Capítulo 2

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O barulho frenético e irritante do meu celular me deu vontade de jogá-lo do outro lado do quarto.

Gemi e coloquei a minha cabeça debaixo do travesseiro, para amenizar o barulho, mas foi em vão. O melhor seria atender.

Quanto você mais ignora a Taylor, mais ela te liga.

Dei um grito e peguei o meu celular.

— Que merda, Taylor!  —atendi esbravejando.

Acordou a bela adormecida — ela gritou, me fazendo tirar o celular da orelha — Preciso conversar com você, mas agora não dá. O Harry está aqui em casa dormindo que nem um urso.

Assim que ela pronunciou o nome dele meu coração bateu mais forte. E o que eu mais temia estava acontecendo: ela havia descoberto sobre ontem a noite.

Merda.

Bati a minha mão na minha testa e estava fazendo uma oração mentalmente, para que nada tenha acontecido.

Eu tinha esquecido completamente que estava falando com Taylor no telefone. Conferi se ela ainda estava na linha e falei:

— Desculpa, o que você estava falando?

Ela bufou do outro lado da linha.

Você está no mundo da lua ou o quê?

— Me desculpa, eu estou com a cabeça cheia.

Não mais que eu.  — eu podia ver o seu sorrisinho diabólico daqui— Oh, ele acordou. Depois eu te ligo, quero saber porque ele não estava aqui depois da festa.

— Como assim? 

A linha ficou muda. Mostrei a língua para o celular e o joguei na cama.

Deitei na cama novamente e fiquei pensando na noite de ontem. Seus lábios no meu. Sua mãos em minha cintura me trazendo para mais perto. Minhas mãos em seu cabelo macio. Tudo o que eu sempre quis desde a maldita faculdade.

Agora ele iria se casar com a minha melhor amiga, que merda.

Estávamos no anfiteatro da faculdade. Harry estava lá para me ajudar decorar as falas da peça que eu iria apresentar amanhã a noite. Na verdade, ele fazia mais graça do que me ajudava.

— Você está esquecendo de uma palavra. — ele me alertou, chacoalhando o script em sua mão.

Ele parecia um verdadeiro diretor. Sentado na poltrona com a perna direita encima da perna esquerda. Hoje ele estava usando óculos de grau, era a primeira vez que eu o via com ele. Seu cabelo estava preso em um coque mais bonito que meu. Sua famosa calça preta e uma camisa branca lisa.
Ele estava lindo.

— Ai, meu Deus —choraminguei— eu nunca vou conseguir.

Ele se levanta e fica de pé em frente do palco, coloca o script encima do palco e me olha.

— Você tem que se concentrar. — subiu no palco e parou atrás de mim — Talvez isso vá te ajudar.

Fiquei imóvel por alguns segundos, aguardando o que ele iria fazer em seguida, até sentir suas grandes mãos tocarem meu ombro me fazendo estremecer.

— Calma, você está tensa. Precisa relaxar. Solta esses ombros.

Engoli seco e relaxei os ombros.

Ele começou a massagear meus ombros, eu realmente estava bem tensa. Suas mãos eram suaves, mas ao mesmo tempo eram firmes. Dos ombros, suas mãos foram para o meu pescoço.
Era uma sensação maravilhosa, que eu fechei os olhos para sentir mais o seu toque.

Something Borrowed | hendallOnde histórias criam vida. Descubra agora