendo confete.
— Ah, foi o que pensei!
— Pelo menos Meghan é mais interessante do que Jihye.

Hyemi balançou a cabeça.

— Falando nela, eu a vi ontem, saindo de uma butique.
— E daí?
— Daí que ela mal me cumprimentou, apesar de ter lhe enviado um recado.
— Ah, é?!
— Disse que não importava quantas flores mandasse. Para ela você continua um arrogante, convencido, grosseiro e... esqueci do resto.

Youngjae suspirou, fingindo-se aborrecido.

— E isso porque tentei fazer as pazes.
— O que mandou para ela, afinal? Flor de cactus?
— Rosas. Uma dúzia.
— Pois não adiantou. Pensei que ela fosse me jogar escada rolante abaixo, só por ter testemunhado aquele desastre.
— Seria bem feito para você.
— Que mal eu fiz?! — exclamou Hyemi, ressentida. — Só porque quis
aproximar duas pessoas que...
— Concentre-se nos negócios — recomendou Youngjae. — Como cupido, é uma ótima empresária.
— Obrigada! E pensar que continuo preocupada com você.

— Ora, só precisa fazer a vontade da minha mãe...
— E aceitar uma proposta de casamento sua? Não, querido, muito grata. Não quero oferecer o sacrifício, nem por SooYoon.
— Isso porque ainda não parou para pensar nas vantagens.
— Quais, por exemplo?...
— Uma delas é que não teria mais de ficar correndo atrás de encontros para mim. Outra: poderíamos dividir as despesas. E, mais interessante ainda: nosso seguro-saúde sairia mais barato.
— Ah, que romântico!
— Também não precisaríamos dar dois presentes de Natal para o zelador do prédio. E conseguiríamos um bom desconto no título familiar do clube.
— Youngjae? — Hyemi tomou um gole do vinho, mirando-o por cima da borda e piscando docemente. — O que faria se eu dissesse "sim"?
— Teria uma parada cardíaca aqui mesmo. — Ele riu.
— Então não se preocupe. Não quero lhe causar nenhum "mal súbito".
— Mas, Hyemi, já pensou? — persistiu ele, cínico. — Não precisaria nem
mudar o endereço na etiqueta das malas: só o número do apartamento!
Ela já não ouvia. Tinha os olhos fixos na porta do restaurante.
— Meu Deus, ela é linda!

A entrada de Meghan não tinha sido anunciada. De repente, porém, todos os olhares concentravam-se nela.

A modelo deslizou por entre as mesas em movimentos suaves e graciosos, o
corpo escultural envolto num vestido de algodão de lycra branco de inesperada simplicidade, os cabelos muito negros e brilhantes presos num coque discreto na nuca. Não usava nenhuma jóia, nenhum adorno. Não trazia nada que pudesse prender a atenção, além de um rosto absurdamente perfeito, com pele de pêssego, olhos verde-amendoados e lábios cheios e sensuais.

Será que é AMOR? || Yoo Youngjae B.A.P || Onde histórias criam vida. Descubra agora