A FAZENDA STORM - CAPITULO 4

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Capitulo 4 – Uma esperança 

Lágrimas de horror escoam pelos olhos do assustado menino, ele não quer olhar, então fica ali chorando e chorando, até que finalmente adormece. Desta vez, não houve sonho, Saulo passou horas dormindo, e nenhum sonho veio em seu sono.

Quando Saulo acorda, já está com o rosto descoberto, abre os olhos atordoado e tonto, olha ao seu redor, e vê seu quarto estranhamente diferente. Quando se lembra do que houve antes de adormecer, o medo volta, e o menino reluta em sair da cama, ele se senta e olha para a porta, que parece estar em um estado de envelhecimento bem maior do que lembrava da noite anterior.

O quarto de Saulo estava mais sujo, mais bagunçado e com teias de aranhas espalhadas.

Saulo não sabia o que fazer, mas tinha que sair daquele lugar. Colocou a perna direita para fora da cama, deu mais uma pausa para ver se ouvia algo, então saiu e ficou de pé, olhou a sua volta, e não acreditava no estado que seu quarto se encontrava, caminhou lentamente até a porta, abriu e olhou o longo corredor, as paredes estavam com aparência de madeira podre, o piso já não era brilhante. Saulo estava com medo, mas estava decidido a ir até a estufa, e quando deu os primeiros passos pelo corredor já fora de seu quarto, a porta atrás dele se fecha com força, Saulo se assusta e tenta abrir novamente o quarto, porém seu esforço de nada adianta.

– Não! Não! Abre!!!! – Grita o menino desesperadamente forçando a maçaneta.

Saulo então ouve algum barulho pela casa, volta a ficar em silêncio e precisa correr para algum lugar. A sala, logo a direita parece um lugar muito visível e fácil de ser encontrado, o quarto dos pais, um pouco a frente à esquerda ele não queria entrar, restou o banheiro, depois da entrada da sala, à direita, com a entrada de frente ao quarto de seus pais.

O menino corre para o banheiro, e fecha a porta com força e tranca. Sentado no chão ao lado da porta e abraçando os próprios joelhos, Saulo fica atento a qualquer barulho vindo de fora, porém o único som que ele ouve, é o de sua própria respiração. Após 10 minutos ali parado, ele resolve averiguar a situação do lado de fora.
Lentamente o menino se levanta, encosta o ouvido na porta de madeira... nem um barulho se ouve, Saulo fica apreensivo, coloca a mão na fechadura, retira a chave, abaixa-se lentamente para olhar por baixo da porta, nada, apenas o piso velho. Mas reparou que a porta do quarto de seus pais encontrava-se entreaberta, apesar de ter medo de entrar ali, sabia que olhando pela fechadura do banheiro ele conseguiria olhar o quarto.

Levantando-se com calma, foi subindo o corpo, com o rosto quase que colado na porta, até chegar próximo da fechadura, parou um pouco antes, respirou fundo, e olhou... Um olho vermelho como sangue olhava a fechadura do lado de fora do banheiro.

Saulo deu um salto e um grito de susto, entrou em pânico. Sabia que precisava sair daquele banheiro. Subiu na privada e logo depois na pia, e ali em cima havia uma janela, por onde já havia saído algumas vezes para fugir de lições de casa.

Saulo não pensou muito, apenas correu, só queria se afastar dali. Viu o dormitório dos funcionários e não pensou duas vezes, entrou mas percebeu que a chave não estava na porta, então não conseguiria trancar. O dormitório era dividido em vários blocos ligados por um corredor central, os blocos eram numerados, à esquerda, números impares e a direita números pares. Cada bloco era uma suíte, um quarto para duas pessoas e um banheiro. O corredor era enorme, um pouco amedrontador para Saulo, porém ainda era dia, estava bem iluminado pelas janelas de alguns dormitórios que estavam com porta aberta. Não dava para trancar o dormitório mas provavelmente algum daqueles 30 blocos tinha que estar com a chave. Saulo então foi caminhando com passos rápidos mas sem correr, pois estava com medo e ao mesmo tempo com pressa.

Então se lembrou de Lúcia, e resolveu se esconder no dormitório dela, pois sabia que ela guardava a chave embaixo do colchão, que era o de número 22, quase no final do corredor à direita. Apressou-se, e sem olhar para os lados, seguiu pelo enorme corredor.

"Bloco 22" A porta estava encostada, Saulo então a empurrou devagar, e um rangido extenso ecoou pelo corredor. Saulo deu uma olhada para o início do corredor para verificar se alguém o seguia, e para seu alívio o local estava calmo. Entrou no quarto, que encontrava-se bem arrumado, apenas empoeirado como se estivesse naquela situação há muito tempo, Saulo então levantou o colchão e não encontrou a chave.

– Está procurando alguma coisa?

Saulo por um momento se encheu de medo, mas reconhecia aquela voz. Virou-se e lá estava uma mão feminina, de meia idade, pendurado em seu dedo um pequeno chaveiro escrito "bloco 22". Saulo por um momento se encheu de esperança ao ver Lúcia naquele local. 

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