LIS
Meus pés estavam esticados sobre a mesa enquanto reservava aqueles poucos minutos para descansar depois de um exaustivo dia de trabalho. Seriam apenas alguns minutos antes de novamente voltar para o hotel para que minha rotina continuasse. Apesar de passar boa parte do tempo ocupada, eu sentia falta dos meus pais. Porém sabia que por toda a situação que estávamos passando entendi que a viagem tinha sido uma boa solução. Suspirei revirando os olhos quando alguém bateu na porta, eu estava quebrada, mais mesmo assim levantei e segui até a mesma com a pouca coragem que me restava.
—Pois não? Em que posso ajudar? —Perguntei vendo um homem diante de mim. Eu nunca o tinha visto antes o que me intrigou ainda mais sua presença ali.
—Prazer, eu me chamo Alec, sou representante das Empresas Santori. —Embrulhei o estômago no mesmo momento que as palavras saíram de sua boca. Sua mão estendida diante de mim logo caiu vendo minha negativa resposta. Aquilo só poderia ser brincadeira.
—O que faz aqui? — Não me importei em ser educada vendo o que seria um problema parado em minha porta. Eu não poderia esquecer o que Santori significava, principalmente tendo em vista que o tormento ainda era tão vivo como nunca.
—Queria conversar com você Lis apenas, sei o quanto todos os moradores daqui tem certo tipo de confiança em você e por esse motivo resolvi encontrá-la diretamente. Se me dê um minuto, eu ficaria bastante grato, acredite, é importante.
-Como sabe meu nome? Aposto que algum idiota foi falar sobre mim não foi?! Olha aqui moço, não adianta mandar flores e nem oficial algum bater em minha porta, ninguém vai nos convencer a sair de nossas casas. Vou lutar até o último minuto por nossos direitos e não abrirei mão de nada. Nada do que você fale vai me interessar e acredito que isso é apenas mais tempo perdido. Não vamos sair daqui, nem por bem, nem mal.
—Esse espaço pertence a nossa empresa, estou sendo apenas cordial tentando ter uma conversa antes que isso se torne um assunto diferente. Você deve ter em mente o que vai acontecer se esse acordo não for assinado, seja razoável e enxergue o que está diante de seus olhos. —Respirei todo o ar pesado tentando não me descontrolar na frente dele. Nada do que ele dissesse, provaria o contrário.
—Pode nós ameaçar o quanto quiser, vocês não tem direito algum sobre nossas escolhas e vou deixar bem claro que daqui ninguém nos tira, nem você! Nem o todo poderoso para qual você trabalha idiota. Há famílias aqui, pessoas que não podem ser compradas e você acaba de conversar com uma delas.
—Estou dando escolhas Lis. você não está querendo ver a realidade diante dos seus olhos.
—E eu estou dizendo que dinheiro algum vale nossas memórias aqui, existem famílias que vivem aqui há mais de 25 anos, não podem acabar com isso por conta de suas ambições. Agora se me der licença eu preciso ir trabalhar, não apareça na minha porta mais entendeu? Não respondo por mim da próxima vez, Porco! —O baque que a porta fez quando a bati me deixou assustada, eu odiava perder o controle, infelizmente com aquelas pessoas não tinha jeito, eu sempre acabaria perdendo. Juntei meus sapatos no chão e os enfiei nos pés de qualquer jeito, eu tinha que arrumar uma solução para nós, antes que o vendaval SANTORI, nós arrarasse para fora do mapa de uma vez.
THEO
O hotel parecia um ótimo lugar para uma conversa junto ao meu pai, eu não poderia o levar para a empresa, ele notaria claramente os últimos acontecimentos e reclamaria. Aos meus 34 anos eu poderia ser um homem forte e dono das minhas próprias escolhas, mais infelizmente eu me sentia dever muitas coisas ao meu pai, eu não poderia revelar o que estava acontecendo, ele me repreenderia e não confiaria tanto em mim e isso era meu ponto mais fraco.
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UMA CHANCE PARA AMAR
RomancePor anos, Theo Santori era moldado para ser espelho de seu pai. Dono de um império, ele se viu forçado a se casar para tomar posse enfim daquilo que sempre o pertenceu, ele não se importava com isso, mais em seus 34 anos, jamais acreditou que sua re...