..::acceptance II (thanks mom)::..

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*aviso: este capítulo contém cenas +18 (smut). Quando aparecer o ">>" será o começo da cena, consequente o "<<" será o final. Desculpem o incômodo e boa leitura! <3*

Acolhido.

Acolhido era a palavra que Tyler poderia usar para descrever-se naquele exato momento. Deitado, ele estava envolto de um cobertor grosso e pesado, um braço circulava sua cintura de forma protetora. Um par de pernas alvas estavam entrelaçadas com as suas, a respiração contra sua nuca lhe causava bons arrepios. Ele não vestia nada mais do que uma boxer azul, graças a isso, podia sentir o peito do outro como as ondas do mar beijando a praia, rítmica  levemente. De olhos fechados, Tyler se permitiu sorrir.

Um ano se passou desde que o ensino médio acabou. Um ano passado tão rápido, parece que foi ontem a retomada de Tyler à escola depois do incidente que marcou sua vida. Ele lembrava-se muito bem dos olhares de espanto direcionados a si, os de desprezo também. Ninguém entendeu que a tão famosa Tiffany Joseph, agora atendia por Tyler Joseph. Os alunos não sabiam o que era uma pessoa  transgênero e nem a respeitavam.

Tyler achou que aquele ano escolar nunca iria acabar. Ele também temeu sofrer novos tipos de agressão na escola e não foi o único; seus amigos da época, Jenna e Josh, grudaram nele que nem cola. No começo Tyler sentiu-se chateado pela superproteção, mas com o tempo se acostumou com as suas duas novas sombras. Na verdade era até engraçado acompanhar Jenna e Josh competindo para ver quem o protegia mais.

Pena que nem um dos dois estava com ele em casa todo o tempo.

Os últimos meses na Christian High School foram tão difíceis quanto os dias em casa, com a sua mãe.

A mulher até então ainda não o aceitava, continuava chamando-o de Tiffany e todos os pronomes femininos. Se ela soubesse que Tyler começou sua transição, semanas atrás, provavelmente teria um infarto.

Ao pensar na sua transição, o sorriso de Tyler só fez crescer. Foram poucas semanas de tratamento. As mudanças nele ainda eram sutis, leves, mas já era possível notar uma mandíbula mais marcada e um ou outro pêlos nascia em todas as áreas do seu corpo. A cada dia que se passava, Tyler ficava mais masculino e ele finalmente estava aprendendo a se amar.

E mais! No seu novo lugar de convívio, a Columbus State Community College, as pessoas eram bem mais tolerantes com ele. Elas sabiam respeitar sua diferença e não se importavam mesmo qual era o seu gênero, ou com quem ele ia para cama.

Tyler era feliz por estar cercado de pessoas que não rotulavam outras pessoas. Isso era mais um motivo para ele se sentir acolhido.

Mais do que isso, ele sentia-se feliz por não estar mais em casa. Graças a faculdade, ele alugou um pequeno apartamento perto da mesma. O local era pequeno, com apenas uma suíte, uma sala de estar  e cozinha divididas​ por um balcão de madeira, contudo cada espaço do que ele chamava de lar era preenchido de amor. Coisa que ele não tinha na sua antiga casa há tempos, apesar dos esforços do seu pai de fazê-lo aceito.

— Mesmo dormindo eu posso te ouvir pensar, Joseph. — a rouquidão daquela voz que não era sua fez Tyler tremer. — No que está pensando, amor?

Tyler suspirou alegre e, sem desfazer o contato com o corpo quente do namorado, virou-se para ele, dando de cara com aquele rosto tão bonito e sereno. Os olhos do mais velho estão fechados e assim, bem de pertinho, Tyler podia ver as sardas minúsculas que estavam sobre o nariz dele, espalhando-se pelo pescoço, um pouco pelo peitoral e ombros. A pele branca das costas dele também estava tomada das pintinhas, uma verdadeira constelação na qual o garoto mais magro adorava tocar enquanto faziam amor.

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