ELA ESTÁ BEM

24.6K 1.6K 40
                                    

ÁGATA

Depois que o Donni saiu eu fiquei deitada mais algum tempo pensando em como minha vida mudou em alguns meses.
Mudei de país, conheci o amor da minha vida, namorei, engravidei, terminei e agora estou jogada em uma cama porque ele me deixou para sempre.

Depois de rolar na cama várias e várias vezes, decidi levantar e tomar um banho antes de ir jantar.
Assim que levanto sinto um desconforto no abdômen mas não é isso que me apavora e sim a enorme quantidade de sangue no lençol azul.

O desespero me atinge e o pânico toma conta do meu ser, o medo de perder o meu filho me deixa apavorada.

- Mãe! - Grito por ela mas não escuto nenhuma resposta. - Mamãe! - E Nenhuma resposta.

O que antes era só um desconforto, passou a ser uma dor absurda fazendo com que me curvasse em direção a cama. Avistei meu celular jogado no chão e me esforcei para pegar ele mas consegui. Disco o número da primeira pessoa que eu consegui me lembrar.

- Ágata?  Resolveu sair do quarto? - A voz irônica do meu irmão surgiu mas não me importei.

- Socorro! Eu to perdendo meu filho! Me ajuda Luís.

- Estou indo! - Ele desliga e tudo escurece.

DOMÊNICO

Assim que o Donni saiu da empresa voltei correndo para a minha sala e qual foi minha surpresa em encontrar a Amanda nua sentada em minha cadeira.

- Vá embora porra! - Ela morde o dedo e acena em negativa com a cabeça.

- A festa ainda nem começou Dom. Vamos direto ao principal, Bem forte e rápido. - A Raiva que estou sentindo nesse momento só me faz ter vontade de jogar ela pela a janela.

Ando a passos largos até minha mesa pegando meu celular e a carteira. Preciso ir ver minha família e pedir perdão de joelhos quantas vezes for necessário. Saio indo em direção a saída mas paro lembrando que Amanda ainda esta aqui.

- Sério que você prefere ir atrás daquela menina que mal saiu das fraldas e que foi tão burra que engravidou pra te prender? - Olho pra ela com raiva e a única coisa que faço e jogar ela em meus ombros e sair do meu escritório com vários olhares curiosos em direção a nós dois.

- Me solta Domênico! - Ela bate em minhas costas, mas a Seguro firme.

- Vou te soltar quando estivermos lá  fora. Aonde você vai eu não sei mas eu vou atrás da minha mulher.

- Eu quero minhas roupas! - Ela chora enquanto todos os meus funcionários ficam perplexo quando atravesso o Hall com ela fazendo um escândalo para que eu a solte.

Piso na calçada e a tiro das minhas costas vendo os olhares curiosos de quem passa.

- Domênico Você não pode me deixar aqui. - Ela grita mas não me importo vejo um táxi vindo e dou sinal.

- Adeus Amanda. - Olho para os meus seguranças antes de entrar no veículo e vejo todos abismados. - Não deixem ela entrar. E ninguém vai buscar a roupa dela. Fui claro? - Eles acenam que sim e logo em seguida parto em direção ao aeroporto.

Depois de horas preso em um avião sem nenhuma notícia sobre o estado da Ágata e do meu filho. Finalmente chego em solo Brasileiro e só agora me dou conta que não sei em que hospital ela está.

Sei que se ligar para o Donnizete ele irá me mandar embora e não vai me dizer nada. As pessoas me olham estranho e acredito que deve ser por minha cara machucada pelo o soco que recebi mais cedo. Sento desanimado em uma cadeira e é quando me lembro dos seguranças que estão de olho na Ágata. Saco meu celular do bolso e disco o número de um dos seguranças que atende rapidamente.

- Em que hospital eles estão?  - Sei que isso foi mal educado mas foda-se.

- No centro. Mandarei o endereço por mensagem Senhor Campiozanati. - Desligo e vou em buscar de um táxi. 

Saio do táxi e me encaminho para a recepção e me dizem que ela está no quinto andar.

Assim que as portas se abrem vejo os meus sogros e cunhados sentados com cara de cansaço. Do outro lado vejo um Donni com a roupa amassada e abatido.
Caminho em passos lentos com medo do que pode ter acontecido. Minha sogra é a primeira a me ver e vem ao meu encontro me abraçando forte, a abraço de volta e posso escutar seu choro abafado em meu peito. A angústia toma conta de mim e fecho os olhos com força pedindo que eles estejam bem.

- Eles... ? - Pergunto com a voz trêmula e noto que estão todos olhando para nós.

- Não sabemos ainda. - Por um momento sinto meu corpo relaxar. Eles têm que estar bem.

Estamos sentados esperando notícias. Ninguém falou comigo com exceção da minha sogra. Depois do que parece ser uma eternidade surge um médico e sua expressão não me da muitas esperanças.

- Parentes da Senhorita Ágata Montez? - Todos levantam e ele solta um suspiro cansado.

- Ela está bem. Mas vai ficar em observação. - A felicidade que sinto é tanta mas lembro que ele não disse nada sobre o Bebê.

- E o meu filho Doutor? - Ele me encara atentamente.

- Queira me acompanhar senhor. - Diz isso e sai andando em direção ao corredor e o medo que sentia se transfoma em pânico.

Que meu filho esteja bem.
Que meu filho esteja bem.
Que meu filho esteja bem.

São as únicas coisas que consigo pensar no momento enquanto sigo o médico.

Vai ser curtinho maaaaas....
Se der tem mais um a noite.
Beijos!!

MINHAOnde histórias criam vida. Descubra agora