Armas, lâminas ou paus e pedras são objetos temidos por muitos. Isso porque eles podem machucar ou até mesmo tirar a vida. Para Tyler, o espelho era o objeto que mais o assustava. Isso porque ele refletia aquela imagem horrorosa de si, sempre o lembrando de sua “verdade aparente". Porém, a verdade aparente de Tyler, seu reflexo no espelho, não era sua verdade real e isso machucava mais do que todas as contusões espalhadas pelo seu corpo,aquilo o matava mais do que armas, lâminas ou paus e pedras o matariam.
Ele perdeu a conta de quantas vezes ficou parado ali, em frente ao espelho do seu quarto, tentando se reconhecer de baixo daquela camada feminina. A calça colada que ressaltava suas curvas pinicava, tal como a fina blusa que atraia a atenção para os seus seios. Tyler odiava seu corpo de forma anormal, ele sentia a necessidade de arrancar aquelas partes que detestava. As roupas que estavam sobre ele também eram um grande martírio.
Pelo menos daquelas roupas ele se livraria logo, diferente do seu corpo.
Suspirando, Tyler deu as costas para o espelho e caminhou até sua cama, sentando-se e encarando algum ponto aleatório no chão de madeira. Ele havia saído hoje do hospital, depois de uma longa e cansativa semana. Contudo, não era bom estar em casa. Motivos: apenas um, sua mãe.
Até então, desde a manhã do seu “acidente”, Tyler ainda não havia visto a mulher e isso o magoava demais, era difícil para ele saber que sua mãe não dava a mínima importância para ele. As únicas pessoas que ficaram ao seu lado durante esse tempo foram Josh e seu pai, servindo como alicerce para ele. Sua mãe nem apareceu para ver se estava vivo. Era provável que ela estava decepcionada por ele estar.
E por falar em pai; isso era algo que o fazia sorrir. Chris havia surpreendido tanto quando o tratavam como homem, apesar de ainda não estava cem por cento acostumado com a condição de Tyler. E por isso, havia levado essas roupas femininas para o hospital, para que Tyler as vestisse para de lá sair.
Tyler não culpou Chris, na verdade ele até falou que não gostava de usar roupas naquele estilo. Seu pai entendeu e até lhe deu um generoso presente por isso, se desculpando repetidamente pela gafe.
— Toc toc! — disse uma voz do lado de fora do quarto, fazendo Tyler virar sua cabeça imediatamente para a porta.
Obviamente, era Josh. Sorrindo, Tyler respondeu:
— Quem é?
— O amor.
— Que amor?
— Da sua vida!
Revirando os olhos, Tyler levantou-se e foi até a porta correndo, abriu a mesma e foi abençoado pela visão de Josh Dun sorrindo.
— Você é tão idiota! — saudou Tyler, sorrindo junto ao outro.
Josh só sorriu ainda mais, sua língua estava contra os dentes incrivelmente brancos e seus olhos castanhos quase fechados. Ele parecia genuinamente feliz e Tyler não podia deixar de ser contaminar com isso. Mesmo com todos os problemas que tinha, Josh emanava alegria e um sentimento bom de segurança.
— O quê? Nunca ouviu a expressão “o amor bate na porta!”? — disse Josh e passou por Tyler, entrando no quarto e tirando dos ombros a mochila que usava.
Tyler saiu da entrada e nem se importou de fechar a porta, eles saíram logo no fim das contas. Se aproximando de Josh, Tyler bufou, fingindo irritação.
— A expressão não é assim e você é um cafona! — Tyler estendeu a mão para Josh — Trouxe o que eu te pedi?
Josh assentiu com a cabeça e abriu o zíper da mochila, tirando de lá uma camisa azul escuro e um casaco preto de capuz. E depois de jogar a mochila vazia sobre a cama de Tyler, ele entregou as roupas para o garoto que as pegou ansiosamente, o sorriso partindo o rosto.
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i'm a boy \\ joshler
Fanfiction"- Diga isso de novo, por favor. - O quê? - "Cara". Diz- diz que eu um sou um garoto, por favor. - Cara, você é um garoto! - Josh disse com entusiasmo, o nervosismo sumindo da sua voz e dando lugar ao carinho. Tyler mandou suas restrições...