Capítulo 12 - Revelação matutina

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Acordo com os raios de sol que anunciam um novo dia, mas não só isso. Também anunciam a ressaca terrível que vai me acompanhar. Tenho dificuldade em abrir os olhos por causa da luz, mas esse é um dos meus menores problemas. Sinto uma dor insuportável de cabeça, minha boca está seca e com um gosto ruim. Tento reunir as forças que me restam para levantar e pegar algum comprimido para a dor e um copo de água gelada.

Viro para o lado e me deparo com uma imagem que faz meu coração palpitar. Gael está do lado da minha cama, dormindo em uma cadeira. Para ser sincera, eu não lembro de absolutamente nada do que aconteceu na noite passada, o que não é novidade. Mas posso apostar que foi Gael que me salvou e me trouxe de volta para casa. Isso é muito ele.

- Gael? – falo com uma voz rouca, tentanto o acordar, mas o som sai baixo demais. – Gael? – tento mais uma vez, agora mais alto. Ele acorda assustado e me olha preocupado, indo rapidamente para o meu lado na cama.

- Oi, tá tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – ele pergunta, esfregando as mãos nos olhos e depois segurando a minha mão.

- Tá tudo bem, não se preocupe. Eu só queria pedir uma água e um remédio para dor de cabeça.

- Claro, claro. Vou pegar – ele se levanta e vai em direção à porta.

- Os comprimidos estão no armário da cozinha – digo em voz alta antes que ele saia.

Ele sai e vai para a cozinha, alguns minutos depois ele está de volta com um copo de água e o comprimido.

- Toma – ele espera eu me levantar e coloca o comprimido na minha mão.

- Obrigada – agradeço a ele depois de tomar o remédio e tomar toda a água, coloco o copo ao lado da cama e fico olhando para ele. – Que horas são agora?

- Deixa eu ver – ele pega o celular dentro do bolso do moletom e liga para olhar a hora. – São oito da manhã, ainda é cedo, volte a dormir, você vai se sentir melhor.

- Você dormiu a noite inteira nessa cadeira? – questiono.

- Sim, achei que você poderia precisar de mim – responde com um sorriso gentil.

- Você não devia ter feito isso, vai ficar todo dolorido. Vem, deita aqui comigo. Ou você vai para a universidade?

- Não vou hoje. Vou ficar aqui – ele responde e se acomoda do meu lado no colchão.

- Obrigada, de novo – digo, olhando para ele. Ele está tão próximo, uma distância de uma palma. Isso faz meu coração pular como se estivesse no carnaval.

- Não precisa me agradecer, você sabe – Gael me diz enquanto acaricia meu cabelo.

- Eu acho que essa é a hora para fazer as perguntas constrangedoras – digo.

- O que você quer saber? Você não lembra de nada não é? – ele sorri de mim, ainda com a mão acariciando meu cabelo.

- Nadinha – sorriu junto com ele, mas minha cabeça latejando me obriga a parar. – Você foi me buscar no bar? Como soube que eu estava lá?

- Uma bartender chamada Patrícia me ligou do seu celular, me deu o endereço e eu fui lá resgatar a donzela bêbada – ele me explica, olhando fixamente nos meus olhos e agora segurando a minha mão.

- Você tirou minha roupa? – pergunto envergonhada.

- Sim – ele responde com um sorriso travesso. Eu odeio o que isso desperta em mim. Mentira. Eu não odeio nada.

- Nós...você sabe... – digo a pergunta que não quer calar.

- Me surpreende que você não consiga nem falar a palavra, já que ontem era só o que você implorava – Gael responde não conseguindo conter as risadas.

Sorte no AzarOnde histórias criam vida. Descubra agora