BÔNUS PARTE II

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- Não posso doar. - Digo em meio ás lágrimas.

- Como? Donnizete eu sei que eu errei em não te contar mas por favor salva o meu filho. Ele é tudo o que eu tenho, ele é tudo o que sobrou do nosso amor. - Olho para Bianca e só sinto raiva por ela ter escondido isso de mim. Eu a ignoro olhando para o médico que está bem confuso.

- Doutor ele tem o mesmo tipo sanguíneo que o meu mas eu não posso doar porque alguns meses atrás eu fiz uma tatuagem e sei que o período tem que ser de um ano. - O médico assente e diz que vai fazer o possível para encontrar um doador.

O médico sai alguns minutos depois me deixando a sós com Bianca que nesse momento está chorando baixinho sentada me olhando. Provavelmente esperando a minha reação com tudo isso.

Eu não sei o que fazer. Eu não sei o que pensar. Eu passei esses sete anos achando que ela tinha perdido o nosso filho. Quando na verdade ela foi cruel e egoísta.

Decido não falar nada com ela agora eu não quero causar uma confusão dentro de um hospital. Olho no relógio pendurado na parede e vejo que já são 14:15 e até agora eu não comi nada, não que eu esteja com fome mas eu preciso de uma desculpa pra sair de perto dela. E assim que levanto para ir procurar uma lanchonete sua voz me chama.

- Donni aonde você vai? - Respiro fundo antes de encarar seus olhos azuis que estão vermelhos pelo o choro.

- Eu vou comer alguma coisa. - Digo entre os dentes como se isso fosse conter a raiva que estou sentindo dela nesse momento.

- Eu não acredito que você está preocupado em comer quando seu filho precisa de cuidados e você que era pra salvar a vida dele não pode porque resolveu que era hora de se encher de tatuagem. - Ela fala com ódio e reprimo a vontade de gritar com ela.

- Bianca eu não vou brigar com você dentro de um hospital, então guarde as suas garras para outra hora em que você quiser me explicar o porque você escondeu a existência do meu filho. - Digo e saio andando deixando ela falando sozinha.

Enquanto caminhava pelos os corredores notei alguns olhares de espanto em minha direção e só aí me dei conta da quantidade de sangue que estava em minha camisa. Pego o meu celular e resolvo ligar para Ágata.

- Ágata? - Minha voz sai chorosa.

- Donni? O que aconteceu?

- Eupreciso de você aqui...

- Aonde você está? 

- No hospital, aconteceu um acidente e... - Minha voz falha quando o choro começa. - Só passa na minha casa e me traz uma camiseta limpa e vem me encontrar.

- Merda Donni eu estou indo seu bastardo. Me diz que você está bem? - desligo o telefone e sento em um banco do lado de fora do hospital.

Depois de uns quarenta minutos sentado aqui fora vejo Ágata e o Dom chegando, eu levanto para falar com eles mas acho que não foi uma boa ideia porque assim que ela põe os olhos na minha camisa ela começa a vomitar na calçada e vejo o Dom correr pra segurar seus cabelos.

Depois da minha amiga colocar tudo pra fora e finalmente se acalmar ela começou a chorar achando que o sangue era meu.

- Ágata meu anjo, Eu não estou machucado e se você parar só um pouquinho pra me deixar falar eu te explico. - O Dom fica do lado somente olhando sem dizer uma palavra enquanto ela chora sentada no banco ao lado.

- Mas você... esse sangue...

- Não é meu. É do meu... - Só de lembrar que estive a poucos horas com meu filho no colo mesmo que sem saber, sei que é a melhor sensação do mundo. Meu filho estava vivo e como se só agora a ficha caiu eu começo a chorar e a rir ao mesmo tempo.

Eles me olham sem entender nada mas a alegria que sinto em saber que meu filho está vivo e que esteve em meus braços é tanta que a única coisa que eu quero é ir lá dentro e da meu sangue todo pra ele.

- Donni? Você está bem? - Dom pergunta e Ágata enxuga os olhos com um lencinho e me olha a tenta.

- Claro que tá tudo bem, Porque não estaria? Só porque eu descobrir que o filho que eu achei que tivesse perdido a sete anos atrás está vivo e que hoje ele foi atropelado por algum filho da puta e eu o socorri e o trouxe para cá. Mas essa não foi a melhor surpresa do dia e sim saber que ele precisa de uma transfusão de sangue e eu seria doador se não fosse a Merda dessa tatuagem que eu quis fazer. - Eles me olham atentos e a dor em meu peito e lacerante e me vejo de joelhos chorando como uma criança com medo de que meu filho não saia dessa para que eu possa dizer que eu o amo.

Meus amores tadinho do Donni né?
Teremos mais um bônus...
Beijos!!

MINHAOnde histórias criam vida. Descubra agora