MINHA

BEM VINDOS

DOMÊNICO

Acordo sentindo uma dor na costela, e demoro pra entender o que aconteceu. Ágata me deu uma cotovelada, quando penso em reclamar vejo seus olhos arregalados e respiração ofegante, ela crava as unhas meu braço e isso dói. Porra como dói.

- O que foi? - Pergunto preocupado. Se não tiver motivo, vou ficar bem puto por ela ter me agredido em plena madrugada.

- Seus filhos estão brigando a ponta pés na minha barriga. Já pedi, já implorei, já até chorei e eles não param. - Ela diz chorando e eu a abraço levando minha mão até sua barriga.

- Calma, eles vão parar. - Certo, não posso ficar puto. Me aproximo da sua barriga e dou dois beijos, um de cada lado e peço baixinho para que eles fiquem quietinhos e deixem a mãe deles descansar. Imediatamente eles param e posso ver o alívio no rosto da minha menina. Mas logo seu alívio se transforma em choro e não sei o que houve. Antes que eu pudesse entender o que está acontecendo, ela fala com um pouco de dificuldade já que ta se acabando de chorar.

- Eles não vão me amar, só amam você. - Ela está aos prantos e no fundo eu quero rir, mas sei que se eu o fizer ela vai me colocar pra fora de casa.

- Eles já te amam muito, não chora princesa. - A abraço e logo seus soluços vão se acalmando.

- Eles vão me amar né? - Hormônios. Repito mentalmente.

- Já te amam amor. Agora dorme um pouco. - Ela assente e deita em meu peito antes de apagar completamente.

Depois de um tempo Ágata dorme profundamente e fico a admirando, tenho certeza que os nossos filhos vão vir com os mesmos traços que os dela.

Esses últimos dias tem sido difíceis, Ágata me conta muitas coisas que vivemos nesse tempo juntos, mas ainda nada de recuperar minha memória. Ela diz que podemos criar novas e se eu tinha dúvidas que algum dia amei essa mulher, nesses últimos dias me apaixonei perdidamente por ela. Não sei se vou conseguir me lembrar do que vivemos, mas vou fazer o possível para ter ela pra sempre comigo.

Vendo ela dormir tão serena me faz ter esperança em nós. Ela não desistiu de mim. Ela ficou e está lutando para sermos felizes. Ela é minha. E não vou deixar que nada e nem ninguém nos afaste novamente.

ÁGATA

Abro os olhos da maneira mais preguiçosa que existe, depois de consegui dormir algumas boas horas me sinto até bem disposta. Não vejo o Dom no quarto já deve ter saído para ir a empresa.

Mesmo que ele ainda não tenha se lembrado do que vivemos, ele está sendo o meu Dom, carinhoso, atencioso e de fato meu marido está presente, só falta lembrar. Mas mesmo que isso não aconteça poderíamos criar novas memórias. O importante é estar com ele.

Mas chega de pensar sobre, preciso levantar meus monstrinhos estão com fome.

- Eu realmente amo vocês, mas quando estão com fome vocês ficam parecendo o pai de vocês de tão inquietos - Converso com eles enquanto vou até a cozinha e encontro com um Domênico sentado na poltrona lendo um livro todo concentrado.

- Bom dia Dom! - Ele levanta o olhar e abre um sorriso tão lindo que eu me faz derreter.

- Bom dia meu amor, estava te esperando pra tomarmos café da manhã juntos. - Ele levanta e me beija na testa enquanto vamos até a cozinha aonde tem uma mesa bem preparada.

- Achei que estivesse na empresa, por isso enrolei na cama. - Ele puxa uma cadeira pra mim e vai me servindo, um príncipe.

-  Não, hoje o dia é só nosso, quero aproveitar o dia com minha esposa e filhos. - Ele me beija e eu seguro a vontade de chorar.

Desde que perdeu a memória eu tenho sido forte, mas vê-lo nestes momentos me deixa muito emotiva.

- Nós com certeza ficamos muito felizes com está sua decisão amor. - Ele segura minha mão e sorri.

Depois do maravilhoso café da manhã, Dom disse que queria me levar para passear de gandola e eu estou bem entusiasmada com a idéia.
Enquanto me arrumo sinto uma pontada de dor e me seguro com força na porta, respiro fundo e peço a Deus para que não seja nada, mas sem sucesso, outra pontada e mais outra, eu não queria chamar pelo o Domênico mas vai ser impossível.

- DOMÊNICO - grito por ele que logo aparece com um pano de prato secando as mãos.

- O que houve amor? - Ele chega perto de mim com cautela, vejo muita preocupação. No mesmo momento que sinto a bolsa estourar. Meus filhos vão nascer.

- A bolsa estourou. - Dom arregalou os olhos e eu também. Agora é muito oficial seremos país.