XVI

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Paralisada, suando frio. Era assim que a mocinha Tayla York estava. Ela tinha se encontrado com Edmond a dois minutos e ele sequer abriu a boca, apenas encarava ela.

Tinha algo em seus olhos que ela não gostava. Um certo tipo de rancor, uma raiva acumulada. Os rumores dos jornais haviam passado, mas Edmond parecia querer algum tipo de vingança, torturando-a.

A proximidade dos dois fazia Tayla tremer. Edmond exalava seu perfume masculino vindo da Itália, misturado com o aroma do uísque Walker's Old Highland que ele havia acabado de beber. Tayla por sua vez, estava diferente, usando um perfume novo que veio de sua viagem recente até a França. Edmond agradecia mentalmente por isso, ele podia jurar que se Miss York estivesse com seu perfume lavanda, a puxaria para um beijo sem pensar duas vezes.

Edmond se aproxima ainda mais, inclinando sua cabeça. Tayla fecha os olhos, pensando: "seria esse o meu primeiro beijo? Dentro de um local cheio de comidas e mantimentos?"

Tão próximos que seus lábios quase se tocavam, Edmond faz o inesperado, em vez de beijar sua noiva, ele diz:

- O que faz em minha despensa, Miss York? - dizendo isso, ele se afasta.

Tayla o olha, incrédula. A oportunidade que Edmond tinha de ser seu primeiro beijo, se foi.

- Eu vim pegar alguns ingredientes para a condessa Olívia. Estamos fazendo torta de nozes. - Tayla dá um sorriso fraco.

- Parece decepcionada. - Edmond repara, se divertindo com a situação, Tayla queria mesmo beijá-lo. Miss York abaixa a cabeça, balançando-a para o lado em negação. - O que pensou que eu ia fazer?

- Nada, esqueça. Tenho que procurar o leite para a torta. - Tayla diz, se dirigindo até uma estante com dificuldade, visto a baixa claridade. Ela encontra uma vela e a acende, iluminando o ambiente, quando se vira, lá está ele novamente, Tayla deixa a vela em cima de um móvel de madeira.

- Queria que eu te beijasse, não é? - ele pergunta, passando seus braços pela cintura dela. - Um tempo atrás, você fugiria. Mas olhe só para você, continua agarrada a mim. O que mudou?

- Nada mudou, nunca quis beijar você. - Tayla mente, ainda abraçada com Edmond, enquanto observava ele segurar seu rosto com firmeza e encarar seus lábios. O conde era um verdadeiro artista na sedução, e pela primeira vez, Tayla pensava que ia desmaiar em sua presença.

- Você está sentindo remorso? Pena de mim por ter ido longe demais com os jornais?

- Não tenho pena de você, nem tampouco me sinto culpada. Já lhe pedi as desculpas que devia. Se você as aceita ou não, está fora de meu alcance, é sua escolha, e eu não tenho nada com isso. Tenho amor próprio para entender até onde deveria ir em busca de perdão. - Tayla disse, sem tirar os olhos do conde. Edmond a solta.

- Você tinha que me humilhar, não é mesmo? É a única maneira que você encontrou de poder se sentir forte. Queria acabar com o casamento a todo custo. - Edmond diz, segurando Tayla em seus braços novamente. - Ainda sim, Tayla York, por mais mal que você possa me fazer, eu não consigo deixar de imaginar como seria beijá-la.

- Por que não tira as suas conclusões agora mesmo? Devo admitir que desde o momento em que vi o vestido que comprou para mim, sinto calafrios sobre minha pele cada vez que penso em você. - Tayla provoca, aproximando-se dele. - Não quero beijá-lo, mas de fato, aquele presente causou algo em mim.

- Gratidão, esse é o motivo. Está agradecida pelo presente... - Edmond se afasta. - O vestido não foi para agradá-la. - ele mente. - Foi apenas uma boa escolha, será a noiva de um conde, tem que estar a altura da minha posição. - Edmond diz ríspido. - Aqui está. - o conde pega uma jarra com leite fresco que foi trazido da cidade de Watford pela manhã. - Leve. Espero não vê-la até o casamento.

Quando Um Conde Se ApaixonaOnde histórias criam vida. Descubra agora