Já faziam um mês, três dias, ou então nem se passaram duas horas, Wendy não sabia dizer, havia perdido a conta. Seu olhar já estava embasado, pernas totalmente roxas e com vários cortes, unhas algumas arrancadas com sangue acumulado. Ela não sentia mais nada, nem lágrimas era possíveis descer pelo seu rosto.
Um murmúrio era possível ser ouvido do lado de fora da porta. Eram eles, mesmo com a audição danificada era possível escutar um pouco do que se tratava.
ㅡ Ela irá morrer se continuarmos, mais uma morte será um problema. - A mulher dizia impaciente, podia se ouvir passos ecoando em um longo corredor, indo e vindo. - O que iremos fazer?
ㅡ Vamos apenas... - Ele dá uma pausa para pensar em algo possível para aquela situação - Jogar ela em algum lugar, fingindo suposto suicídio.
A mulher solta uma risada nada agradável de felicidade. A porta abre bruscamente. Wendy era incapaz de se por em pé por conta dos machucados, nem sua cabeça podia levar normalmente. Sem dó algum ela é arrastada por longos corredores, ela odiava longos corredores.
ㅡ Kim, a mãe de Wendy trabalhou a noite inteira e não sabe sobre a filha, teria como ligar para ela e dizer que Wendy está na sua casa, para pelo menos tranquiliza-lá por enquanto. - Thomas diz ainda olhando para o computador, sem ao menos olhar em sua volta.
Kim caminha para onde havia deixado o celular e o pega, discando os números que havia na agenda. Do outro lado da chamada ela ouve a voz da mulher, estava tranquila e ter uma notícia de sua própria filha seria horrível.
ㅡ Só liguei para avisar que Wendy vai ficar aqui em casa hoje, amanhã ela volta para casa. - Mesmo tentando controlar sua voz ela saia trêmula.
ㅡ Oh, sem problemas. Já faz muito tempo que ela não fica na casa de nenhum amiga, cuide bem da minha Wendy. - Ela disse, parecia estar cozinhando algo, pois no fundo era possível escutar o barulho de panelas. - Bem eu tenho que desligar, diga a ela que a amo.
ㅡ Direi. - Kim se lembra que nesse momento Wendy está correndo perigo, que o eu te amo da mãe poderia não ser transmissível para onde ela está. Uma lágrima teima em escorrer.
A jovem desliga e esfrega os olhos para impedir de mais lágrimas continuarem a descer. Um grito vindo da sala a faz dar um salto e correr em direção, era o Stark. Ele havia recebido uma ligação da agência reportando que haviam encontrado uma jovem seminua jogada em um matagal.
ㅡ Não sabemos se essa jovem é mesmo a Wendy, ela foi levada para o hospital e no momento há muitos reportes por perto, todos loucos por uma entrevista de alguém conhecido. Entrar lá não será fácil. - Thomas diz finalmente olhando algo que não era o computador. - O que iremos fazer?
ㅡ Disfarces médicos. - Stark diz olhando para um ponto fixo e então olha para Kim, apontando para a mesma - E paciente.
Kim olha incrédula, em seus pensamentos apenas ficando como ela se meteu nesse meio. Era tudo por Wendy. Kim solta um longo suspiro se jogando no sofá, tentando não deixar a emoção tomar conta de seu corpo, se não era iria ser a paciente realmente.
ㅡ Pronto, já liguei para o hospital e avisei sobre. É um hospital sócio da agência, por sorte obviamente. - Stark diz guardando o celular e se levantando. - Vamos pegar as roupas na agência, passar maquiagem para fingir uns cortes na Kim, e só então poderemos passar no hospital.
A agência estava agitada com o caso de Wendy, não havia parado nem por um segundo para descanso. Todos estavam preocupados, se aquela jovem for mesmo Wendy tudo será mais difícil, ela está muito machucada.
Pelos braços e pernas inteiros existem milhares de cortes profundos e leves, era difícil dizer a parte que se livrará dos cortes, existiam muitos roxos também. O rosto deformado devido a espacamentos. As unhas das mãos haviam sido arrancadas e a sola do pé existiam cortes profundos. Será um milagre se aquela jovem sobreviver.
O trio entra correndo pela agência a procura dos profissionais em disfarces, como eram muitas pessoas caminhando sem parar era difícil achar alguém. Thomas lembra que existe algumas pessoas no segundo andar que sabem sobre disfarces.
ㅡ Elevador, até o elevador quer testar minha paciência hoje. - Stark diz impaciente, não parava de mexer as pernas e as mãos. - Quer saber vou pelas escadas.
Ele sai correndo, seguido por Kim e Thomas que reclamou. As escadas pareciam uma eternidade quando se queria chegar em algum lugar, quanto mais se subia mais distante parecia, apenas quando se viu o fim sentiu um alívio.
Foi apenas ver um moço com uma caixa de disfarces que o trio correu sem pensar duas vezes, assustado o rapaz que quase deixa cair a caixa. Explicaram a situação e foram se arrumar.
Depois de uns minutos, que passaram voando para eles, eles se arrumam. Estavam muito convincentes com aquele uniforme padrão e a paciente, será muito fácil para "invadir" o lugar.
Uma ambulância foi chamada, para poderem entrar rápido. A mesma correu muito, ultrapassando os carros que estavam na frente. Quando podiam ver a vista do hospital o nervosismo correndo na pele, misturado com a ansiedade de poder ver a amiga novamente. Infelizmente nenhum deles sabiam se a jovem encontrada era mesmo Wendy, mas eles oravam aos céus que fosse.
ㅡ Vamos fazer nosso melhor, pela Wendy. - Stark diz encorajando a todos os envolvidos. - Kim deite na maca, finja que está desmaiada o resto deixe conosco.
Eles descem a maca da ambulância. Realmente existiam muitos reportes naquele local, eles não escaparam dos flashes das câmeras e reportes perguntando o que havia acontecido com a moça deitada na maca.
Não respondendo nenhuma pergunta eles entram no hospital, lugar que eles podiam, pelo menos, respirar. Não haviam muitos pacientes no local, devido o ocorrido, então foi fácil passar pelos corredores e entrar na sala onde estava Wendy.
Ao ver a jovem deitada e todos aqueles aparelhos que a mantinham viva Kim descendo da maca onde estava e correu abraçar a amiga. Lágrimas não paravam de escorrer e apenas uma frase foi possível ser pensada no momento.
ㅡ Sua mãe... sua mãe mandou te dizer que te ama.
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Sorry, I forgot
RandomEu vivo em um mar de pessoas, onde constantemente sou puxada para o fundo e lá fico. Nesse fundo do mar tudo que vejo é escuridão, não consigo me lembrar de nada.