UMA CHANCE PARA AMAR

Meses Depois

THEO

Tempo, era algo que achei que tinha. Algo que por um breve momento antes de bater o carro, eu achava que poderia curar as grandes feridas que eu havia causado a nós dois. Meu erro tinha causado muito mais do que um desencontro, minhas escolhas tinham separado nossas vidas de uma maneira sem volta e dolorosa, a mulher da minha vida não existia mais, a mulher que eu amava com paixão tinha ódio de mim e por minhas escolhas erradas eu a fiz ir embora para sempre. Acordar após cinco longos meses em coma, tinha me dado à esperança de que seu amor por mim poderia ter uma única chance, mais ouvir o desfecho final da história que eu criei tinha sido minha ruína e seria para o resto da minha vida. Minhas mentiras haviam roubado de mim, a única chance que tive de amar. Meu olhar permanecia perdido e minha dor aumentado a cada respiração, ouvir da boca de meu próprio pai e amigo os últimos meses, tinha me deixado em um estado depressivo e desnorteado, minha família estava feliz e a angústia não poderia mais existir em seus olhos e apenas por isso, eu resolvi engolir minha própria dor.

Após de cinco meses, eu havia acordado para descobri que Lis havia se casado e para minha surpresa desesperada, esperava um filho do homem que jamais esperaria ter este privilegio, Fernando. Ela havia sido magoada e isso era minha culpa. Uma batida soou na porta quando o rosto de Alec apareceu em seguida. Já se fazia alguns dias desde que a realidade, finalmente resolveu me acordar.

—Que bom que está acordado, tenho boas notícias e vim te dar pessoalmente já que finalmente consegui que seus pais fossem para casa descansar um pouco. —Eu duvidava de suas palavras, porém não disse nada, eu não tinha forças para lutar.

—Acabei de falar com o doutor Francisco, você está liberado para ir embora para casa. Ele mais uma vez repetiu que sua situação não pode ser explicada como não sendo obra de um milagre. Não sofreu nenhum dando, não que o agravasse permanentemente. —Sua animação era evidente, mais a minha não. Eu queria saber mais sobre minha Lis, eu queria saber tudo e era tudo que meu peito gritava para ter.

—Como ela vive Alec? —Seu sorriso logo parou e seu olhar preocupado tomou de conta de tudo, ele sabia a quem me referia, sabia muito bem. Eu não pude não perguntar por ela assim pude enfim falar quando acordei, ela era tudo que eu pensava.

—Acredito que bem, as vezes que fui a sua casa não a vi. Acho que não sai muito de casa. Ela tem sua própria vida agora Theo.

—Ela veio alguma vez ao hospital, quando me acidentei?

—Não, esqueça isso, não tem mais importância. Vamos mudar de assunto, vou agora mesmo ligar para seus pais, eles ficaram muito felizes em saberem sobre sua alta. Está tudo pronto para sua chegada, e não é pra menos depois de tudo.

—Já a viu grávida? —Foi como sentir o peito queimar ao dizer cada palavra, eu queria chorar apenas ao imaginar isso, imaginar que aquele bebê poderia ter sido meu. Que nossa família quase existiu. Alec se aproximou, notando que nada do que viesse a dizer sobre minha melhora tinha importância. Ele sabia que tudo que me importava saber era Lis.

—Theo, sei que pra você é duro, mais tem que aceitar que ela não faz mais parte da sua vida. Ela escolheu seu destino e você precisa fazer o mesmo. Por isso resolvemos te contar tudo de uma vez quando acordou e quis saber dela, para que aceitasse de uma vez que ela será passado de agora em diante. Marcela está ao seu lado, ajudando você nesse processo pós coma, porque não da uma segunda chance ao seu casamento com ela, talvez agora tudo possa acontecer a vocês dois. —O ignorei, eu tinha outros pensamentos em minha cabeça e nenhum deles incluiria Marcela.

—Me leve pra casa, por favor, não precisa mandar meus pais me buscarem, quero ir embora daqui, quero ir pra minha casa. —Exigi com raiva, não havia outro sentimento dentro de mim.