13 de Junho.
"Não sou a mesma desde o momento em que ele me beijou, desde o momento em que minhas armaduras foram desmontadas por ele, estou feliz pelo que aconteceu, mas triste, porque algo me diz que ele está mentindo. Não, ele não seria capaz, ou seria? "
P.O.V Lilith
Hoje realmente não vou a escola, primeiro porque acordei muito atrasada e depois porque não estou me sentindo muito bem. Acho que peguei uma virose, mas preciso falar com as meninas, desde ontem não tenho notícia delas. Me levanto, vou até o banheiro me banhar e escovar meus dentes, visto uma meia-calça branca toda trabalhada nos desenhos, coloco calça jeans preta rasgada desde a coxa até minha pantorrilha, uma regata preta com a estampa da "Morte" e por fim meu tênis também preto. Meus pais não gostam do meu estilo, mas não vou mudar minha essência por causa deles, além de que eu não tenho culpa se a cor preta é a mais linda, no dia que inventarem uma cor mais escura que preto eu também irei usar. Terminei de me arrumar e fui tomar café com meus pais.
- Lilith, você não tem outra roupa não? Principalmente de outras cores. - pergunta meu pai.
- Sim, eu tenho. - respondo normalmente.
- Então por que não usa? - ele pergunta novamente.
- Porque eu não quero. - respondo agora sendo ríspida, não gosto quando as pessoas criticam meu estilo, mesmo que elas sejam da minha família.
- Me respeita garota. - ele grita. - Eu sou seu pai e não seus colegas de rua. - ele fala agora se levantando e me acertando com um tapa no rosto. Me seguro para não deixar que nenhuma lágrima caía, não darei a ele esse gostinho.
- Você está certo, você não é meu colega, nem meu amigo, é apenas um "homem" que teve a infelicidade de se tornar meu pai, você não me merece como filha. - disparo contra ele, mas não é o suficiente, as minhas dores, mágoas, angústias... Todos os meus sentimentos tristes estão presos na minha garganta, não consigo solta-lós e isso me corrói.
- Não quero ver você nesta casa quando eu voltar do trabalho, para mim você não passa de um estorvo, uma inútil, uma QUALQUER. - a última palavra dele me destruiu por completo. Como ele pôde dizer isso de mim? Percebi que minha mãe estava perto do fogão, ela nos olhava sem dizer nada, é claro que ela não ficaria contra o meu pai, mesmo ela não sendo tão apegada a mim, nunca me tratou como o meu pai, ela já sofreu tanto quanto eu e minhas irmãs, sinto que minha mãe já está farta de viver desta forma, porém sabemos que se um dia ela ousar pedir o divórcio meu pai lhe mata, ele já deixou isso bem claro.
Me vejo correndo pelas ruas chorando descontroladamente, pensando no que farei a partir de agora, não tenho onde ficar. Mas acho que a Alasca e a Aline podem me ajudar. Isso, eu tenho que ir pro apartamento delas. Após horas esperando as meninas, elas chegam da escola, eu ainda estou chorando, na verdade não deixei de chorar nem por um segundo, a dor é muito grande.
- Lili, o que aconteceu? - pergunta Alasca, sua voz demonstra preocupação.
- Meu pai...- não consigo continuar, os soluços se tornam ainda mais altos, não consigo controlar minhas lágrimas.
- Lili, entre. - Aline diz me apoiando nela e me conduzindo para dentro do apartamento que era bem amplo e muito bem decorado já que à Alasca queria ser arquiteta ela cuidou da decoração da casa, enquanto a Aline entrou com o dinheiro pra financiar o apartamento e tudo o que viesse a ser necessário para deixar ele com a cara delas. O apartamento possuía três quartos, sala, cozinha, um banheiro, área de serviço, fora que dá varanda podia se ver toda a cidade, que se tornava ainda mais bela à noite.
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Dinder: The other side of life
Teen Fiction"Me desculpa por ter ficado tanto tempo longe, durante esse período aconteceram muitas coisas na minha vida - se é que posso chamar isso de vida. Mas agora estou de volta e pretendo contar tudo o que está ocorrendo com o máximo de frequência possíve...