Primeiramente, quero dizer que estou postando essa Fanfic porque já há escrito quase todos os capítulos. Mas não vou pedir nenhum voto e comentário, sintam-se a vontade.
Nem sei se alguém lerá isso, mas estou postando mesmo assim. =)
Curtam ^^**********/////***********
A luz suave do abajur inundava parte do quarto, deixando o resto mergulhado na penumbra. Lá fora, o inverno tingia a noite de um azul profundo e as luzes bruxuleantes da cidade perpassavam as cortinas rendadas. Discreto, o rádio relógio sobre a mesa de cabeceira apontava: duas e dez.
A jovem sentada na cama, contudo, não se dava conta do tempo, completamente absorta nos papéis que trazia sobre as pernas cruzadas.
— Velado — pronunciou Kwan Hyemi em voz alta, testando o som contra o vazio do quarto. Balançou a cabeça e tentou a palavra seguinte: — Champa... Champanhe?
Revirou os olhos, exasperada. Que diabos acontecia com Youngjae? Aquilo era nome para perfume?!
Suspirou profundamente, antes de tornar a se concentrar na lista de nomes sugerida para a nova essência que a Bonjil Cosmetics pretendia lançar. Em menos de um minuto, jogava as folhas ao pé da cama, desgostosa.
Quanta idiotice, resmungou para si mesma. Pelo visto, teria ela própria de encontrar uma solução. Mas isso podia ficar para o dia seguinte, ponderou, abrindo um bocejo. Pegou uma maçã no criado-mudo, mordendo-a com gosto enquanto folheava uma revista.
Nada como um bom relax depois de mais um desgasto dia de trabalho.
Não que tivesse algo contra trabalhar, muito pelo contrário.
Correu os olhos pelas páginas coloridas, o pensamento ainda na Bonjil. A companhia era sua vida, quase uma obsessão, havia cinco anos. Desde que se lançou de corpo e alma aos estudos de administração, a fim de assumir o cargo do pai na empresa. Na época, ninguém confiou que pudesse dar conta do serviço. Consideravam-a jovem demais e inexperiente. Yoo Youngjae mais do que ninguém. O pai dele, juntamente com o dela, tinham sido os sócios fundadores da companhia.
Engraçado, refletiu, como todos
presumiam que ele fosse tocar os negócios, nem sequer imaginando que ela pudesse querer o mesmo. Com apenas dois anos a mais que ela, Youngjae instalou-se no escritório central da Bonjil antes mesmo que ela terminasse a universidade. Então havia se concentrado em aprender na prática, observando com atenção cada acontecimento, atuando lenta e conservadoramente.Às vezes tinha a impressão de que ele ainda não acreditava em sua persistência; como se ela fosse jogar tudo para o alto de um dia para outro.
Não que estivesse ansioso para se ver livre dela, concluiu Hyemi rapidamente.
Tinham uma relação profissional invejável. Dificilmente sócios se davam tão bem, combinando talentos e nunca armando discussões. Quase nunca, ela se corrigiu com um sorriso, recordando as vezes em que a estrutura de concreto da sede da Bonjil chegou a estremecer com as brigas.
Normalmente, porém, formava com Youngjae uma dupla perfeita: ela, transbordando de idéias; ele, o administrador gênio que juntava as peças pacientemente, pondo em
prática as inovações.Sim, pensou. Era uma mulher de sorte. Tinha o trabalho perfeito, o sócio perfeito.
Até então, nada capturava seu interesse e devoção como a indústria de cosméticos. Desde muito cedo, batons e perfumes não tinham sido mais um brinquedo, como para as outras meninas, mas sua fonte de sustento.
Por insistência do pai, havia tentado, ainda que a contragosto, trabalhar em
outras áreas durante as férias de verão. Mesmo assim, morria de inveja de Youngjae que, sem resistências de nenhum gênero, assumiu desde cedo uma função na Bonjil.Agora, analisando o passado, compreendia a estratégia de seu pai. Privada de seu maior objetivo por algum tempo, quando finalmente pôde adentrar nos negócios da família, sabia com absoluta certeza que aquilo era tudo o que sempre havia querido na vida. E, assim, tinha passado os últimos cinco anos "recuperando o tempo perdido".
Hyemi virou a página e um rosto de mulher, emoldurado por cabelos negros, a fitou do anúncio colorido. Tinha formas suaves e perfeitas, um nariz clássico, boca em forma de coração e olhos da cor de esmeralda: Meghan, a modelo estrangeira cujo nome vinha agitando o mundo da propaganda. Por que a natureza não havia lhe presenteado com tais traços?, perguntou-se Hyemi, com uma ponta de desilusão.
Segurou uma mecha dos cabelos que lhe caíam sobre os ombros. Sua cor de cabelos agora eram castanhos. Nem da cor de mel, nem ruivos, nem negros. Apenas castanhos. E, assim, eram seus olhos. Bonitos, lógico, mas sem nada de excepcional. Tinha o rosto oval, o nariz reto, e estava longe de se sentir à vontade para exibir as roupas exuberantes de que gostava.
Suspirou longamente. Se se parecesse com Meghan, poderia fazer muito mais pela imagem da Bonjil Cosmetics. E pensar que, pessoalmente, a moça era ainda mais deslumbrante! Havia tido a oportunidade de vê-la num desfile para o qual ela e Youngjae tinham sido convidados, algumas semanas atrás. A participação de Meghan foi exclusiva, uma vez que devia estar com a agenda lotada. E também porque poucos eram os clientes em condições de bancar seu cachê para tais eventos.
Ao avistá-la na passarela, havia cutucado Youngjae, animada.
— Olhe, é Meghan!
— E eu não sei? — respondeu ele, os olhos vidrados na modelo.
— O que acha do vestido?
— Vestido! Que vestido?Não podia culpá-lo, ponderou Hyemi, mesmo que a contragosto. Meghan era mesmo de parar o trânsito!
Fitou os olhos verde-amendoados na página da revista. A mulher transpirava sensualidade, mesmo dali. E era como se fosse... inatingível.
Hyemi mordeu o lábio. Era essa a qualidade que tinha sentido no perfume: uma mistura exótica de aromas à base de almíscar. Diferente de tudo quanto tinha provado até ali, mas sofisticada demais para uma mulher tão... comum como ela.
— É isso — decidiu.
Buscou o telefone, discando, rápida, uma série de números. Meghan, pensou.
Seria esse o nome da nova essência. Isso é, se conseguissem fechar contrato com a modelo. Com jeitinho, contudo, saberiam como persuadi-la, previu otimista.— O que foi, Hyemi?
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Será que é AMOR? || Yoo Youngjae B.A.P ||
FanficA cidade estava adormecida. As ruas, cobertas de neve, lembravam fitas de cetim enfeitando às luzes de Seul. Hyemi cismava na janela de seu apartamento, se perguntando como o rumo de sua vida mudou tanto em tão poucos dias. Youngjae, seu amigo, seu...