UMA CHANCE PARA AMAR

CAPÍTULO 4

LIS

—Está tudo bem mãe, não se preocupe.

—Confio em você mas, por favor não entre em confusões, eu prefiro perder a casa do que minha filha e não se esqueça, tome cuidado pequena.

—Mamãe! Sou uma mulher adulta, me dê licença mais eu preciso desligar, estou no meio de uma faxina aqui no hotel, não posso falar muito. Fique tranquila, eu não farei nada que possa deixar nem você nem meu pai preocupados ok?

—Ok, eu te amo filha.

—Eu também mamãe, mande lembranças a todos, até.

—Eu vou pequena, até. —A chamada tinha sido encerrada e rapidamente enfiei o celular no bolso do uniforme, mamãe não tinha com que se preocupar, eu sabia muito bem no que estava me metendo, era uma adulta. Voltei aspirar ao chão o mais rápido possível, concentrando-me no meu trabalho.

—Posso entrar? —Desliguei rapidamente vendo que havia um homem de terno ali, ele me encarava de cima a baixo me deixado bastante desconfortável quando o notei de vez.

—Desculpe senhor, mais ainda não terminei aqui, só mais 15 minutos e tudo estará pronto. Posso ajudá-lo em mais alguma coisa?

—Claro, eu sou o hóspede desse quarto e se não se incomodar eu gostaria de estar tomando um banho agora, pode fazer sua limpeza eu juro que não vou atrapalhar, o banheiro está limpo no momento?

—Está, fique a vontade senhor. Estou quase no fim. —Ele sorriu mostrando seus perfeitos dentes brancos para mim. Afastei-me recolhendo-me em meu lugar me sentindo estranhamente desconfortável com seu olhar.

—Prazer, eu me chamo Fernando, vim morar de vez em Nova York, estou passando uns dias neste hotel até me reorganizar na casa que pretendo morar de vez.

—Prazer senhor, seja bem vindo. —Foi tudo que eu disse o vendo começar a se despir bem na minha frente, sem nenhuma vergonha. Virei tentando limpar o pouco que faltava sem olhar para trás. Foram alguns segundos até finalmente o chuveiro ser ligado e minha respiração se acalmar cabendo que não estava em meio a sua presença. Mesmo com tudo acontecendo, eu tentei não pensar nas últimas mensagens de Teodoro, era estranho como tudo aconteceu e agora que precisei me afastar, ficou ainda mais. Havia uma aura de mistério em sua volta que me intrigava, ele era um homem simples e pelo que pude ver trabalhador, sua aparência cansada demonstrava isso muito bem e no fundo eu podia ter certeza que algo ainda permanecia escondido.

Não dava para encontrar uma explicação que fizesse sentindo, eu estava sendo curiosa por alguém pouco conhecido para mim.

—Você me fez pensar em você de novo Teodoro. —Resmunguei juntando os objetos de limpeza e caminhando até a porta. Minha hora naquele quarto já havia terminado para minha alegria.

—Já vai? Nem conversamos direito. —Parei olhando para Fernando. Eu não fazia ideia do que suas intenções significavam, porém minha resposta estava pronta na cabeça.

—Eu já terminei aqui, tenho outros quartos para limpar senhor. Se me dê licença, posso chamar outro funcionário para atendê-lo. Minha função é outra aqui.

—Talvez mais tarde depois do horário de trabalho, o que me diz de tomarmos algo? Eu gostaria muito de dar uma volta pela cidade, e como você foi a primeira pessoa que vi e gostei neste hotel de cara, faço-lhe o convite. O que me diz?

—Não obrigada. Eu tenho trabalho senhor.

—Porque não? É só uma saída, não há nada demais nisso, gostei de você Lis. —Ele olhou para meu crachá antes de voltar seus olhos em mim. Eu neguei no mesmo momento, incomodando-me por sua conversa.