Ele caminha em passos fortes, e chega até onde está sua futura esposa. Ela não se move e nem dirige o olhar para Edmond, mesmo quando percebe sua presença.
- Quantos anos tem, querida noiva? É a sua terceira taça de vinho.
- Eu sabia. Você não tirou os olhos de mim nem por um segundo desde que saiu daqui com aquele rapaz. Tenho vinte anos, Edmond Hughes. Sei bem o que faço, quantos copos de vinho eu bebo e quem eu deixo admirado.
- Então deve saber que deixou o jovem filho dos Ronald bem interessado.
- E você, deixou a irmã dele bem interessada também. - ela retruca.
- Não está com ciúmes, está? - indagou Edmond, após um gole de vinho.
- De modo algum, por quê? Você está? - Tayla provoucou-o.
- Estou, por isso vim pedir-lhe que dance a próxima música comigo. Vamos parar de vez com a admiração destes dois irmãos.
Tayla via que Edmond não falava sério sobre ter ciúmes. Mas estranhamente ele queria dançar, e ela estava em um grande tédio.
- Vamos, não tenho nada melhor à fazer mesmo.
- Deixe-me dizer que sua animação e suas frases para comigo são muito motivadoras e carinhosas. - Edmond falou irônico.
- Que bom, só o melhor do meu ser para meu futuro marido. - a ironia era cada vez mais presente nos diálogos do casal.
Ele tomou a mão de Tayla com delicadeza, as luvas brancas de Miss York eram tão macias como um algodão importado.
A música toca, enquanto os casais rodopiam no salão de dança. Tayla evitava o rosto do futuro marido, enquanto Edmond olhava para a condessa Isabelle. Ela não estava nem um pouco convencida.
- Encoste sua cabeça em meu ombro. - diz Edmond no ouvido de Tayla enquanto coloca suas mãos ao redor da cintura dela e ela, como que por impulso, pousa suas mãos sobre seu ombro forte.
- Para quê? - ela responde em um tom baixo.
- Nós não vamos fazer ninguém acreditar em nossa relação dessa maneira.
- Não quero me relacionar com...- ela tenta falar mas é impedida por Edmond.
- Eu tenho um plano. - Ele responde e a tranquiliza.
Ela deita em seu ombro, e Edmond pode sentir o cheiro de lavanda vindo dela.
- Nunca mais poderá usar esse perfume, do contrário será difícil dizer não para o nosso casamento. - Edmond brinca e Tayla sorri também, enquanto levanta sua cabeça e olha para ele.
- Que elogio barato, usual. Espero que alguem acredite em meu sorriso forçardo. - a Dama das Chamas disparava suas frases cortantes.
A visão e o entendimento da cena para quem olha os dois, é de se pensar que ele falou algo que divertiu a moça, e que estão adquirindo sintonia.
A mãe de Tayla está muito satisfeita com a filha. E a mãe de Edmond se orgulha do filho. Sempre o viu com moças e mais moças sem fim. Mas dançar como fazia com Miss York, nenhuma outra mulher teve a oportunidade.
- Pensei que não iam se entender. - falou a viscondessa Amélia, aliviada.
- Quando se coloca duas personalidades fortes uma com a outra, ou irão amar-se ou brigar sem fim. - respondeu Olívia, a avó de Edmond.
- Ainda temo que passem da primeira para a segunda alternativa. Edmond é um bom menino, mas não abre mão de sua liberdade. - a condessa Isabelle analisava o comportamento do filho como ninguém.
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Quando Um Conde Se Apaixona
Ficción histórica#1 em Ficção Histórica - 17/05/2018 A casa de York está a beira da falência. Com o passar do tempo se tornou impossível sustentar uma família ganânciosa com uma vida de luxúrias na Inglaterra. Após saírem de sua residência oficial em Londres, os Yo...