i'm a boy \\ joshler

..::i love you::..

Josh fitava a porta do leito hospitalar como se ela fosse uma fotografia de Tyler, fixamente. Suas mãos suavam e ele tentava entender o porquê de estar tão nervoso quando deveria estar dando mortais para trás de alegria.

O frio daquele hospital adentrava o tecido fino de seu casaco moletom, perfurando seus ossos. Josh odiava hospitais por conta de seu clima mórbido, as cores tristes e o cheiro insuportável de álcool e produto de limpeza. Ele ainda estava surpreso por praticamente morar naquele hospital durante 4 dias. Contudo, foi por Tyler, e pelo garoto mais jovem Josh moraria até no inferno.

Ao pensar que seu Tyler estava naquele quarto doeu em Josh, causando-lhe raiva no porquê de Tyler estar lá.

Josh agradeceu aos céus por terem levado Joey preso antes que ele o visse, sua vontade de estrangular o garoto era quase incontrolável. Ele não compreendia como Winston pôde fazer tanto mal a alguém como Tyler, uma pessoa tão meiga e encantadora, com um sorriso de covinhas que podia dar fim à guerras.

Tudo isso foi por que Tyler não o quis? Essa violência toda foi por causa de um não?

Josh sentia nojo e pena de pessoas como Joey; prepotentes e arrogantes, andando por aí com o nariz empinado mandando em tudo e todos. Pessoas vazias por dentro; superficiais e com valores deturpados, doentes no caráter.

Ele suspirou profundamente e decidiu parar de enrolar. Havia passado esses quatro dias desejando loucamente que Tyler acordasse e agora que isso aconteceu ele estava ali, como uma estátua de gesso namorando com a porta. Levou a mão até a maçaneta, girando-a e abriu a porta, entrando na sala silenciosamente. O sorriso que adornou seus lábios ao encontrar Tyler foi imediato.

O garoto estava deitado em uma maca no centro do quarto, havia um fino lençol sobre ele e Josh duvidou que aquilo o deixasse aquecido o suficiente. Tyler tinha os olhos cerrados e cantarolava alguma música de melodia feliz, porém de letra triste e isso era totalmente sua cara.

O sorriso de Josh caiu ao perceber os repletos de ferimentos no garoto; ao redor dos olhos estava um roxo beirando a preto, e essas contusões se repetiam no maxilar e nas maçãs do rosto, diferenciando a cor amarelada ao redor. Alguns cortes pequenos se espalhavam por sua face, tal como nós braços que estavam estendidos​ na maca.

Foi algo difícil para Josh ver, o amor de sua vida ali, naquela cama de hospital. O seu menino bonito repleto de ferimentos.

Apesar de todas as contusões Tyler ainda era o menino mais lindo que Josh já teve o prazer de pôr os olhos.

Sim, um menino. E maldito seja aquele que chamar Tyler de garota em sua frente.

Josh só se deu conta que Tyler o encarava de volta, com um sorriso no rosto, quando o cantarolar que preenchia o quarto cessou. Os olhos cravados um no outro refletiam todo o amor e carinho dos dois rapazes.

— Josh... — disse Tyler.

— Tyler... — respondeu Josh.

— Sim, esse é o meu nome. — Josh revirou os olhos e fechou a porta atrás de si, ainda sorrindo. — Por que está tão longe? Se aproxime, eu não mordo. A não ser que queira.

Josh quis arrancar o sorriso malicioso de Tyler com um beijo, contudo, caminhou veloz até o garoto deitado. Colocou as mãos nos bolsos da calça jeans, sem saber o que fazer ao certo com elas, e fitou Tyler como se ele fosse a pedra preciosa mais rara do mundo. E para Josh, Tyler era.

— Vejo que continua o mesmo idiota, graças a Deus. As pancadas não afetaram seu cérebro! — zombou Josh e Tyler riu rapidamente, parando ao fazer uma careta de dor. Preocupação se apoderou do menino mais velho — Como você está?