CAPÍTULO 1

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THEO SANTORI

Meus olhos percorriam por toda a avenida lá em baixo, o céu parecia ainda mais azul como antes, era perfeito. Eu sabia onde estava e o que isso significava para todos, eu era o poder e o regraria a minha maneira até conseguir tudo. Fechei meus olhos e respirei fundo quando minha porta foi aberta, eu sentia a tensão e tinha absoluta certeza que não eram notícias boas.

—Sei que odeia quando alguém entra sem bater, porém no momento não estou tendo muito tempo para cordialidade Theo. —Virei vendo meu braço direito ali parado em minha sala. Eu não tinha tempo para suas brincadeiras, muito menos esperar seu tempo no meio da crise em que estávamos na empresa.

—Me fale de uma vez Alec, já estava estranhando a falta de notícias negativas por hoje, afinal de contas eu durmo e acordo recebendo uma atrás da outra ultimamente. —Ele revirou os olhos sentando-se de frente para minha mesa. Papeis voaram de suas mãos caindo sobre a mesma diante de mim, eu não precisei de muito para entender o que sua expressão dizia.

—Estou vindo do conjunto habitacional, eles continuam do mesmo jeito, tive pouquíssimos resultados hoje e acredito que o numero deva baixar nos próximos dias. Não estamos tendo nenhum progresso Theo.

—O que é que aqueles miseráveis querem agora? Um apartamento de frente ao Centro Park? Estou pagando muito mais do que aquela favela vale, é um absurdo que você não tenha conseguido nada ainda, aliás, aquilo ali nem mesmo pertence a eles, foi um terreno apossado anos atrás. Que Merda! —Gritei, eu não tinha paciência para aquele problema, não quando o mesmo estava me tirando noite e noite de sono.

—Apenas 75% aceitaram o acordo em vender, já os 15% restantes continuam relutantes em assinar qualquer documento que os tirem dali. Estão relutantes, não querem desapegar. Não está sendo uma tarefa fácil e você mais do que ninguém tem consciência disso meu caro.

—Qual é a desculpa agora? —Guardei minha ira porque me exaltar não valeria a pena, eram miseráveis mortos de fome que mais cedo ou mais tarde, sairiam dali de qualquer maneira. Não havia nenhuma chance da minha decisão retroceder.

—Pelo que pude sondar antes de ser atacado, eles não querem vender pelo fato de terem crescido ali, tem certo tipo de sentimento pelo local, a questão familiar é muito presente. Você precisa de uma solução dura, algo que quebre esse vínculo que está nos tomando tanto tempo.

—Chega! Eu tentei ser o mínimo bacana com aquela gentinha de Merda, não deveria está me estressando com um trabalho que é seu pra resolver Alec, agora eu mesmo vou usar medidas suficientes para que eles saiam dali com nada além da roupa do corpo. Se é guerra que eles querem eu espero que os mesmo estejam preparados.

—Ok, agora por favor não ponha toda a culpa em mim pode ser? Isso não é tão fácil assim. Aliás, mudando um pouco de assunto, você não deveria ir pra casa mais cedo? Não faz nem mesmo uma semana que se casou e sua vida já está assim, eu pensei que tiraria um mês de férias na Tailândia com sua esposa. Longe de todo esse inferno.

—Meu avô e pai não construíram tudo isso se divertindo com suas esposas, teremos tempo pra isso depois. Uma vida toda, aliás. —Respondi, àquilo nem mesmo de longe era importante.

—Imagino que sim, então estarei em minha sala por suas ordens, ainda tenho que passar no meu escritório antes de ir pra casa, Samantha quer jantar fora hoje e é disso que eu preciso para recarregar as energias para o turbilhão de amanhã, afinal eu também não sou de ferro.

—Bom jantar, vou falar com o prefeito, ele é o trunfo que preciso pra tirá-los de lá.

—Imagino que sim, até mais. —Balancei minha cabeça em concordância quando ele finalmente saiu. Tudo ficaria perfeito quando eu conseguisse fazer o que nenhum dos meus antecessores fez, eu seria o império, em corpo e alma, mesmo que para isso eu precisasse tirar fora do meu caminho quem teimasse em ficar.

UMA CHANCE PARA AMAROnde histórias criam vida. Descubra agora