LIS
Para minha sorte, eu tinha ganhado um dia de folga e não reclamei, eu precisava organizar muitas coisas e esse tempo tinha caído do céu completamente. Seriam alguns dias sem Teodoro mais eu entendia o porquê, logo ele estaria de volta em casa. Casa era como se há muito tempo dividíssemos uma vida juntos, ele me conhecia como ninguém assim como eu, via o homem que ele era pra mim, era diferente, muito além do que eu poderia imaginar. Tranquei a porta de meu apartamento e segurei as bolsas que tinha deixado do lado de fora, eu precisava de algumas coisas em meu novo lar, algo que fosse minha cara.
—Lis você por aqui?
—Suzan, como vai? —Nos abraçamos enquanto sorriamos felizes ao nos ver. Suzan tinha praticamente minha idade e também vivia aqui, com seus avôs.
—Vou bem, aliás, todos, aquele advogado nunca mais veio aqui.
—Fico feliz, não se preocupem, eu estou na causa por nós, tenho certeza que eles irão desistir logo.
—Tomara. E seus pais, quando voltam?
—Sem previsão, minha tia não tem condições de viajar para cá, ela está tendo uma recuperação lenta, e meus pais continuam lá até ela se estabilizar.
—E você, está de mudança?
—Não, apenas por um tempo. Uma amiga me convidou para ficar em sua casa e achei melhor, não gosto de estar sozinha. Será temporário até que minha família volte pra cá.
—Claro, bom foi ótimo te ver, preciso ir tenho aula de música hoje ainda. Beijos linda.
—Até querida. —Nos despedimos quando a vi correr pelas escadas, e sem demoras pude fazer o mesmo. Chegando ao fim, eu estava próxima a finalmente sair do prédio quando olhei para frente e me assustei o vendo, o que Fernando ele estava fazendo aqui?
—Achei você, finalmente. —Seu sorriso ia de orelha a orelha e seus olhos pareciam queimar.
—O que quer comigo senhor?
—Fernando, não estamos em seu trabalho Lis, não há por que termos formalidades. É Fernando pra você, sempre vai ser.
—O que quer comigo? Porque se deu o trabalho de vir em meu endereço? Eu não lembro de tê-lo passado. Não gosto disso.
—Será que podemos conversar um pouco?
—Não, estou meio ocupada agora não vou poder, com licença. —Tentei passar pelo mesmo que me segurou firme, reprovei completamente aquela atitude e empurrei seu braço, homens não sabiam seus limites.
—Você está abusando demais, o que quer? Pare com isso seu idiota!
—Eu quero você. Conhecer melhor a mulher que chamou minha atenção. —Ele sorriu tocando levemente em meu rosto, me afastei sentindo o absurdo daquela situação.
—Olha aqui, eu não sei quem você é e nem me interessa saber mais, eu não sou o tipo de mulher que você está procurando e até onde eu sei perseguição é crime, vou chamar a polícia se continuar com essa palhaçada. Sou uma mulher comprometida e me respeito o suficiente para não permitir que isso aconteça mais. Saia do meu radar, eu não estou interessada em nada vinda do senhor. —Um sorriso dominou seu rosto me fazendo enjoar. Passei dessa vez sem problemas mais não antes de ouvir suas palavras.
—Você não tem escolha Lis, eu mando aqui. —Respirei fundo sem olhar para trás, eu só precisava me acalmar e não deixar que algo tão sem importância, acontecesse com minha vida.
FERNANDO
Meu carro estava parado enquanto de longe eu a via entrar em um bom conjunto de apartamentos. Ela parecia animada enquanto entrava feliz e não como uma leoa quando me viu. Lis era forte e determinada em conceitos, ela só tinha que entender que jamais haveria não pra mim, muito menos quando algo estava ao meu redor e eu o queria. Andei devagar até chegar próximo ao porteiro, ele me revelaria o que eu precisava saber.
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UMA CHANCE PARA AMAR
RomancePor anos, Theo Santori era moldado para ser espelho de seu pai. Dono de um império, ele se viu forçado a se casar para tomar posse enfim daquilo que sempre o pertenceu, ele não se importava com isso, mais em seus 34 anos, jamais acreditou que sua re...