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quando o conheci, ele me disse que a radio cidade falava bem do seu signo. ele falou que era o cara mais sossegado da face da terra, e eu duvidei.
falamos sobre a experiência de viajar sozinho e foi visível o anseio por liberdade. resolvi contar sobre a experiência de morar com amigos e sobre o fato de estar só, mesmo não estando.
fui desmembrando cada palavra dita durante as nossas conversas.

ontem ele me ligou.
me larguei em cada sorriso que deixei escapar ao ouvir sua risada. falamos sobre sonhos e sobre medos. ele me disse que gosta de ficar do lado de fora de casa e que o céu estava estrelado. pedi que ele experimentasse a sensação de voar de noite, pois parece que ao olharmos para baixo, estamos vendo as estrelas. contei como me senti quando vivenciei isso pela primeira vez, mas guardei que quero estar com ele da próxima.

senti o seu passado, quando ele me apresentou um pouco do que já viveu.
e falamos sobre um futuro incerto.

foram três horas imaginando como ele estava se sentindo. não sei se ele conseguia racionalizar tudo aquilo que estava acontecendo.
eu não quis. eu só senti.
esqueci onde estava.
era só eu e ele naquele momento.
e ele me tocou.

não sabíamos o que estávamos sentindo, mas era algo mútuo.
tentamos definir e concluímos que era o nosso (...)
algo sem vírgulas e sem pontos.
algo não definido. algo sentido.
algo que mesmo ainda desconhecido, o nosso desejo é que continue
que fique.
que seja.

Via:

_textos cruéis demais para serem lidos rapidamente

Entre Linhas E Reticências (...)Onde histórias criam vida. Descubra agora