CAPÍTULO 5

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MARCELA

As várias definições de mulher perfeita poderiam ser atribuídas a mim, era difícil não perder a linha sabendo que meu marido só me queria como um belo enfeite dentro de casa, eu me sentia usada. O barulho de água no banheiro tinha acabado de começar, sai da cama sem demoras e vasculhei por todos os bolsos atrás de seu celular ou qualquer coisa que me levasse as minhas desconfianças, era demais e de um jeito ou de outro eu realmente estava querendo a verdade.

—Nada, simplesmente nada! —Joguei o telefone mais uma vez em seu bolso vendo que nada estava estranho, eu não pararia por ali, precisava saber mais. Engoli minha raiva tentando me manter calma, estava sendo impossível.

—O que faz com meu terno na mão? —Sorri me fingindo de louca diante do mesmo, eu odiava aquele papel, porém não poderia deixar transparecer nada.

—Arrumando, você estava tão amassado ontem, que resolvi não deixar que você saísse do mesmo jeito hoje.

—Obrigado, mais não precisava, Adelle já tinha feito isso.

—Só fiz pra garantir, então será que podemos almoçar hoje querido?

—Tenho trabalho, muito, aliás, talvez não seja bom.

—É um simples almoço e você não pode trabalhar direito sem comer nada Theo, como quer tocar uma empresa se não cuida nem mesmo de você ? Pense nisso. —Insisti.

—Tudo bem, mando o motorista vir pegar você no horário.

—Não se preocupe, eu vou com o meu. —Sorri o beijando apaixonada, eu o amava demais para deixar que qualquer coisa me abalasse. Abracei seu corpo, sabendo que talvez minhas preocupações não estivessem tão erradas assim. Eu só queria salvar meu casamento.

—Obrigada.



LIS

Calma, era a única coisa que eu não estava, eu parecia uma adolescente de novo apaixonada pelo meu primeiro namorado. Andei de um lado pro outro arrumando minha casa para hoje à noite eu mal conseguia me conter e quando recebi suas lindas mensagens pela manhã, toda minha sanidade foi para os ares.

—Que seu dia seja maravilhoso, Bom dia... Ansioso por hoje, beijos. —Era muito para minha cabeça aguentar, porém apesar de tudo, era bom demais. Batidas em minha porta me tiraram do meu sonho acordado. Andei rapidamente e quando abri, me surpreendi pelo que vi a minha frente, ou melhor, dizendo, por quem, eu não o esperava, de nenhuma maneira.

—Bom dia, é bom vê-la de novo Lis.

—O que faz aqui senhor? —Perguntei surpresa e com medo que qualquer coisa estivesse errada. Eu o olhei espantada e tudo que tive em resposta foi o descaramento estampado.

—Acho que isso pertence a você Lis, deixou em minha cama e eu creio que caiu do seu pescoço já que a fechadura está quebrada. —Peguei meu colar de suas mãos uma pouco sem graça, eu sempre acabava perdendo minhas coisas onde menos se podia esperar, porém aquilo não respondia o porque de todo o trabalho.

—Muito obrigada, desculpe por todo o incomodo, às vezes sou bastante distraída senhor, não precisava ter se incomodado.

—Fernando Lis, me chame de Fernando não precisa ter formalidade alguma. —Ele sorriu descaradamente, eu não era burra a ponto de achar que aquilo tinha sido apenas uma gentileza.

—Você não trabalha hoje mais tarde?

—Não, é meu dia de folga só amanhã eu volto.

—Você bem que poderia me agradecer pelo colar, aceitando jantar hoje comigo, o que me diz? Não estou te cobrando nada que fique claro, mais é sempre bom ter companhia em uma boa refeição.

UMA CHANCE PARA AMAROnde histórias criam vida. Descubra agora