XXI

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Um pequeno raio de luz do dia tenta invadir a cabana de Tayla e Edmond, por meio de uma abertura nas madeiras da oca corroída por cupins.

O raio refrata em um pequeno frasco de vidro, fazendo o lugar parecer um pouco menos escuro.

De longe, já se ouve um barulho de araras sem qualquer conexão, mas que faziam um som tão bonito.

Talvez tenha sido o canto das aves, ou o forte fluxo do riacho ao lado, ou até mesmo um cavalheiro inquieto, que fez Tayla acordar do que foi a melhor noite de sua vida.

Ela dormiu um sono tranquilo depois de descobrir tudo o que podia sentir por Edmond.

Ela estava abraçada com ele e sequer se deu conta disso até levantar sua cabeça e encarar aqueles olhos pretos intensos e seus cabelos bagunçados.

Edmond encarava a luz que vinha da abertura na madeira e logo percebeu a forte presença de um par de esmeraldas que o encarava com um sorriso largo e sincero. 

- Bom dia, esposa. - Edmond disse com um certo orgulho, ele adorava poder chamar Tayla assim. 

- Bom dia, marido. - Tayla responde, enquanto recebe um beijo na testa. 

- Como se sente? - ele pergunta, preocupado. Pensava que Tayla o mataria no dia seguinte, devido ao seu humor instável, mas ela estava incrívelmente bem e feliz. 

- Eu preciso mesmo responder? - Tayla questiona, animada. - Edmond, eu... gosto muito de passar o tempo com você. - Tayla admite, não era o que ela queria falar e com toda a certeza não era o que Edmond queria escutar, mas Tayla não iria se preciptar e usar a palavra amor tão cedo.

Ele se levanta, colocando as mãos no colchão ao redor dela. Edmond fica por alguns segundos admirando a esposa que timidamente tenta se esconder, fazendo o conde rir.

- Você é mais bonita do que eu imaginava...- ele diz, enquanto beija o ombro e as mãos da esposa, especialmente o anel de casamento que ela carrega. - Esse anel, significa compromisso, Tayla. Depois de hoje, não quero me separar de você. Não será de Oscar, nem de qualquer outro almofadinha que tentar roubá-la de mim, você é minha. - Edmond diz, não com sentimento de posse, mas com uma certa dependência, como se precisasse ter certeza de que ela o queria. 

- Eu estou tão entregue a isto como imagino que você esteja, Edmond. Não quero desistir. - Tayla garante. 

- Então você não quer mais o divórcio? - Edmond pergunta, um pouco chocado. Ele quase não dormiu, inquieto, pensando em como se entregou e estava caindo de amores por aquela mulher, para ver ela desistir no dia seguinte. 

- Eu não desejo nenhum outro homem, Edmond. - ela diz, encarando seus olhos e mexendo em seus cabelos.

Tayla diminui a distância entre os dois e faz todas as incertezas de Edmond caírem por terra, beijando-o com paixão e doçura, como se sua vida dependesse dos beijos e carinho do conde. 

Depois de algumas horas aproveitando a companhia um do outro, eles finalmente decidem se arrumar e sair de sua cabana improvisada, para aproveitar o dia. 

O Brasil tinha um clima estranhamente ensolarado e aquilo deixava Tayla muito assustada, acostumada com a chuva da Inglaterra.

Edmond ainda precisava sair para permitir Tayla se trocar, deixando-o levemente atordoado com a situação...

Mas ele compreendia que levaria tempo para a esposa se acostumar com os olhares dele sobre ela quando não vestia seus vestidos suntuosos. 

Levaria o tempo que precisasse, Edmond não tinha pressa alguma. 

Quando Um Conde Se ApaixonaOnde histórias criam vida. Descubra agora