Eterna dama (EM PAUSA)

7

Quando deu umas nove horas, começou a tocar apenas funk, o coração e a tabaca piscou na hora. Comecei a dançar logo, e as meninas acompanharam, a Sabryna começou a ficar com o Binho que já era caso antigo dela e ele liberou bebida pra nós, de hora em hora vinha um menino trazer uma garrafa de Jack ou Absolut, e eu me acabava.

Uns meninos já tinham dado em cima de mim, mas eu não tava afim de nenhum. Eu já tava louca, daí bateu uma vontade de mijar da porra e como nós tava no meio da rua, não tinha banheiro e as casas que tinham estavam fechadas. Fui até a lua pra ver se ela conhecia alguém que morasse por perto.

- Tem a casa da Júlia. - Ela falou. - Bora lá. - Ela saiu me puxando pelo meio do povo.

- Vai devagar aí fia. - Falei segurando ela.

Chegamos numa casa grande e bonita, ela nem bateu. Foi logo abrindo, na sala tinha uma mulher, junto com dois homens.

- Iae tia, deixa essa doida ir no banheiro aí? - Ela perguntou pra mulher.

- Pode ir, e naquela porta ali. - Apontou pra uma porta no fundo do corredor. - Só espera o Juninho sair.

- Tá bom. - Falei e esperei um tempinho.

- QUE DEMORA DA PORRA É ESSE EM JUNIOR? A MENINA QUER ENTRAR. - Ela gritou. - Vai morar aí é?

- Tô saindo porra. - O menino falou. - A pessoa não pode nem cagar. - O menino falou de lá de dentro.

- TEM GENTE QUE QUER CAGAR TAMBÉM. - Ela gritou e eu gargalhei.

- Pode entrar já. - Na hora que eu vi quem saiu da porta o cu trancou na hora. Bateu aquela vergonha, e eu fiz o possível pra fingir que eu não tava afim do garoto. Até porque eu sou difícil.

Entrei no banheiro e fiz minhas necessidades, passei meia hora pra tirar todo mijo armazenado. Antes de sair fiz uma oração básica pra que o J10 não tivesse mas lá fora. E como Deus me ama ele já tinha saído. Agradeci a mulher lá e a gente saiu. Voltamos para o mesmo lugar que a gente tava e eu peguei um copão de whisky com energético. Fiquei lá dançando e um menino encostou em mim, rendi pra ele, já que quem eu queria, não rendeu pra mim e eu ainda passei uma vergonha na frente dele. O garoto era loirinho e não tinha cara de Zé droguinha não, parecia que ele não era de colar nesses lugar não, mas às aparência enganam não é mesmo? Então não vou julgar sem saber.

Ficamos conversando e ele já tava pegando na minha mão, olhei pra cara dele e nem acreditei, cuidei logo de soltar, até porque nem conheço o garoto. Ele me beijou e o beijo era legal e tal. Ficamos ali se beijando e dançando. Tinha umas menina sarrando, uma coisa horrivel eu olhava e ria, povo sem vergonha na cara, no domingo sai de vestido pra ralar a calcinha nos traficante, e na segunda quer uma cara "fiel". Ridículas.

- Sarra em mim novinha. - O garoto falou no meu ouvido.

- Eu mesmo não, presepada. - Falei revirando os olhos.

- Besteira pô. Aquelas meninas ali dançam. - Ele falou e deu de ombros.

- Então vá dançar com elas ue. - Dei de ombros igual ele e sai dançando deixando ele pra trás.

Não tenho paciência pra esses menino não, achando que eu vou fazer as coisas só porque os outros fazem. Na certa eu tenho cara de Maria vai com as outras. Procurei as meninas com os olhos e só achei a Vanessa. Fui até ela.

- Cadê a Sabryna? - Perguntei.

- Foi pagar a conta.

- Oxe, o menino num tava pagando as coisas pra nós? - Perguntei. - O tal do Binho.

- Claro que não né amiga. - Revirou os olhos. 

- E ela foi pagar aquilo tudo como? - Perguntei preocupada, a louca ia gastar mó dinheirão, até porque foi cachaça demais. - Ela trouxe cartão?

- Claro né Losly. - Falou. - Xerecard.

- Tu não presta não vei. - Falei gargalhando. - Ela é gamada naquele Binho viu. Toda vez que vem aqui da pra ele.

- Famoso pica de mel.  

- E tu vai dar pra ninguém não amiga? - Perguntei. - Tirar as aranhas né?!

- Já dei que tu nem viu. - Ela gargalhou.

- A quem em? Não vi mesmo não.

- Tá vendo aquele menino de azul ali? - Apontou pra um menino.

- Tô.

- Pense numa pica grossa. - Falou. - Fui de bumbum na vara, vim de bumbum na vara. - Ela cantarolou rindo.