Sorte no Azar

Capítulo 17 - Quase sorte

Ok, eu só tenho que parar um pouco e respirar profundamente. Sério que isso está finalmente acontecendo? Á essa altura, tudo parece mais uma pegadinha. Será que alguém vai sair detrás das cortinas e gritar que eu acabei de cair numa pegadinha, de muito mau gosto, aliás? Espero sinceramente que seja só o universo conspirando ao meu favor dessa vez.

- Catarina, você ainda está aí? – Daniel pergunta do outro lado da linha depois que eu fico muda por uns instantes.

- Desculpa, é que é meio difícil de acreditar – sorrio e olho para Gael que apresenta uma expressão de curiosidade do outro lado da mesa, ele ainda não faz ideia do que está acontecendo – Eu posso passar aí para buscar? Agora mesmo?

- Claro, pode vir.

- Estou indo. Muito obrigada, te vejo em breve – respondo e desligo o celular. – Meus brincos voltaram! – grito no meio do restaurante, não dá para se importar em passar vergonha em um momento glorioso desses.

- O quê? Sério? – Gael abre um sorriso de felicidade que não cabe no seu rosto. – Eu não acredito! – ele levanta da sua cadeira e me dá um abraço apertando, chegando a me levantar do chão. Percebo que todas as outras pessoas estão olhando para o nosso pequeno showzinho, alguns olham com curiosidade, alguns sorriem para nós e outros parecem que querem nos matar.

- Eu falei que eu ia buscar agora mesmo. Você pode me levar lá? – pergunto assim que meus pés tocam no chão de novo.

- É claro que a gente vai agora mesmo! – ele responde animado.

Saímos correndo do restaurante e entramos no carro a caminho da casa do Daniel. Durante todo o caminho permanecemos calados, eu só conseguia pensar que dentro de alguns minutos eu ia ter meus brincos de volta em minhas mãos azaradas. Assim que chagamos na casa, abri a porta do carro e corri para apertar a campainha, que foi atendida imediatamente.

Quem abriu a porta foi o próprio Daniel, que me recebeu com um sorriso de felicidade. Não consegui aguentar e o abracei e agradeci por ter guardado o brinco todo esse tempo.

- Não precisa agradecer – ele respondeu assim que o abraço foi cessado, percebi que ele deve ter ficado sem graça por causa do afeto repentino. – Oi, Gael, como vai? – diz para o meu namorado que está logo atrás.

- Tudo bem – Gael responde.

- Então... onde estão os brincos? – digo para evitar o clima estranho que ficou no ar. Pergunto-me se Gael ficou com ciúme do abraço que eu dei em Daniel, mas decido ignorar essa questão.

- Vou buscar, sintam-se em casa – Daniel nos deixa na sala e sai para buscar os brincos. Gael e eu nos sentamos no sofá da sala e esperamos ele voltar, o que não leva muito tempo. – Aqui estão eles, sãos e salvos.

Daniel me entrega os dois brincos de rubis em mãos e eu quase desmaio de emoção. Eu os seguro com força e os examino, talvez em busca de algo que me mostre que o meu azar ainda continua intacto, mas eles não somem das minhas mãos e parecem perfeitos. É oficial, eu consegui.

- Deixa eu ver os famosos brincos – Gael se aproxima de mim para poder ver melhor, mas eu me adiando e coloco eles na sua mão.

- Uau, eles são realmente muito lindos – ele admira os dois rubis em forma de coração. Hoje até parece que eles estão brilhando mais do que o normal. Talvez o Gael tenha feito sua magia neles também.

- São rubis de verdade? – Daniel questiona.

- São sim – respondo, ainda olhando para as joias. Sinto que se eu desviar o olhar deles, eles podem sumir novamente.