Just the beginning

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12 de Junho
Querido Pesadelo

"Em plena segunda - feira aqui estou eu e este será mais um dia que passarei sozinha, vazia, incompleta...
Neste momento a sua companhia é a única que me fortalece, porém não é o suficiente para me confortar em pleno dia dos Namorados.
Somente você é capaz de me decifrar, de me destruir (e eu te odeio por isso), o único com a coragem de me amar, me amar de verdade e sem mentiras."

P.O.V Lilith

Eu quero morrer, não suporto mais a minha família, a escola e principalmente está droga de vida. Não escolhi nascer e mesmo se tivesse esse "poder" de decisão, com certeza jamais teria vencido a corrida dos espermatozoides.
De acordo com as lei estabelecidas pelos meus pais eu tenho que ir para a escola, mas não gosto de ser obrigada a fazer as coisas. E o único que me ajuda a manter o controle é o Pesadelo, meu diário, ele me entende e sabe de tudo o que já aconteceu até este momento na minha vida.

Me cansei de viver assim, dois anos tendo que suportar meus pais sozinha é dureza, minhas irmãs não se importam mais comigo, minha sobrinha Clarice trouxe a esperança que todos nós acreditávamos não existir, eu a amo tanto, mas as coisas se tornam ainda mais complicadas a cada dia.  Não entendo, as vezes me sinto tão bem, porém de repente tudo muda, eu mudo, a solidão e o vazio me impede de seguir em frente, na maioria das vezes me prendendo em dores e angústias...

- Será que hoje eu vou pra escola? Tanto faz, não espera. Hoje tem Filosofia! Partiu escola...- digo a mim mesma.

Me levantando rápido permitindo ao meu corpo um banho quente e demorado já que está frio e muito cedo, lavo meus cabelos curtos e os secando assim que termino de me banhar. Como sempre em dias frios eu coloco um conjuntinho PP preto de moletom bem básico já que não me importo com "padrões do Ensino Médio". Meu Hailton! Acho melhor parar de pensar na morte da bezerra e correr, pois tenho apenas 30 minutos para tomar café, organizar meus materiais, arrumar o quarto e chegar na escola. 

***

Antes mesmo que eu pudesse pedir licença para participar do restante da aula a professora de Sociologia me arrastou até o meu lugar, gritando e me dando o maior sermão.

- Esta é a ultima vez que irei permitir que você assista minha aula quando estiver atrasada, na próxima se prepare para uma suspensão! - Que desperdício de tempo, ela devia me agradecer por ter vindo e interessar em aprender, eu jamais acordaria as 06:00 horas da manhã para não fazer nada que não fosse me beneficiar. - [...] está me ouvindo Lilith?

- Sim, eu estou ouvindo Sra. Carmo. prometo que isso não irá se repetir. - Menti na cara dura, eu sempre vou chegar atrasada, às vezes me surpreendo comigo mesma, minha personalidade muda muito rápido, mas se ela ficar me enchendo vou acabar falando mais do que devia.

- Acho bom, caso contra... - Eu a corto na metade da frase.

- Caso contrário a aula irá acabar e a Senhora não passou nada, ficou perdendo seu tempo tentando me intimidar, mas saiba que se eu cheguei atrasada é porque tive um bom motivo. - Na verdade eu não tinha. - Essa é a terceira vez que eu perco o horário da sua aula, então não me venha com essa de suspensão, porque eu não fiz nada de errado. - As palavras saíram da minha boca tão depressa que não pude controlar. Pela primeira vez a Sra. Carmo não fez nada, ela simplesmente se virou para o restante da turma e voltou à explicar a matéria.

Dinder: The other side of lifeOnde histórias criam vida. Descubra agora