Capítulo 13 - Os pais

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Passo alguns segundos movendo meus olhos entre os rostos sorridentes de Gabi e Gael, que ficam me encarando enqunto estou tentando achar as palavras certas. Abro a boca algumas vezes e começo a mexer meus dedos da mão, sinal de que estou morrendo de nervosismo. Não há jeito fácil de fazer isso. Quero dizer, recusar o convite para conhecer a família dele.

- Eu não sei.. – tento disfarçar minha insegurança e meu nervosismo, mas acho que não dá muito certo.

- Não precisa ficar nervosa, você é maravilhosa e todo mundo vai te amar de primeira – Gael garante me puxando para um abraço e beijando a minha testa.

- Cat, não seja covarde – Gabi revira os olhos para mim. – Bom, eu já vou indo. Não quero ver a cena que se seguirá com o Gael tentanto te convencer.

- Gabriela! – grito e sinto minhas bochechas começarem a arder de vergonha.

- Pode deixar – Gael pisca para Gabi e me dá um selinho.

- Ok, essa é minha deixa. Até mais. Não esqueçam de usar proteção! – ela grita a última frase da porta, aposto que todo o prédio ouviu.

- Eu vou te matar! – grito de volta, consigo ouvir sua risada vindo do corredor.

Agora só sobrou eu e Gael no apartamento. Bom, nós dois e o elefante branco na sala. Eu realmente acho que não é uma boa hora para conhecer os pais dele, principalmente por causa da minha onda de azar e tudo mais. Consigo ver claramente várias cenas de como isso pode dar errado na minha cabeça:

1 – Eu posso tropeçar no meio da sala e cair de boca no chão (muito provável dado o fato de que eu tenho dois pés esquerdos, aparentemente);

2 – Eu posso derramar algum líquido (ou possivelmente sólido) por toda a mesa e até na roupa da mãe dele (provável até demais para o meu gosto);

3 – Eu posso fazer alguma piada ridícula para quebrar o gelo (totalmente eu);

4 (e a pior) – Nosso santo pode não bater à primeira vista (totalmente horrível).

- Por onde eu devo começar? – ele me puxa para mais perto e começa a me beijar intensamente. Como eu posso argumentar com isso? Que Deus me ajude.

- Tudo bem, eu vou – falo assim que consigo encontrar o fôlego novamente.

- Isso foi muito fácil – ele responde sorrindo.

- Cala a boca – empurro ele e vou em direção ao quarto. – Fico pronta em 30 minutos.

Tomo um banho rápido, escovo os dentes, dou um jeito no cabelo e vou em direção ao guarda-roupa. É aí que o inferno começa. Que roupa se usa para conhecer os pais do seu possível namorado? Começo a olhar as peças no cabide e não consigo decidir por nada. Em um minuto minha cama está coberta com uma montanha de roupas. O que eu vou fazer?

Sento na cama e respiro. Catarina, não entre em pânico. Vasculho mais por todo o guarda-roupa e encontro um vestido com estampa florida que minha mãe me deu no meu último aniversário. Ele vai até os joelhos, tem mangas curtas e uma fenda lateral discreta, tem uma cor de fundo rosa pastel e algumas flores pequenas na cor branca. Perfeito. Termino de me arrumar e coloco uma jaqueta jeans e rasteirinhas.

- Você é tão bonita – Gael elogia assim que eu saio do quarto, seus olhos brilham assim que me vê. Meu coração dá um pulo de alegria. Ele vem em minha direção e cheira meu pescoço. – E muito cheirosa também.

- Eu acho que é melhor a gente parar por aqui, ou vamos nos atrasar.

- Você tem razão. Preparada? – ele me olha com expectativa.

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