Abraço

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Horas mais tarde, volto para a praia, para o mesmo lugar de antes, e fico olhando o mar, pensando em tudo que me aconteceu esses dias.

Acho que sou uma pessoa confusa.

- Lu? - olho para o lado e vejo a Juvia. Verdade, esses dias ela anda bem estranha.

- Aconteceu algo? - pergunto a olhando.

- Na verdade sim. - diz ela e se senta ao meu lado, colocando a cabeça em minhas pernas.

- Ei, o que aconteceu?

- Eu não sei o que fazer, Lu...

- Me conte o que te atormenta.

- Eu acho que... Bem, sabe a pílula do dia seguinte?

- O que isso tem haver? Por favor não entre em detalhes do que você fez com meu irmão porque eu realmente não quero saber.

- Não vou... Bem, ela não fez efeito.

- VocÊ não tá querendo me dizer que tá grávida, né?

- Eu vacilei, Lu... Não sei como contar a ele, nem muito menos o que fazer.

- Cralho, Juvia. Depois eu que sou tratada como criança. - ela se levanta e me olha. - Olha... Você vai ter esse filho?

- Nem passou pela minha cabeça abortar, se é isso que quer perguntar.

- Bom, estarei do seu lado para o que der e vier. Caralho! Você nem fez dezoito direito e já tá com uma criança na barriga! - ela sorri sem graça e passa a mão por cima da barriga, que ainda permanece inalterada. - Quando foi isso?

- Sabe aquela uma vez que fomos para a balada? Então, eu queria fazer lá.

- Caralho, safada. Por isso que eu fiquei sozinha por quase duas horas. Enfim, porque ainda tá com essa cara triste?

- Eu não sei como o Gray vai reagir, eu realmente não quero contar.

- Ele é o pai, o direito de saber, Juvia. E ele nunca te abandonaria.

- Posso te pedir uma coisa, então?

- Sim, me peça o que quiser.

- Você conversa com ele por mim? É sério, eu não sei como chegar. Tipo, ei, amor, tu vai ser pai.

- Não é assim que diz?

- Eu tenho medo da reação dele, Lu. Eu não consigo.

- Tudo bem... Não se preocupa, vou conversar com ele, tá?

- Obrigada, Lu. Acho que esse bebê vai gostar de ter uma madrinha como tu.

- Sério? - ela afirma - Te amo! - digo e beijo sua bochecha - Agora deixa eu ir logo. - Saio do abraço e corro pra casa.

- GRAY! - Grito ao entrar.

- Que foi, garota? - pergunta me olhando com muito, muito tédio.

- Precisamos conversar, é um assunto seríssimo, é sobre a Juvia. - digo isso e começo a subir as escadas, na intenção que ele venha atrás. Após entrar no quarto da mamãe, noto que ela não estava ali, o que já era de se esperar, visto que a mulher só sabe trabalhar.

- O que aconteceu com a Ju? - pergunta e se senta ao meu lado.

- Me prometa que não vai surtar.

- Diz logo. - olho para ele esperando a promessa. - Não vou merda, me diz logo. Já não basta ela tá toda estranha comigo, tu ainda fica fazendo draminha.

- O que foi com vocês? Essa é a pergunta certa! Vocês já são bem grandinhos e deveriam se cuidar melhor. - falo baixo, tentando não deixar minha voz se elevar e fazer com que os outros moradores da casa escutem.

- Do que e você tá falando? - ele pergunta com o cenho franzido.

- Vocês deveriam ter usado pelo menos proteção! Isso é o mínimo que vocês, irresponsáveis, tem que fazer. - digo

- Espera, é o que eu tô pensando? - ele diz se levantando.

- Eu tenho cara de quem lê mentes?

- Ela tá grávida?

- Sim. Você vai arcar com suas responsabilidades, não é? Adulto responsável. - pergunto

- Óbvio que sim. Bem, não foi planejado, e eu sequer pensava em ter filhos agora porque ainda preciso terminar a faculdade. Mas cara, como homem eu tô realizado só de saber que vou ser pai.

- Que bom, Gray. E espero que sejam cuidadosos daqui para frente a partir de agora.

Vou pra varanda e o vejo correr em direção onde a Juvia está. Ela se levanta e espera ele chegar perto. Mas antes, ele tropeça em algo e cai bolando. Começo a rir dele. Ele levanta e continua a correr pra perto dela.

- O que há com aqueles dois? - pergunta alguém atrás de mim. Me viro e vejo o Laxus. Meu coração acelera descompassadamente e tenho quase certeza que pulou umas boas batidas.

- Todos irão saber no jantar, eu acho. Porém, estão comemorando a vida. Aí, cara. Tô feliz. Posso te abraçar? - pergunto o olhando. Ele afirma e eu rodeei meus braços na cintura dele.

Quando nos afastamos, ficamos parados, olhando um para o outro, nossas respirações ofegantes por conta da correria. Ele é tão lindo de perto.

- Atrapalho? - diz uma voz atrás de nós. Me separo rápido e respondo logo.

-Na-não, Natsu. - digo e saio do quarto, eu estou vermelha, literalmente.

Fiquei cara a cara com o garoto que eu gosto, que sonho, e ele parecia querer o mesmo que eu....

Droga, Natsu!

NaLu - Nem Sempre Cometo Erros Onde histórias criam vida. Descubra agora