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eu sempre quis um amor intenso
enlouquecedor e tranquilo
suave e arrebatador
doce e forte.
com sabor de fruta mordida, como diria o Cazuza, mas também com gosto de brigadeiro meio amargo.
um amor que me lembrasse do quanto é bom estar viva.
e assim vivi, cresci, senti medo, coragem e orgulho de mim mesma.
ralei os joelhos.
quis fugir. quis ficar. quis fugir e ficar ao mesmo tempo.
amei umas pessoas, detestei outras.
mudei e tive medo de mim. me mutei e me admirei mais do que nunca.
mas nunca deixei de querer esse amor.
só percebi, depois de muito tempo, que apenas eu poderia me amar como queria.
então eu me enchi de luz e senti que merecia estar viva.
aprendi a gostar dos meus defeitos, louvei minhas qualidades. senti orgulho, estudei o que eu queria, fiz o que pude fazer.
eu me descobri. e me preenchi.
depois disso, passei a buscar alguém que pudesse não me dar esse sentimento, porque eu já me bastava.
eu era o suficiente e mais do que o suficiente. era tudo de que eu precisava.
então, quis alguém que eu pudesse amar, mas que se amasse mais.
não quis mais ninguém pra completar: só pra acrescentar. ninguém pra sentir orgulho: só pra dividir comigo o que eu já sentia de mim mesma.
ninguém pra preencher.
só pra transbordar.

-textos cruéis de mais para serem lidos rapidamente

Entre Linhas E Reticências (...)Onde histórias criam vida. Descubra agora