Entre Linhas E Reticências (...)

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eu fiquei rindo da quantidade de coisas clichês que se passaram pela minha cabeça quando fiquei olhando para você.

reparei na sua mania de ficar mordendo a boca logo depois que você sorri. reparei em cada detalhe da sua barba e na maneira como você passa a mão no seu cabelo. contei a quantidade de vezes que seus olhos pequenos piscavam e a forma como você consertava o óculos que teimava em escorregar pelo seu nariz com o balançar do ônibus. fiquei olhando seu olhar perdido e tentei imaginar o que você estava pensando naquele pequeno momento em que eu estava ali apenas pensando em você. eu esqueci onde estava e talvez as pessoas possam ter reparado no meu sorriso que estava presente enquanto meu olhar continuava preso a você.

no que você estava pensando antes de perceber que eu estava ali olhando você?

e não sei quanto tempo isso durou, mas você sorriu e eu sorri de volta.
eu me senti abraçado.
eu senti meu corpo correspondendo aquele simples encontro.
singelo.
simples.
e agora estou aqui pensando nele.
nós sorrimos um para o outro e foi como se o barulho do ônibus não existisse. eu estava completamente preso aquele momento e quis apenas entender o porquê de não conseguir parar de sorrir.
eu sorri. você sorriu de volta e eu sorri.

eu não consigo descrever o que aconteceu há alguns minutos sem soar clichê.
eu não sei outras formas de falar sobre esse sentimento bom que se faz presente e só me faz fazer isso: sorrir!
e eu quero continuar sorrindo para você.
quero que você continue sorrindo para mim. pois foi através desse sorriso clichê de hoje que eu tive uma certeza.

eu quero você.

-Textos cruéis demais para serem lidos rapidamente