21. Shot
Eu puxei minha mão em seguida, não queria nem um tipo de contato com ele, eu nunca vou esquecer o que ele fez comigo.
Justin acelerou mais, se é que isso é possível, ele perguntou onde ficava o hotel, eu disse, sempre fazendo careta por conta da dor, aquilo estava cada vez mais insuportável. Os homens não pararam, Justin tentou despista-los, mas nada funcionava, o carro tinha rastreador, Justin propôs que nos pulássemos do carro.
— Não, claro que não, só o que faltava agora - pirei.
— A culpa é sua, vai pegar um carro logo daquele inútil.
— Da próxima vez, você escolhe o carro - disse.
— Eu vou pular, estou te convidando para ir comigo, é pegar ou largar.
— Não, eu não vou fazer isso - eu disse.
Ele deu de ombros e abriu a porta do carro, mas ele continuou dirigindo, Justin me deu uma última olhada e se jogou, mas ele agarrou meu corpo, o que me fez cair junto com ele.
Meu corpo estava todo dolorido, minhas costa estavam ardendo, aquele filho da puta, a gente caiu em um mato, bem próximo a pista, ele se levantou e começou a me puxar para o matagal.
— Você ficou maluco ? - eu gritei mas ele colocou a mão da minha boca, eu mordi a mão dele.
— Filha da puta - ele rosnou.
— Eu to com um tiro no braço, e você me faz pular de um carro em alta velocidade - eu disse.
Ele pediu para olhar meu braço
— Foi de raspão- disse me tranquilizando — Eu já passei por coisas piores - ele disse e só assim que percebi que sua cabeça estava sangrando, ele tinha pegado mais impacto do que eu, eu cai em cima dele, mas em seguida eu fui jogada pro lado, ralando minhas costas.
— Ai meu deus - eu coloquei a não na boca — A sua cabeça - eu apontei.
Ele colocou a mão e percebeu que estava sangrando.
— Só precisamos chegar nesse hotel.
— Claro, vamos voando.
Ele me ignorou e seguiu em direção ao mato, por sorte achamos uma pista, e em frente havia um posto, Justin tirou sua camisa e limpou sua cabeça.
Seria errado eu desejar ele nessas circunstâncias?
Ele pediu algumas informações para o frentista que tinha lá, e ele disse que havia um motel há 2 km.
Perguntou se ele poderia emprestar o celular dele, mas o cara disse que não tinha, provavelmente deveria estar pensando que éramos trombadinhas, mas perecíamos mesmo, a roupa do Justin estava suja e ele ainda estava sem camisa, minha jaqueta preta estava imunda, por sorte ele não reparou na bala, por conta das roupas preta que eu estava usando.
Justin disse para irmos para o motel, eu não queria, mas esse era o único jeito, pediríamos o telefone da recepção pra ligar para alguém.
O caminho foi em total silêncio, minhas pernas já estavam doendo, fora meu braço e minhas costa, Justin amarou a sua blusa no meu braço, para estancar o sangue.
Eu fiquei com pena dele, estava fazendo um frio do caralho, e ele ainda estava sem blusa.
A placa do motel já estava a nossa vista, faltava bem pouco para chegarmos.
A recepcionista era uma velha surda, Justin tinha que gritar para ela entender.
Ele pediu o telefone emprestado, ela não negou. Graças a deus.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Bad Things - J.B
FanfictionO amor é a infinita mutabilidade do mundo; mentiras, ódio, até mesmo assassinato, tudo está atrelado a ele; é o inevitável desabrochar de seus opostos, uma magnífica rosa com um leve cheiro de sangue. - Tony Kushner, THE ILLUSION ✘INÍCIO ✘...