P.O.V Lucas
Assim que cheguei no hospital fui informado que Lilith estava no banho e que eu devia esperar na recepção, o tempo foi passando e nada dela, me agoniei e decidi ir ver se ela estava bem, mas ao abrir a porta me deparei com... a mais bela menina/mulher que eu poderia ter conhecido em toda a vida.
— Que susto Lucas! - disse ela colocando a mão no peito. - você estragou a surpresa, porque não esperou na recepção? - disse fazendo bico.
— Eu esperei, mas como você estava demorando muito achei que tivesse acontecido algo e decidi vir conferir, mas pode acreditar que se eu soubesse que essa seria a surpresa eu teria entrado neste quarto a muito tempo. - falei e logo ela ficou escarlate.
— Para!!! - riu, meu Deus que saudade dela e dessa risada doce e gostosa.
— Lih, me promete que nunca irá me deixar!? - falei olhando nos olhos dela.
— Só se você prometer sempre ficar do meu lado, independente do que aconteça. - respondeu ela colocando os pequenos braços entorno do meu pescoço e ficando na pontinha do pé.
— Irei ti amar até depois do fim. - já não aguentava mais a distância que nos separava então lhe beijei apaixonadamente. - Lih, eu acho que você encolheu durante esse tempo que ficou internada, ou eu cresci. - proferi tais palavras rindo e olhando para os pezinhos dela.
— Hahaha, não tô vendo a graça. - respondeu ficando brava. - se você tivesse conhecido a Alasca não diria isso, ela era ainda menor que eu, na verdade ela era a menor de todas nós. - por um instante ela sorriu lembrando da amiga que morreu a alguns meses, mas logo depois começou a chorar. - eu sinto tanta falta dela e do Gabriel, mas o que mais me dói é que ela morreu grávida. Lucas, eu queria tanto ter ela aqui comigo agora. - as lágrimas e os soluços já estavam presentes e o sofrimento dela me destruía, não sou capaz de suportar ver ela assim.
— Lih, não fica assim, eles sabem que você os ama, eu acredito que eles estão bem agora, em um lugar melhor do que este que vivemos hoje. - tentei tranquilizá-la.
— Você tem razão. Podemos ir logo para casa? Não aguento mais ficar neste lugar. - falou baixinho e me abraçou pela cintura.
— Podemos sim. - nos despedimos de algumas pessoas e fomos para casa.
***
Pegamos um táxi e durante todo o caminho para casa contei à Lih o que eu havia conversado com a diretora do colégio e ela logo se empolgou.
Chegamos exaustos, tomamos um banho juntos - isso mesmo, juntos - Lih me arrastou para dentro do banheiro e começamos a nos beijar calorosamente, porém não passamos dos limites, tomamos nosso banho e fomos dormir - ou pelo menos era o que eu achava que iria acontecer logo em seguida. - Como estávamos no meu quarto dei a ela uma das minhas camisas e enquanto eu me vestia, Lih foi até o seu quarto colocar uma calcinha, porém voltou com ela na mão.
— Não vai se vestir? - perguntei inocentemente enquanto arrumava a cama para quando fossemos nos deitar.
— Sim, mas acho que vou precisar de ajuda. - respondeu toda maliciosa, isso porque mal voltou do hospital.
— Vai ficar precisando, sua assanhada, você acabou de voltar do hospital, não vamos fazer isso hoje. - respondi sério, porém morrendo de vontade de rir da cara que ela fez de decepção.
— Sério isso? - concordei com a cabeça. - por que?
— Por que eu quero que a sua primeira vez seja especial, então se vista logo, vou fazer uma pipoca para comermos durante o filme. - respondi saindo do quarto.
— Que broxante, eu aqui toda maravilhosa e você faz uma desfeita dessa. Quando você quiser vou ti deixar na vontade também. - começou a tagarelar atrás de mim enquanto se vestia.
— Que nada! Você me deseja demais pra fazer isso - falei gargalhando. Ela ficou muito pistola. - Calma amor, eu também lhe desejo, só Deus sabe o quanto me seguro para não agarrar você, mas acho que você merece este momento de uma maneira única, entendeu?
— Sim. - fez bico. - tô com fome, vou ti esperar no quarto, ok? - concordei sorrindo. - E pode deixar que eu levo os nossos chás. - acho que esqueci de dizer o quanto a Lih gosta de chá gelado e agora eu estou na mesma, parece que quando ela morava no Brasil o Gabriel sempre comprava para ela e para a Alasca.
***
Quando cheguei no quarto Lilith estava olhando a garrafinha de chá e chorando.
— Lih, o que aconteceu? Está sentindo algo? - perguntei preocupado.
— Sim, aconteceu. Eu estou sentindo uma dor aqui dentro do peito, logo que peguei o chá me lembrei da Alasca e do Gabriel, de todas as vezes que ficamos na sala jogados assistindo um filme qualquer e bebendo chá de pêssego. Me lembrei da primeira vez que a Alasca bebeu o chá, estávamos voltando da escola, o Gabriel deu um para mim e outro para ela. Alasca já estava preparada pra cuspir longe caso não gostasse, porém ela adorou e falou que o Gabriel teria sérios problemas caso não lhe comprasse outros chás, todos nós rimos e fomos para casa, se eu pudesse voltar no tempo com certeza iria aproveitar cada instante ao lado deles e da Aline, ao invés de todas as festas que fui, passaria a noite com eles, os amando, valorizaria cada milésimo de segundo ao lado deles. - agora quem chorava era eu.
— Lih, já conversamos sobre isso, você precisa deixar que eles descansem em paz, ao invés de lamentar reze para que as almas deles estejam em um bom lugar e que eles não sofram os tormentos, pelo contrário, que possam encontrar a paz. Vêm, vamos assistir o nosso filme. - a coloquei com a cabeça apoiada no meu peito e assim permanecemos, assistimos uns dois filmes e cinco episódios de Once Upon a Time, mas acabamos dormindo abraçados.
Desejo que todos os dias de nossas vidas sejam felizes e especiais, e que ela não sofra tanto com a perda dos amigos, pois eu estarei sempre aqui para apoiar as suas decisões e questionar quando necessário para que ela acerte e seja forte o suficiente para seguir em frente.
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Dinder: The other side of life
Teen Fiction"Me desculpa por ter ficado tanto tempo longe, durante esse período aconteceram muitas coisas na minha vida - se é que posso chamar isso de vida. Mas agora estou de volta e pretendo contar tudo o que está ocorrendo com o máximo de frequência possíve...
