UMA CHANCE PARA AMAR

Capítulo 14

FERNANDO

O destino realmente era o ponteiro de cada um de nós, ninguém poderia ter imaginado que uma noite de festa e revelações, pudesse ter terminado de uma maneira tão desastrosa e trágica. Eu não poderia negar meu contentamento, Theo tinha feito muitas coisas e estar entre a vida e a morte era apenas uma parte da parcela que ele devia, eu não tinha pena alguma muito menos piedade de qual fosse o resultado de tudo. Era sua culpa, suas escolhas e de um jeito perfeito vida estava cobrando dele.

—O que faz aqui? —Alec praticamente berrou olhando para mim com raiva. Eu não poderia fingir tristeza, não quando estava a ponto de estourar um champanhe.

—Não posso? Acho que faço parte da família, tenho todo direito de ficar aqui muito mais do que você até. Baixe bola meu caro, não queremos mais ninguém nervoso por aqui não acha?

—Fernando, eu mais do que ninguém sei o rancor e ódio que você nutri por Theo, ele está entre a vida e morte agora, com mais chances de morrer do que sobreviver se não achar em um doador compatível urgente. Essa sua negatividade não fará nenhum bem aqui.

—Ele não merece viver depois do que fez a minha irmã, não mesmo. E não me venha com falso moralismo agora, me ajudou a afastar aquela mulher dele, é meu advogado agora esqueceu? Não tente me pintar de mostro quando você mesmo sujou tanto suas mãos como eu meu caro.

—E eu me arrependo muito disso. Você pode ter certeza, ter ouvido você e te ajudado foi um erro que não pretendo voltar a cometer nunca mais.

—Eu não, acredite, me ajudou e muito. —Ele me ignorou atendendo seu telefone, o desespero nele era mais do que evidente e isso me fazia sorrir. O observei de longe, notando algo estranho em sua conversa ao telefone, algo que em segundos começou a me chamar atenção.

—Sim... Sim é O. O tipo de sangue que ele precisa. As bolsas do hospital todas já formam utilizadas, nós precisamos desse sangue... É urgente, ele não passa... Infelizmente de hoje. Obrigado, aguardo notícias. —Alec desligou passando a mão sobre o rosto em desespero, por um breve momento eu parei ali com um leve sorriso feliz. Theo tinha sido praticamente esmagado com a batida, estava estraçalhado e precisava viver e o por incrível e estranho que o destino pudesse ser, seu sangue precioso e necessário naquele momento, era do mesmo tipo do meu.

—Vou levar umas pessoas para fazer o teste, deveria fazer o mesmo é o marido se sua irmã, já que faz tanta questão de repetir isso. Faça por ela pelo menos.

—Eu sei, mais não vou. Boa sorte, você tem algumas horas pelo que vejo, eu me apressaria se fosse você. —Pisquei com o sorriso vendo o ódio crescer em sua face quando o mesmo saiu e isso foi tudo que precisei. Lis tinha sido a grande causadora disso, e sua vida estaria em suas mãos agora. Ela faria qualquer coisa por ele e eu sabia que minha gaiola para prendê-la, já estava feita. Peguei meu telefone e disquei o número de Alec, ele ficaria louco, mais era o único que eu precisava, eu não o deixaria seguir muito longe quando a ideia parecia fresca em minha memória, muito melhor do que um dia pude esperar.

—O que quer? Se sai dai foi porque não pretendo e nem suporto está na mesma presença que você. Peço que respeite isso.

—Um juiz na igreja do hospital agora, e os documentos do terreno onde Lis vive. Imediatamente Alec.

—Eu não tenho tempo para suas brincadeiras agora, não me ligue mais se não for importante, isso não é nenhuma brincadeira seu filho da p... —O interrompi vendo o desespero crescer em sua voz.

—Eu tenho o sangue O, a vida de seu querido amigo, depende da minha bondade e paciência agora. Eu sugiro que seja rápido, caso contrário teremos uma perda hoje. Fui claro?