ELE FOI EMBORA

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ÁGATA

Ver meu amigo quebrado chorando por seu filho me fez perceber que o meu bebê não pode ficar longe  do pai, Eu já tinha decidido conversar com o Dom sobre voltarmos mas ele não atendeu as minhas ligações e sei que ele deve estar muito magoado então preferi conversar com ele depois que toda essa confusão passar.

- Donnizete qual o tipo sanguíneo do seu filho? – A voz de Dom se faz presente pela primeira vez desde que o Donni nos contou tudo o que houve depois que ele saiu pra correr.

- O negativo. – Observo ele acenar em positivo e ficar um pouco pensativo.

- Eu vou comer alguma coisa e já volto. – Ele sai em disparada deixando que eu e o Donni ficássemos a sós.

Estamos os dois sentados na sala de espera olhando atentamente o relógio como se ele tivesse uma resposta pra nos  dar. O silêncio me deixa aflita e sei que meu amigo também, ele está impaciente e nem se quer olha para Bianca sentada sozinha chorando baixinho. Eu finjo não perceber a forma arrependida que ela olha pra ele.

Três horas e nenhuma informação do Rafael e nem do Dom que não voltou ainda, já liguei pra ele porém o celular está desligado. Vejo o médico vindo por um corredor e nós três levantamos apressados.

- Doutor como está o meu filho? – Donni e Bianca pergunto juntos, o médico está sério olhando fixamente para os dois.

- Ele está bem, achamos um doador saudável compatível com ele. Agora está se recuperando daqui a pouco peço para uma enfermeira levá-los para vê-lo.

- Mas Doutor tem certeza que o doador é cem por cento saudável ?  -Bianca pergunta para o médico.

- Sem dúvidas, ele é um homem saudável e forte. Ele está dividindo o quarto com o seu filho caso queiram agradecer a ele.

- Obrigado! – É a única coisa que o Donni diz antes do médico seguir por outro corredor.

Estamos esperando a hora de ver o Rafael mas parece que nada faz os minutos passarem mais depressa. Mandei uma mensagem avisando ao Dom que o menino está bem mas não tive nenhuma resposta, ele deve está realmente a todo custo querendo  me evitar mas isso vou resolver outra hora. Avistamos uma enfermeira caminhar sorrindo em nossa direção.

- Responsáveis por Rafael Marques Andreazi?  - Ela tem o tom de voz calmo.

- Sou eu. – Diz Bianca

- A senhora gostaria de me acompanhar para ir ver o seu filho? – Ela assente freneticamente.

- Eu vou junto. – Donni diz e a Bianca o repreende  com olhar mas ele não se importa e segue a enfermeira pelo o corredor.

- Eu também. – Digo indo atrás dos dois.

Assim que a enfermeira nos mostra a porta os dois entram como um furacão no quarto, assim que entro vejo um menino lindo com agulhas pressa em seu braço, ele está um pouco pálido mas bem. Eles se aproximam dele e choram em silêncio.
Assim que o Donni beija a testa do filho seus olhos arregalam quando ele olha para o outro lado do quarto e assim que me viro encontro dois pares de olhos verdes me encarando com intensidade.

- Dom? – Ele desvia o olhar e arranca a agulha que estava em seu braço e se levanta indo até a porta mas o Donni o para antes que ele consiga ir.

- Obrigado por ter salvo meu filho, Você é um bom homem Domênico.

- Eu só achei que você merecia mais uma chance de ser pai. – Ele responde e me encara como se na verdade ele quisesse dizer isso pra mim. – E eu volto hoje a noite pra Veneza então vou deixar a Chaves com o porteiro. Foi um prazer conhecer seu filho , ele parece muito com você.

E assim ele se vai...

- Você deveria ir falar com ele. – A voz do Donni soou atrás de mim. Depois que o Dom foi embora nós ficamos mais um pouco com o Rafael que ainda está sedado e depois eu sai para comer alguma coisa meu pequeno pedacinho de gente estava com muita fome.

- Ele não quer me ouvir, ele me ignorou o tempo todo enquanto estávamos vindo pra cá. -Sei que o Dom está no seu direito mas também estou no meu, afinal eu fui a enganada.

- Ele te ama. E você deveria deixar isso claro pra ele. – Estamos os dois sentados somente olhando para xícara como se ela tivesse uma resposta oculta.

- Eu vou ir falar com ele. – Digo firme mas para mim mesma do que para o Donni.

- É assim que se fala. – Ele pisca e deixa um beijo na minha testa.

Depois que sai do hospital passei em casa para tomar um banho e contar todos os últimos acontecimentos para minha mãe que está feliz em saber que o Rafael está vivo e vai transformar o Donni em um Pai responsável.
Agora estou comendo um sanduíche de peru com um copo grande de suco de laranja enquanto minha mãe me olha com os olhos brilhando.

- Então quer dizer que você pretende  ir falar com o Domênico ainda Hoje? – Ela pergunta com certa curiosidade.

- Sim, nós precisamos nos resolver. - Ela assente e ficamos em silêncio.

Depois que eu e meu bebê estávamos devidamente alimentados e saciados por enquanto, peguei minha bolsa para ir conversar com o Domênico.

- Mãe me deseje sorte porque o Homem está uma fera comigo. - Dou um sorriso pra ela que ri.

- Lhe desejo juízo e paciência porque ele não vai facilitar. - Ela diz e sai indo para a sala.

                  ***************

Assim que chego ao prédio do meu amigo me dou conta que hoje teremos uma conversa definitiva sobre nós dois. E o medo de que tudo acabe me apavora, Ele não deveria ter feito as trocas do remédio e eu também deveria ter sido mais paciente e não ter fugido. Nós dois erramos mas nos amamos.

Estava com a cópia da chave na mão mas decidi que seria melhor tocar a campainha.  Toquei a primeira vez e nenhum som vinha lá de dentro, esperei uns segundo antes de tocar mais uma vez e nada. Já tinha apertado a campainha oito vezes e sem resposta alguma.
Depois que perdi a paciência resolvi entrar e qual foi minha surpresa encontrar o apartamento vazio. Fui ao quarto de hóspedes e não tinha uma única peça de roupa. Nada. Era como se ele nunca tivesse passado por aqui.

Ele foi embora.

Ele foi embora.

Ele desistiu.

Acabou.

HEY PESSOAS DA MINHA VIDA !
SORRY PELA A DEMORA MAS ESTOU DE VOLTA...
CAPÍTULO NÃO ESTÁ EXCELENTE MAS O PRÓXIMO EU PROMETO CAPRICHAR NO SURTO.
BEIJOS!!!

MINHAOnde histórias criam vida. Descubra agora