THEO
Naquela manhã eu vasculhava mais uma vez a pequena bolsa com seus pertences, ela se chamava Lis Miranda, tinha nome de flor mais era brava como um pé de espinhos, olhei profundamente para sua foto de identificação profundamente tentando entender o porquê de estar parado ali. Aquilo não poderia ser atração, jamais. Eu era um homem poderoso e nunca em toda minha vida estando solteiro, eu me envolveria com alguém do seu nível social. Seu olhar permanecia gravado em minha mente, como um lembrete que não me fazia esquecer, eu não poderia dar um sentido ao que estava acontecendo, porém não conseguia fugir.
—Bom dia. —Guardei tudo rapidamente na bolsa, quando Alec entrou sem bater em minha. Não fui rápido o suficiente, ele havia notado minha apreensão naquele instante.
—O que está tentando esconder meu caro? Aliás, o que faz com uma bolsa de mulher em suas mãos Theo?
—Não é nada importante. Quase atropelo uma pessoa ontem em meu caminho para casa quando saiamos do hotel, a bolsa ficou em meu carro e não pude entregar a tempo, apenas isso. Deixe de tanta curiosidade.
—Desculpe, eu não sabia. Ficou tudo bem com essa mulher? —Assenti, ele realmente parecia preocupado e não curioso o que diminuiu minha tensão.
—Sim. Ela ficou louca quando acordou e descobriu o que tinha acontecido, mas, para minha sorte, ela não sabia que tinha sido eu devido ao momento de seu desmaio e de ter sido eu quando a socorri. Vou mandar uma pessoa entregar no trabalho dela para que não ocorra nenhum mal entendido aqui e essa situação se resolva.
—Posso ver? —Com receio eu passei a bolsa para suas mãos, eu não queria que ele visse seu rosto, mais parei sabendo que isso não era nenhum problema meu. O observei mexendo em suas coisas, incomodando-me por seu comportamento.
—Não... Puta merda Theo! Não me diga que você atropelou... Não pode ser. —Ele gaguejou um tanto surpreso confundindo. Aproximei-me dele, sem entender o que seu espanto significava.
—Do que você está falando?
—Lis Amorim! A mesma Lis que vem estragando o negócio da venda do terreno, a mulher que vem sendo nossa maior dor na bunda cara. Foi ela quem você atropelou Theo. —Aquilo não podia ser verdade, claro que não. O olhei em choque tentando entender como algo improvável em minha vida poderia ter acontecido daquela maneira.
—Como ela não reconheceu você?
—Eu ainda estava com o uniforme de faxina, ela apenas achou que eu trabalhava na empresa, por isso ela tentou me dispensar tão rápido, disse que eu poderia perder o emprego já que a empresa Santori, não dava valor aos seus funcionários. E quando perguntou meu nome tudo que pude dizer foi Teodoro. Bom, eu acho que foi isso, não há outra razão. —Nos olhamos em choque, eu muito mais que ele, jamais poderia ter imaginado isso e foi naquele momento que seu celular começou a tocar na bolsa, surpreendendo a nós dois.
—Atende.
—Não posso, se for ela vai com toda certeza vai reconhecer minha voz. —Neguei, ele estava louco se achasse que eu faria aquilo. De maneira alguma.
—Atende você, tive uma ideia, só atende e deixa no viva voz. Faz o que eu estou dizendo, confia em mim. —Sem pensar duas vezes foi tudo que fiz, eu o olhei tentando entender onde minha cabeça estava para aceitar sua loucura, já era tarde demais.
—Alô?
—Lis?
—Desculpe... eu pensei que tivesse perdido minha bolsa em casa, você a encontrou? Eu conheço sua voz de algum lugar, não acho que esteja enganada, porém, Teodoro?
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UMA CHANCE PARA AMAR
RomancePor anos, Theo Santori era moldado para ser espelho de seu pai. Dono de um império, ele se viu forçado a se casar para tomar posse enfim daquilo que sempre o pertenceu, ele não se importava com isso, mais em seus 34 anos, jamais acreditou que sua re...