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1846

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1846

O nascer do sol aparece no fundo do horizonte. Ele vem iluminando boa parte dos campos de Hertfordshire. Embora a população esteja sempre preparada para a partida do sol, os vitorianos gostam de jogos ao ar livre, e torcem para que a chuva tire um dia de folga.

Os vales verdes, jardins ornamentais, a fauna e flora vibrantes completavam uma paisagem estonteante.

A Inglaterra está em sua melhor época: a temporada de bailes de junho é sempre a mais animada. O luxo e a opulência da nobreza que vivia à base de perfumes caros e trajes estravagantes era de tirar o fôlego.

Durante todo esse período, você deveria procurar uma dama de boa família para se casar, ou um cavalheiro de situação monetária admirável.

Casar-se com um cavalheiro de boa condição social era como ganhar a sorte de mil vidas. Casar-se com um cavalheiro o qual você realmente amava, era raridade.

A mesma coisa para alguns homens: por vezes, perdiam o amor de suas vidas. Grandes nobres não deviam casar-se com jovens muito inferiores aos seus títulos.

Mesmo assim, o sol que nasce nessa manhã, traz um novo dia, uma nova chance. Uma oportunidade para conhecer o amor de sua vida, ou o pior de seus pesadelos.

A aura da manhã se expande, a luz cruza o vidro da janela e ilumina uma jovem e recente moradora da mansão dos York, em Watford, Hertfordshire.

Os York por muito tempo foram donos de grandes terras e propriedades, tendo grande influência na corte de reis ingleses e no parlamento.

Agora, com a redução de dinheiro proveniente do luxo excessivo da família, o visconde Arthur York tem a (deplorável) ideia de casar sua filha com um conde que ela mal conhece.

Tayla York prefere passar um ano inteiro sem livros (algo que ela adorava) só para não ter que se casar com alguem que não ama.

Mas que escolha ela tem? Uma hora ela teria que passar a ser chamada por outro sobrenome. Sua mãe diz que ela deveria agradecer. A ideia inicial era uní-la em matrimônio com um solteirão de quarenta e poucos anos, um grande duque.

A jovem dama de vinte anos não poderia se prender à alguem tão antiquado. Ela precisava de um companheiro jovem, livre. Que quisesse viajar com ela à todo o instante. Que não se importasse de ler livros no pé de uma escada qualquer.

Alguem que a surpreendesse com pouco, já seria muito para ela. Que a levasse para cavalgar, para visitar fábricas, óperas. Que a acompanhasse em chás, inaugurações, eventos que não seriam tão monótonos com uma boa companhia. Alguem que a fizesse abrir um sorriso largo e sincero todos os dias.

A caçula dos York tinha sua cabeça cheia de sonhos. De cabelos castanhos e olhos verdes como a esmeralda, ela exala o cheiro mais simples do condado, que sempre fugia dos padrões de perfumes franceses importados: um aroma de lavanda, feito com carinho por sua avó.

Quando Um Conde Se ApaixonaOnde histórias criam vida. Descubra agora